sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

BAIRRO DE TAQUARAL ACIMA


Nossa Senhora da Conceição é a padroeira do lugar.
Ao sul do município de São Miguel Arcanjo, alguém que queira respirar ar puro indicado para moléstias pulmonares e ainda sentir o calor de uma gente amiga, sincera e cheia de outras virtudes, deve visitar o Bairro de Taquaral Acima, conhecido como Abaitinga e antigamente denominado Retiro do Guarupis, que depois se tornou Taquaral - Acima, para distinguir de Taquaral Abaixo, Bairro que pertence ao município de Capão Bonito. 

O nome Taquaral derivou da imensa reserva natural de tabocas, originárias de florestas pluviais Acima. 
As tabocas nada mais são do que o bambu, a taquara, a taboca, o juruva. 
Mais um pouquinho pela estrada que liga São Miguel a Sete Barras e o visitante depara com densa floresta virgem do Parque Estadual ‘Carlos Botelho’, só que, antes, é necessário passar pelo Rio Taquaral, aí encontrando uma das melhores maravilhas deste tempo que são as suas águas cristalinas refletindo o fundo onde se assentam pedrinhas coloridas. 
Nelas, os banhistas podem descansar seus pés sem nenhum receio.
Como já dizia o ecologista Gijo Válio, "este recreio que a natureza proporciona a todos com carinho deve ser aproveitado ao máximo pelos que aqui apreciam sua dádiva, pois os elementos exalados das matas são curativos para nossas vias respiratórias".
O passeio será ainda mais emocionante se o visitante penetrar a mata procurando conhecer o habitat de muitas espécies de animais e aves silvestres, ver seus córregos luzidios, suas árvores mais que centenárias, um lugar totalmente "enfeitiçado" pela natureza. 
A paz que por ali se encontra, só quebrada pelos moradores naturais, é essa a verdadeira sinfonia necessária para repor as energias de quem busca lições e fórmulas para fortalecimento espiritual, hoje em dia.
Distante 20 quilômetros da sede do município e a oito do Parque do Estado, o Bairro completou no dia 03 de maio de 2.011 seus 106 anos.
Construída em terreno doado por Manoel Padilha, sob a evocação de Santa Cruz, a primeira capela do Bairro foi inaugurada em 03 de maio de 1.914, quando o bairro completava nove anos de vida.
Os primeiros festeiros foram José Soares, cognome Juca, e toda a sua família. 
Foi testemunha ocular do evento, o senhor Antonio Inácio Ribeiro, morador e já octogenário quando foi entrevistado pelo extinto jornal "Folha de São Miguel Arcanjo", no ano de 1.973.
Consta que Laurinda Brizola nasceu lá no ano de 1.891.
No ano de 1.915 consta que uma grande praga de gafanhotos causou enormes prejuízos à lavoura em geral, sofrendo o Bairro todas as consequências.
Hoje até mesmo a padroeira do bairro mudou. 
Nossa Senhora da Imaculada Conceição é quem zela pelos habitantes do lugar.
A primeira venda estabelecida no arraial foi a de Gabriel Brizola. 
Tanto ele como José Cosme foram alguns dos primeiros proprietários de imóveis em Taquaral Acima. 
Depois é que vieram o Tenente João Soares da Silva, o Pedro Ribeiro Vaz, dono de um armazém, o Belarmino Rodrigues Gavião, grande fazendeiro, e mais Antonio Domingues, Eleutério França, Francisca Braz Manoel, Gentil Camargo, José Joaquim da Silva Júnior, Pedro Soares da Silva, Anízio Domingues...
Suas principais ruas hoje são: Rua Boa Vista, Rua Salvador Rodrigues, Rua Manoel Soares, Rua São João, Rua José Correia, Rua Joaquim Jorge Cunha, Rua Laurindo Gomes Ferreira, Rua Gentil Camargo, Rua Antonio Fernandes e Rua Antonio R. Camargo.
No Jornal "Tribuna Popular de Itapetininga", de 09 de janeiro de 1.924, está lá impresso que nos dias 12 e 13 de dezembro de 1.924, realizou-se a festa em louvor à padroeira da Capela, sendo encarregada a senhora Inocência Maria de Jesus, esposa de Camilo Soares. 
O vigário Monsenhor Henrique Volta esteve lá fazendo 22 batizados. A banda de São Miguel tocou em diversas casas particulares. Nesse mesmo dia, houve um jogo entre o Guarany Futebol Clube, time do Bairro, e um combinado vindo de São Miguel. 
O resultado do jogo foi Guarany 1 e Combinado 2 . Estiveram na festa Roberto Nogueira, Amador Nogueira, Antonio Santos, Cornélio Leite, Pedro Borges, Ary Galvão, Acácio Terra, Gabino Martins, Luiz Caricatti, João R. Dias e outros.
Outra notícia publicada no mesmo jornal, dias 20 e 22 de janeiro de 1.924 e 17 de fevereiro de 1.924 deu conta de uma epidemia que surgira no Bairro fazendo diversas vítimas. 
Segundo os moradores, apresentava todos os sintomas da meningite cérebro-espirial. 
O primeiro acometido foi um mascate que lá pernoitou; ficou como louco e faleceu poucos dias depois. 
Todas as pessoas que o acolheram também vieram a falecer.
Sem recursos, as autoridades de São Miguel buscaram ajuda em Itapetininga, mas sem resultado, pois o médico estava em Botucatu, substituindo o Delegado de Saúde que se achava licenciado. 
O Coronel João Balduino passou então alguns telegramas pedindo providências, em nome do prefeito de São Miguel Arcanjo, ao Dr. Secretário do Interior, ao Diretor do Serviço Sanitário e ao Delegado de Saúde de Botucatu. 
De lá veio um médico que não trouxe consigo nenhum medicamento, alegando que não era nada além de uma gripe; só que um dos doentes por ele visitado faleceu três dias depois que ele voltou para Botucatu.
Só na casa de José Marques Rodrigues, conhecido como José Cipriano, morreram 5 pessoas.
Também faleceram José Manoel Correa, com 20 anos e um filho menor de Izaias Leme. 
Também achavam-se doentes Vicente Manoel e Antonio Apolinário.
Outras causas ainda dizimaram grande parte da população do Bairro, tais como o amarelão, o tifo, o mal de sete dias, as doenças pós-parto e a lepra.
A primeira escola funcionava numa das salas de Izídio Cunha que não deixou parentes no lugar, visto que foram todos eles embora para Itaí. 
Era uma casinha de tábuas que ficava defronte à lateral direita da capela atual e que pessoas como as autoras destas memórias quiseram um dia ver estabelecido lá um Centro Cultural. 
As primeiras professora: Mimi, a gozadora; Clara e Benilde, que era muito alta e manca. 
No ano de 1.930, no Bairro havia duas escolas, a Escola Masculina e a Escola Mista. 
Em 21 de fevereiro de 1.931, a Jardineira de Bento França fez sua primeira entrada no Bairro, vindo de São Miguel. 
Com isso, começava um novo progresso: a linha ligando o bairro à civilização urbana. Corria somente aos sábados e domingos à tarde, fazendo o percurso de ida e volta.
Na década de 20, o bairro já era bastante populoso e produzia muito algodão, cereais e fumo. 
Embora com precariedade, já possuía até um cemitério. 
No extinto periódico "O Progresso", de 1º. de fevereiro do ano de 1.931, as notícias de lá enviadas em 30 de janeiro diziam que o jogo de cartas e de malha estava se tornando uma prática abominável no lugarejo; em todas as vendas era possível esse lazer, em prejuízo da população que, ao invés de entregar-se aos serviços da lavoura, passava o dia inteiro e até de madrugada pelas vendas, entregando-se ao passatempo tão pernicioso à saúde, ao bolso e ao futuro daquela região que tinha na cultura do fumo seu principal fator de Economia.
No final da década de 40, Walter Osório da Silva teve uma olaria.
E até Subprefeitura existiu em Taquaral Acima; nesse tempo e, aí, sim, chamou-se Abaitinga. 
Tudo começou quando em 10 de março de 1.949, Antonio Rodrigues Soares foi nomeado para o cargo de subprefeito do então Distrito de Paz de Abaitinga. A portaria de número 35 foi expedida nove dias depois e em 20 de março, exatamente às 15:00 horas, ele tomava posse no Distrito que fora criado pela Lei no. 233, de 24 de dezembro de 1.948. 
Nesse dia, o prefeito Nestor Fogaça, mais a totalidade da Câmara Municipal, também o diretor do Grupo Escolar Lauro Orlando de Oliveira, a banda de música regida pelo maestro Joaquim Ortiz de Camargo e uma multidão de pessoas lá compareceu. 
Na ocasião, o prefeito cortou a fita simbólica que circundava o marco comemorativo da elevação do bairro a Distrito, tecendo breves palavras, desejando-lhe brilhante e fecunda administração. 
Usaram ainda da palavra o senhor Antonio Bosoni, o vereador Eduardo Elias e Alcindo dos Santos Terra que fez um longo histórico sobre o começo do que foi o Bairro Taquaral Acima, desde a derrubada da primeira árvore até o que era naquela data, augurando que o Distrito recém criado "não mais será apenas um Taquaral Acima, perdido no mapa do Brasil", relembrando nomes como os de Júlio Prestes e Fernando Costa que começaram e também terminaram a estrada São Miguel /Sete Barras.
O diretor do Grupo Escolar de São Miguel, Lauro Orlando de Oliveira, felicitou a população do lugar pela elevação política fazendo ver que toda ela seria beneficiada dali em diante pelos serviços oficiais, e ao final levantou um brinde ao governador Adhemar de Barros.
O Subprefeito eleito discorreu sobre o seu latente contentamento, mas "não pela sua nomeação e sim pela elevação do bairro à categoria de Distrito de Paz"; em seguida, conclamou a população de Abaitinga a trabalhar unida para o progresso local, esquecendo ressentimentos.
Outras presenças observadas na ocasião: Adail de Souza, José Coelho Gomes, Juraci Galvão, José Elias José, João Ortiz de Camargo, Nicanor Toledo, José Caricatti, José Paulino da Silva, Olímpio França de Mattos, Miguel Olímpio do Espírito Santo, José Avelino Brisola, Narlir Miguel, Mário de Medeiros, Antonio Arantes Galvão, Ademar Monteiro, Domingos Silvestrini, Antonio Ferreira Leme, entre outras.
O que aconteceu em seguida?
Quatro meses depois, o Prefeito Nestor Fogaça já nomeava outro Subprefeito, desta vez o Laurindo Gomes Ferreira, o qual tomou posse em 16 de julho de 1.949, às quatorze horas, servindo de testemunhas para este ato, além do Prefeito e do seu Secretário José Coelho Gomes, José Rolim de Moura e Aristides Manoel, constando em Ata.
O Distrito de Abaitinga foi desmembrado pela lei 2.456, de 30 de dezembro de 1.953.
Ninguém ficou sabendo por que foi dado o nome de Abaitinga ao bairro que um dia foi Distrito e também elevado à categoria de Vila, isto ao tempo de Nestor Fogaça.
Interessante!
Nestor Fogaça abriu o ato da seguinte maneira:
- "Na forma da Lei, e de acordo com o rito previsto, tendo em mira a salvaguarda jurídica dos interesses do Povo, o resguardo da tradição histórica da Nação e a solidariedade que deve unir todos os brasileiros em torno dos ideais superiores de uma Pátria uma e indivisível, bem organizada para defender-se, culta e progressista para fazer a felicidade dos seus filhos, eu, Nestor Fogaça, Prefeito Municipal, em nome do Governo do Estado de São Paulo declaro confirmados para todos os efeitos, no quadro territorial desta Unidade da Federação Brasileira, segundo o disposto na Lei Orgânica Federal no. 311, de 2 de março de 1.938, e na Lei Estadual no. 233, de 24 de dezembro de 1.948, todas as circunscrições que têm por sede esta localidade, que conserva os foros de cidade, bem assim o Distrito de Abaitinga, que fica investido na categoria de Vila. Assim fique registrado na História Pátria, para conhecimento de todos os brasileiros e perpétua lembrança das gerações vindouras. Honra ao Brasil uno e indivisível! Paz ao Brasil rico e forte! Glória ao Brasil desejoso do bem e do progresso nos melhores sentimentos de solidariedade humana!".

Os primeiros nascimentos registrados no Cartório de Registro Civil do Distrito de Abaitinga foram:

- Um natimorto filho de Pedro Apolinário com 25 anos, lavrador e Zulmira Sampaio, 20 anos, doméstica, nascido aos 09 de outubro de 1.953, às 22:00horas;
- Diva Correa, filha de Ernesto Correa, 35 anos, lavrador e Georgina Brizola, 26 anos, doméstica, nascida aos 22 de novembro de 1.953, às 06:00 horas;
- Nilza Clotildes Domingues, filha de Benedito Domingues, 27 anos, lavrador, analfabeto e Rute Vieira, doméstica, 22 anos, nascida aos 11 de novembro de 1.953, às 07:00 horas;
- Terezinha Paulino, filha de Agenor Paulino, 35 anos, lavrador e Sebastiana Teobaldo, 30 anos, doméstica, nascida aos 21 de novembro de 1.953, às 06:30 horas;
- Maria de Lourdes Correa, filha de Osório Correa, 35 anos, lavrador e Dirce Soares, 23 anos, doméstica, nascida em 30 de novembro de 1.953, às 05:00 horas. 

Os primeiros registros de mortes no Bairro de Abaitinga foram feitos em:

- 10 de outubro 1.953 - Natimorto;
- 14 de dezembro 1953 – Agostinho Pereira;
- 20 de dezembro 1953 – Augusta Maria de Jesus;
- 20 de dezembro 1953 – Iracema Leonardo;
- 28 de dezembro 1953 – Maria Ferreira – 7 anos.
Tanto o livro de registro de nascimentos como o de mortes estão arquivados no Cartório de Registro Civil de São Miguel Arcanjo, à Rua Monsenhor Henrique Volta.
O livro que serviria para registro de óbitos, composto de 200 folhas, foi aberto pelo então Juiz de Direito de Itapetininga, Dr. Raul R. C., em 09 de outubro de 1.953.
O primeiro registrando já nasceu morto e aconteceu pelas 22:00 horas do dia 09 de outubro; era do sexo masculino e filho do casal Pedro Apolinário e Zulmira Sampaio e o atestado foi firmado por Laurindo Gomes Ferreira e Joaquim Leonardo Ferreira, lavradores e residentes no Distrito de Abaitinga; o segundo registro era de Agostinho Pereira, em 14 de dezembro de 1.953, tendo como testemunhas Dionízio Bento Mariano, José Moisés e Duarte Teles; o terceiro registro era de Augusta Maria de Jesus, aos 20 de dezembro do mesmo ano, tendo como testemunhas Francisco Tavares Pontes, José Noronha Galvão e Izídio Garcia Araujo; o quarto foi Iracema Leonardo, também aos 20 de dezembro, testemunhado por Antonio Leonardo, Miguel Dias da Silva e João Paulino da Silva; o quinto, de Licínio Antonio Ferreira, aos 29 de dezembro do mesmo ano, foi testemunhado por Antonio José Ferreira, Antonio Ferreira Leme e uma terceira pessoa chamada José T.
No ano de 1.959, Maria Aparecida Válio lecionava na Escola local. Nesse ano houve a primeira comunhão de alguns alunos com a presença do padre Francisco Ribeiro em uma grande festa.



Na década de 60, lá pagavam seus impostos os comerciantes Antonio Domingues, Pedro Soares da Silva, José Joaquim da Silva Júnior, Gentil Camargo e Eleutério França, proprietários de armazéns. Também em menores proporções, os donos de botequins Lauriano Paulo da Costa e Francisca Braz Manoel também contribuíam com esses tributos.
Pela lei 28, de 1.962, a Prefeitura Municipal de São Miguel estava autorizada pela Câmara de Vereadores a construir um prédio para servir de cadeia no bairro.

POSTO MÉDICO
 
A LEI N. 6.891, DE 30 DE AGÔSTO DE 1962
Dispõe sôbre a criação de um Subpôsto de Assistência Médico-Sanitária em Taquaral, município de São Miguel Arcanjo
O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM EXERCÍCIO NO CARGO DE GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1.º - Fica criado um Subpôsto de Assistência Médico-Sanitária em Taquaral, município de São Miguel Arcanjo.
Artigo 2.º - A lei orçamentária do exercício em que se der a instalação da unidade sanitária ora criada consignará dotações adequadas a ocorrer às respectivas despesas.
Artigo 3.º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Palácio do Govêrno do Estado de São Paulo, aos 30 de agôsto de 1962.
JOAQUIM DE SYLOS CINTRA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em exercício do cargo de Governador
Waldir da Silva Prado - Respondendo pelo expediente da Secretaria da Saúde
Publicada na Diretoria Geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, aos 30 de agôsto de 1962.
Fioravante Zampol, Diretor Geral
 

Abaixo, um recorte do extinto jornal Folha de São Miguel Arcanjo, de 1970.













Na década de 70, Vicente de Paula e Norihiro Murakami foram os pioneiros no reflorestamento da região, além de serem os primeiros na cultura da batatinha.
No dia 02 de maio de 1.972 foi iniciada a primeira fase de eletrificação do bairro pela Empresa de Eletricidade "Sul Paulista". 
Estabeleceu-se que os usuários emprestariam a verba que cobriria o investimento para, ao final de 15 anos, a Empresa devolver com juros de 6% ao ano, reembolsando cada proprietário. Se isso foi feito, não se sabe. 
Sabe-se que o Banespa serviu de intermediário financiando em nome dos proprietários rurais. A extensão da linha mestra era de 20.800 metros, saindo da Estação Rebaixadora de São Miguel até a Reserva Florestal Estadual ‘Carlos Botelho’, levando energia a cerca de 200 propriedades de diversas categorias.
Os proprietários beneficiados foram: Delfino Lopes Ferreira, Aristides Manoel, Palmiro Bortolletto, Vicente de Paula Murakami, Kioharo Wada, Massanori Akagui, Felisberto Ramos, Antonio Yoshioka, Massayuki Kimura, Sojio Hashimoto, Miguel Zelenay, Paulo Yokota, João Theobaldo, Gentil Camargo e Osório Angartem.
Colaboraram com as obras do salão paroquial do bairro, além do povo lá residente no final da década de 80, e que o haveria de frequentar, Celso de Souza, Braz Vieira, Distribuidora de bebidas São Luiz, de Itapetininga, Porto de Areia J.J.Rodrigues.
Professora lá, de 1.990 a 1.991, na escola velha e, de volta, de 1.994 a 1.997, a hoje aposentada Lucia Válio.
O primeiro ponto de táxi do bairro foi criado pelo decreto 68, de 27 de novembro de 1.998, posicionado na rua Gentil de Camargo, lateral da Praça ‘Imaculada Conceição’.
O reservatório de água instalado pela Sabesp comporta 200 mil litros.
Seus primeiros comerciantes: Pedro Soares da Silva, Francisco Tavares de Pontes e José Joaquim S. Júnior mantinham armazém de secos e molhados; Ananias Tavares com bar e loja de fazendas; Anízio Domingues e Aristides Manoel com botequins; e Antonio Apolinário com bar.
A Escola Rural leva o nome do vereador José Camargo desde que foi reinaugurada, em novembro de 2.002. Esse vereador faleceu em acidente de trator.
A outra escola homenageia Sadamita Iwassaki.
Pela lei 2.286, de 06 de junho de 2.000, o Centro Comunitário localizado à Rua Laurindo Gomes Ferreira, 249, passou a denominar-se Centro Comunitário ‘Anízio Domingues’- Cidadão Emérito. Anízio nasceu no ano de 1.930, era filho de Antonio Domingues, dono de uma cantina no bairro, a ‘Cantina do Taquaral’, inaugurada em 1.945, e de Alzira França Domingues. Lavrador, casou-se com Luzia de Jesus e tiveram 6 filhos: Maria de Lourdes, Maria Lúcia, Luiz Carlos, Mariza, Mauro e Silvana.
Foi vereador de 1.969 a 1.972, eleito com 226 votos. Faleceu em Itapetininga aos 19 de maio de 1.999. Era um cidadão bastante prestativo.
Pela lei 1.825, de 16 de março de 1.993, o Poder Executivo foi autorizado a celebrar convênio com o Estado, para a instalação de um Destacamento Policial no Bairro.
E Abaitinga, por que?
De quem partiu a idéia dessa nomenclatura?
Ninguém sabe! 
Pesquisas levam a crer que o nome vem do tupi guarani (abaité= homem muito feio; e tinga= que dá idéia de branco).
Daí que ABAITINGA quer dizer ‘FEIO HOMEM BRANCO’.
Não estaria esse ‘feio homem branco’ relacionado com o americano James?
Todavia, o nome Abaitinga não aparece nem mesmo nos mapas mandados confeccionar pela Prefeitura de São Miguel Arcanjo. Não adiantou nada o fato de um ex-vereador ter feito uma indicação, conforme sessão realizada no mês de fevereiro de 1.993, para que fosse oficiado ao jornal local e à Sul Paulista de Energia sobre a questão da nomenclatura, eles que teimavam e ainda teimam em continuar usando Taquaral Acima.
O fato é que desde que foi extinto o Distrito de Abaitinga, o bairro passou a se chamar Taquaral Acima, novamente, pois antes sua denominação já era Taquaral Acima.
De lá para cá, mais de meio século se passou. Nenhum plebiscito foi feito com o povo do bairro para o acerto em definitivo do nome do lugar.
Segundo a Lei Orgânica do Município, o que é que ela diz?
E a Associação de Moradores?
Uma vez tentaram montar uma no bairro, só que o presidente da Diretoria, que nem registro teve, era um cidadão vindo da Ribeira e acabou prejudicando a intenção dos outros integrantes.
Muito embora o Bairro seja um elo convergente de suma importância para o município como um todo, não há nenhum representante dos seus moradores fazendo parte da Câmara de Vereadores.
Josemil Mendonça, em 10 de fevereiro de 1.990 assim se expressou publicamente num jornal local: - ‘Abaitinga, temos certeza, muito em breve tornar-se-á uma atração a todos e quiçá um colar de investimentos espetacular, pois o valor das terras ao seu redor estará cada vez mais subindo’.
No ano de 2.000, o bairro perdeu verba destinada à construção do Ginásio de Esportes local.
Nesse mesmo ano, o Centro Comunitário localizado à Rua Laurindo Gomes Ferreira, 249, foi denominado "Centro Comunitário Anízio Domingues" através da Lei 2.286, de 06 de junho de 2.000.
No início do ano de 2.002, três elementos do bairro adentraram na Fazenda Paraíso e mataram a golpes de martelo um boi de 9 arrobas da raça Canchim, só para subtraírem 17 kg de carne.
O animal estava avaliado em 3 mil dólares.
Por ocasião da 20a. Festa da Uva - ano de 2.003 - o viticultor do Bairro, Jamilton Camargo, foi premiado por ter apresentado o cacho mais pesado de uva Brasil, com 3.600 kg.
No ano de 2.006, a pesquisadora Luiza Válio esteve visitando o Bairro e pode observar da precariedade do lugar, principalmente o seu cemitério que apresentava perigo até de afundamento. Conversou sobre isso com o senhor Prefeito e com alguns moradores.
No campo santo, lá descansam os corpos das crianças Diego, Josiane, Lucinda, com apenas alguns dias de vida passados deste lado; Weslen de Paula Costa, desde os 6 meses de vida, falecido em 2.000; aos 3 anos de idade, que completou em 1.992, a linda menina Karla R. F. Apolinário também buscou outra morada.
O homem mais velho ali enterrado chama- se Pedro Rocha, nascido em 1.888 e falecido em 1.942.
A fé leva as pessoas aos túmulos de Divonzir José Cunha, nascido em 1.951 e morto em 2.004 (tinha um anelzinho na cruz) e de Gentil Camargo (havia um saquinho cheio de pedrinhas). Lá estão também , se não em túmulos, debaixo de espaços identificáveis com seus nomes, Pedro Barbosa; José Correa, morto em 1.977 com 36 anos; Izabel da Silva, morta em 2.004, dois dias antes de Alexsandre Justino dos Santos; Antonio Mendonça; Aristides Manoel, nascido em 1.926 e morto em 1.987; Antonio R. C. Filho, Maria Junqueira, morta em 13 de abril de 1.939; Paulo S. Brisola; Miguel e Elena Correa, desde dezembro de 1.974; João e Eduvaldo Custódio da Silva; os irmãozinhos Perez (desde 1.938); Leopoldina Figueira de Pontes; João Tavares Primo, nascido em 1.890 e morto em 1.961; Antonio Domingues, nascido em 1.905 e falecido em 1.984 foi quem mais viveu; Izaltino Nunes; Sebastião Ribeiro; Marcelino B. Rodrigues, nascido no ano da revolução paulista, a constitucionalista e morto em 1.997; Francisca Martins, morta em 1.999; Luiz Domingues; Conceição Ângela Mariano; Salvador Vieira, nascido em 1.923 e morto em 1.992; Maria de Fátima Vieira, morta em 1.995 com 42 anos; Izaura (pintado de amarelo); a família França e Nascimento; numa capela, os restos da família Braz Soares, onde se lê que Brazília Braz morreu em 1.995. 
Muitos outros estão enterrados ali, porém, não há nada que os identifique.


O POSTO DE GASOLINA
Você sabia?
É verdade!
No ano de 1.995 havia até propaganda desse Posto no jornal "A Hora". 
Pesquise lá na edição do dia 04.02.95.
Abaixo, fotos da reinauguração da escola EMEF "Vereador José Camargo", ao tempo do prefeito Terra França.













Abaixo, uma homenagem de Luiza Válio para a viola de Maurício Soares (foto)

‘Canção para Abaitinga’

Abaitinga,
de matas verdejantes,
de águas balouçantes,
pedaço do Brasil...

de gente valorosa,
valente e poderosa,
querendo ser feliz.

Hoje eu desejo
juntar teus pedacinhos,
criar novos caminhos,
sou filho do lugar.
E já mereço
colher grandes vitórias,
querer somente glórias
às novas gerações.

O que preciso?
Tal qual um romeirinho,
formar um só caminho
na prece do amanhã.
Abaitinga, ah...mor!





Segundo o jornal "A Hora", no ano de 2.006 o deputado Marcelo Bueno - de óculos - conseguiu, junto à Secretaria de Estado da Habitação a construção de 50 casas no bairro.






NOTÍCIA FÚNEBRE DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2.011:

Foi sepultada no dia 19 de dezembro de 2.011 no Cemitério Municipal do Bairro Taquaral Acima, conhecido como Abaitinga, em São Miguel Arcanjo, a senhora Natália Correa.
A extinta tinha 82 anos de idade e faleceu às 14 horas do dia anterior, em Itapetininga.
Era viuva de Pedro Vitório Torquato e deixa os filhos: Aparecida Tereza, Benedito, Maria Iraci, Zilda e Sebastião.



NOTA DE FALECIMENTO:
Faleceu no dia 09 de janeiro de 2.012, às 15:30h em Itapetininga, aos 47 anos de idade, a senhora Maria Sônia Medeiros Garcia.
A extinta era filha de Pedro Gonçalves Medeiros e Maria de Lourdes Medeiros e esposa de José Garcia.
Deixou os filhos: Diliomar, Leandro, Diomara e Leonardo.
O sepultamento foi realizado no dia seguinte no Cemitério do Bairro de Taquaral Acima -Abaitinga - em São Miguel Arcanjo.




NOTA DE FALECIMENTO


Faleceu no dia 25 de março de 2.012, aos 88 anos de idade, na cidade de Registro, a senhora FRANCISCA BRAZ MANOEL. Era filha de João Soares de Oliveira e Maria Brasília. Viuva, deixou uma única filha: Inez. O sepultamento deu-se no dia 26 às 16 horas no Cemitério de Taquaral Acima. 



BAIRRO DE GUARAREMA.

Do tupi ‘gwra rema’, significa ‘madeira malcheirosa’, de uma árvore da família das fitolacáceas (Gallezia gorazema), também conhecida como pau d’alho, gurarema, guarema. 
Segundo os mais antigos, era a árvore onde os lobos tinham o costume de abrigarem-se quando algum perigo rondava seu habitat.
O Bairro de Guararema, localizado no município de São Miguel Arcanjo, acha-se ilhado completamente pelas águas do Rio Lageado que o contornam no caminho que dali vai caminhando rumo ao Bairro de Capão Rico, quando então suas águas se fundem com as águas do Ribeirão São Miguel. 
Isso dificulta até mesmo a construção de fossa asséptica, pois já se atinge a água com uma escavação de apenas um ou dois metros.
Por uma questão de genealogia, iniciamos com a lista dos primeiros eleitores do Bairro que se constituía no Sétimo Quarteirão. 
Essa lista foi encontrada pela pesquisadora Luiza Válio nos arquivos da Câmara Municipal de Itapetininga, graças ao auxílio do historiador José Luiz Holtz, o popular Grilo. 
A lista teve início no ano de 1.881; dela também constam as respectivas idades dos cidadãos eleitores em São Miguel Arcanjo, todos eles lavradores nesse bairro:

Belizário Manoel de Jesus, 30 anos.
Benedito Pires de Campos, 26 anos.
João Pedro Martins, 38 anos.
João Antonio de Almeida, 30 anos.
Manoel Bento de Oliveira, 20 anos.
Salvador José de Camargo, 25 anos.
Urias de Souza Nogueira, 55 anos.
Venâncio Alves da Rocha, 28 anos.

O PATRIARCA DO GUARAREMA



Sua história teve início no ano de 1.898, quando o velho Manoel Augusto Borges (a foto pertence ao acervo da Família Válio e a letra no verso dela é do Major Luiz Válio), que chegou até a ser Intendente da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, fugindo de uma grande enchente do Rio Ribeira de Iguape que destruiu sua propriedade situada na barra do Juquiá, ali decidiu fazer sua morada e de seus filhos. 
Foram dias e dias viajando com a família no lombo de burros.
Gostou demais daquele lugar e construiu duas residências.
Chamado de ‘Patriarca do Guararema’, título dado por Luiza Válio, Manoel Augusto Borges chegou ao Brasil vindo de Portugal, no ano de 1.868, com dezoito anos de idade. 
Aportou no Rio de Janeiro, onde tornou-se caixeiro viajante. 
Mudando-se para o município de Iguape, foi canoeiro, pirangueiro e até comerciante, trocando e vendendo mercadorias em toda a região da Ribeira.
Numa das margens do rio Ribeira de Iguape, residia um senhor de engenho, Joaquim Pereira, que tinha como escrava uma africana de nome Suzana das Neves, que encantou os olhos do português Manoel e a pediu em casamento. 
Tão logo casados, Manoel comprou umas terras à margem direita da Barra do Ribeira da Mota, indo do Barranco Alto até Serrote Juquiá, onde montou uma olaria. 
No ano de 1.896, houve uma grande enchente na região e Manoel, aborrecido, disse adeus a tudo e partiu dali, vindo então com a família de mudança para um lugar chamado São Miguel Arcanjo.
Foram dias e dias no lombo de mulas, à frente de alguns cargueiros contratados. 
As trilhas eram bastante íngremes. 
As mulas empinavam e quase tombavam serra abaixo. 
Quando isso acontecia, Suzana gritava ao seu ‘Bom Jesus’ e tudo voltava a sossegar. 
Chegaram antes das mulas que carregavam os mantimentos e tinham fome. Só havia café, que Suzana preparou com água e sem açúcar. Manoel não quis beber e acabou dormindo num lugar bastante aprazível até chegar a comida.
Em São Miguel, havia umas duzentas casas, muitas delas com uma porta de comércio na frente.
A partir daí, a família Borges separou-se. 
Manoel e o filho João Alexandre, o Jangico, ficaram entre os Bairros do Tijuco Preto e Rio Acima. 
Pedro Alcântara Borges, o outro filho, seguiu para o bairro do Guararema. Por pouco tempo, porém, pois a família era assaz unida.
Claro que o lugar apresentava muitas nascentes, mas a família achou que não haveria nenhum problema de grande monta por ali.
Como dizia Manoel, ‘enquanto a escassez de água no mundo é fato, no Guararema é benção divina’.
E é verdade, pois existe nascente de água até no campo de futebol.
Em 1.906, Pedro Borges plantou o primeiro coqueiro perto da cachoeira do bairro.
Em 1.915, Jangico conheceu Francisca Elisa e em 24 de junho de 1.918 casaram-se em Sete Barras, permanecendo juntos durante 78 anos. São filhos do casal: João Nascimento, o Jango; Alice das Neves; Maria dos Santos; José da Glória; Tereza da Glória; Maria de Lourdes; Maria Aparecida; Alexandre de Jesus e Antonio dos Santos.
Esses fatos sobre seus antepassados portugueses foram relembrados por João Nascimento Borges, cidadão muito respeitado no lugar, no ano de 2.003, quando em visita ao ‘Museu Tenente Urias’, à Rua Cônego Francisco Ribeiro, 1.350. 
Foi assunto para uma bela reportagem intitulada ‘Guararema: em busca do tempo perdido’, da pesquisadora e jornalista Luiza Válio que pesquisando um pouco mais, conseguiu novos dados sobre o patriarca Manoel.
Em 1.913, ele foi intendente da Câmara Municipal. Membro do Partido Democrático, foi presidente da Comissão
A história tem meio: A primeira capela católica foi construída em 1.900 e era dedicada a Santa Cruz.
Foi na primeira festividade em prol à paróquia, no mês de maio do ano seguinte que Manoel Augusto, definitivamente também radicado no Bairro, convidou todos os cidadãos dali para ajudarem-no a abrir um picadão saindo dali para unir São Miguel com Sete Barras e toda a região. 
Pois foi no mesmo dia que começaram a subir pelo sertão. 
Os que não ajudaram com a força e a coragem, ajudaram na coleta de mantimentos para a tropa.
Durante três longos anos se embrenharam na mata cerrada, seguindo a trilha dos caçadores do Rancho Juçara Lavada. Essa trilha saía pelo terreno de Virgílio Brisola, ao lado da capela de Santa Cruz, ia para Barro Branco e outros lugares. Serviria para trazer víveres, peles para vestimentas, peles de veados pardos para fabricação de laço- o melhor couro .
Muitos, porém, não quiseram participar da expedição.
Esse picadão deu origem à estrada atual, facilitando o serviço dos engenheiros, porque a história não pode ter fim.

A primeira escola do bairro funcionou numa sala alugada a Pedro Correia, depois, numa sala anexada à casa de Raimundo Marques, até que se construiu, finalmente, a escola municipal.
Tanto a escola como a pequena Praça Nossa Senhora Aparecida e a Igreja junto da praça faziam parte de um imenso banhado pertencente ao sr. Antonio de Souza, um dos antepassados do Tenente Urias. 
Este senhor é que fez a doação de toda a vasta área, que teve que ser aterrada, para comportar as referidas construções.
A capelinha dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, recentemente reformada pela Prefeitura, localiza-se também às margens da rodovia e foi construída há mais de sessenta anos.
Distante apenas oito quilômetros do Parque Estadual ‘Carlos Botelho’, seus moradores vivem da produção de uvas, hortaliças e cereais.
O gado é pouco. Existe uma olaria que faz tijolo bom, pois o barro é bom, mas está necessitando de reparos.
Instaladas nas imediações, acham-se as conhecidas empresas Suzano Cia. de Papel e Celulose, Duratex e Eucatex.
Os mais antigos, principalmente os descendentes de Manoel, acreditavam que no lugar existiu e ainda pode existir muito minério a ser explorado. 
A lenda da ‘mãe do ouro’ é crença que surgiu há muito tempo. 
Dizem que de acordo com a lua, uma bola de fogo brilha na mata e quando ela aparece denuncia a existência de ouro. 
Já apareceu não raras vezes, dizem alguns dos seus moradores.
Hoje, os moradores só desgostam dos turistas que por ali passam a caminho do Parque Estadual, pois usufruem das regalias da natureza e não deixam nenhum benefício, a não ser muito lixo, tanto para o próprio bairro-sede, Taquaral Acima (conhecido como Abaitinga), como para os bairros vizinhos, que acaba destruindo o meio ambiente e trazendo inúmeras doenças. 
Também a segurança já os preocupa, visto ser o Parque um ponto que recebe toda sorte de gente vindo de vários pontos da região e do país.
A foto a seguir, do acervo de Luiza Válio, é de alguns alunos do Bairro.


Representantes do Bairro estiveram reunidos no dia 09 de fevereiro de 2.003, e com o apoio das autoras deste livro, tentaram fundar a Associação de Moradores, mas, a exemplo de "Abaitinga", não deu certo, pois alguns políticos temem perder votos: uma associação pode acabar tornando-se forte e eleger seu próprio vereador e, daí, os atuais políticos fazem tudo para dissuadi-los da ideia. 
Segundo ‘Jango’, foi ele que muito batalhou junto às autoridades para que voltassem seus olhos para aquela região e o próprio Bairro recebesse alguma melhoria, principalmente reivindicando acostamento no trevo de São Miguel até o Parque. 
Também a construção de um abrigo para os usuários de ônibus foi pedido seu.
No ano dessa entrevista, o Posto de Saúde local não contava nem com injeção contra gripe. 
O caminhão de lixo parou de visitar o lugar, tanto que as latas de lixo apodreceram. 
Muitos dos pequenos produtores ainda tinham problemas a resolver junto ao INCRA. 
O artesanato, que poderia constituir-se numa fonte de renda, mesmo que pequena, mas jamais foi estimulado
pelos poderes públicos.
São-miguelenses conhecidos, como Gentil de Souza, Moacir Válio, Bernardo Pedroso e João Teobaldo lá tiveram seus armazéns de secos e molhados.
A Escola do Bairro foi denominada "Escola Carmelita Terra Vieira". 
No ano de 2.005, por ocasião do aniversário da cidade, a direção da escola trouxe o menino Jeanf Carlos, já berranteiro na época, para uma apresentação. 
Veja abaixo um poema encontrado nos guardados de Francisca, o qual foi repassado para Luiza Válio alguns anos atrás:

‘O nosso velho Medeiros
Que era a flor dos fazendeiros
Por sua alcalidade
Esfregava a mão contente
Para fazer amizade.
Estava firme no posto
Fazendo o tacho ferver.
Fazia doce de coco,
Laranja, sidra e limão.
Bombocado, arroz de leite,
Tareco e baba de moça
Mil doces que na roça se faz.
Por entre os folhos escuros
Havia frutos maduros
Como é o costume geral
Uma boneca vistosa
De vestido cor de rosa
Fazendo tope final.
Duas linhas de coqueiro
Saiam na porta da casa
Se dirigindo e se desfazendo.
- ‘Ó Jó’, pergunta sinhá,
‘Se tem café, manda aqui na porteira.
Vai tu com ele, Francisco.
Manoel, varre prum canto,
Depois apanhe esses ciscos.
Não quero ver uma palha
Entre as folhagens de mangueira.’

Este poema foi guardado por Francisca Elisa Borges, mãe de oito filhos, entre eles Janjão e José da Glória, moradores no bairro de Guararema, eles que tiveram como avô o grande patriarca do bairro, o cidadão Manoel Augusto Borges, que sempre pertenceu ao Partido dos Democratas. 
José da Glória traz os versos decorados sempre na ponta da língua.
Pela lei estadual 9621, de 05 de maio de 1.997, foi dado o nome de João Alexandre Borges, o Jangico Borges, pai do José da Glória e do Jango, à ponte sobre o Ribeirão Lajeado, localizado no Bairro.
No ano de 2.003, por ocasião da 20a. Festa da Uva, o viticultor Luiz Carlos Boro, do Bairro, foi premiado devido a ter apresentado o cacho de uva Itália mais pesado: 3.380 kg.
No ano de 2.004, as águas do Rio Lajeado, outrora claras e geladas, de diversas e lindas cachoeiras, tornaram-se bastante turvas em consequência da enorme quantidade de esgotos domésticos que nele eram despejados. 
Os peixes, uns morreram, muitos foram embora, como alegam os moradores. 
As crianças nem ao menos imaginavam os riscos que corriam quando banhavam-se nessas águas.
Nossa Senhora Aparecida protege os moradores do Bairro que dista cerca de 14 quilômetros da sede do município, São Miguel Arcanjo.

Folclore de lá: "A Banda Perdida"

A professorinha recém formada em Itapetininga, Zenith Galvão Terra, teve seu primeiro trabalho educativo em São Miguel Arcanjo, no Bairro de Guararema, lá pelos anos 1.946/ 1.947.
Coube-lhe uma escola mista.
Ela mesma contava que o ônibus a deixava uns dez quilômetros distante da escola e tinha que percorrer esse trecho a pé, sujeita ao ataque de andantes, com seus sacos às costas, e de animais selvagens, inclusive onça, como afirmavam os moradores . Mas não havia outro jeito. Pior quando chovia e a estrada ficava intransitável.
Foi numa dessas manhãs, caminhando tranqüilamente sob o sol ameno de abril que ela ouviu uma orquestra maravilhosa, uns sons extraordinários que pareciam vir lá da sua escolinha, ainda distante alguns quilômetros.
Estranhou bastante, apressou o passo. Pensou que poderia ter sido uma brincadeira no dia do seu aniversário, mas...nem era seu natalício! Algum rádio? Mas ali não havia casa alguma, era só capoeira alta!
Que coisa!
Sobressaltada, o coração pulando dentro do peito, foi chegando devagar, devagarzinho, e quanto mais se aproximava, mais a banda silenciava...até que desapareceu.
O dia passou.
Zenith calada, só cogitava. Não expôs à classe nada do que havia presenciado, ao menos, espiritualmente.
Depois da aula, decidiu ir até a venda do Pio Válio, pertinho da capela do lugar. Quem sabe ele poderia explicar, ele que era músico, tocava bandolim e também curava as pessoas de muitos males.
Servindo um copo de água para a mestra, ele ouviu o relato, depois parou e olhou bem nos seus olhos, meio complacente e desconfiado:
- Dona Zenith, eu costumo ouvir essa banda na sua escola, mas só quando engulo umas cachaças a mais, mas...a senhora?
Mais do que assustada, a professora comprou ali na venda mesmo o último crucifixo que havia e pendurou-o para sempre do lado de fora da porta da escola.
Ainda ouviu a tal banda tocar umas três vezes.
Depois, nunca mais, graças a Deus.
Deve ter sido o crucifixo!

- Do livrete "Causos e Conformes" - volume I- publicação da Associação Casa do Sertanista de São Miguel Arcanjo- Editora Trombetti - 2.010.

NOTAS POLICIAIS E OUTRAS NOTAS PUBLICADAS NA IMPRENSA LOCAL

Como em todo lugar, também lá há violência.
Em agosto de 1.991, lá foi encontrada morta uma recém nascida. Segundo investigações, era filha de Silvana Braz de Souza que teria tido um relacionamento amoroso com Carlos Roberto de Camargo, trabalhador na Construtora Tardelli que pediu à moça que fizesse um aborto, no que não foi atendido. Quando sentiu as dores do parto, a mulher se dirigiu até um córrego que passava atrás do quintal de sua casa e lá deixou que a criança caísse na água; ao retirar o corpo da água e percebendo que o mesmo já se encontrava sem vida, pediu a ajuda da mãe e enterrou perto dali. Um dia, o mau cheiro fez com que uma vizinha se empenhasse em vasculhar o local até encontrar o cadáver de uma criança, comunicando o fato à polícia de São Miguel. 
O Delegado da época era o Dr. Reinaldo Antonio D. Ferreira. 
No setor esportivo, um amistoso que deu o que falar aconteceu em 1.995, quando a equipe de futebol feminino do bairro foi goleada em 15x0 pela equipe do Esporte Clube São Miguel comandada por Antonio Bonafonte, o popular ‘Boi’.
Em maio de 1.995, João Dark Ribeiro, morador no bairro, completamente embriagado, provocou grandes estragos no estabelecimento comercial de Armelindo Loureiro Bexiga, onde, depois de ofendê-lo com palavras, quebrou uma estufa de salgadinhos e atirou no mesmo.
Na noite de 28 de dezembro de 1.995, assaltantes roubaram duas caminhonetes, televisão colorida, vídeo cassete, aparelho de som 3 em 1, freezer, geladeira e dois celulares pertencentes ao viticultor Romeu Caim, depois de dominarem a esposa dele, Silvana de Moraes. 
Em 2.001, diversos contraventores como palmiteiros, caçadores e pescadores portando material ilegal foram ali surpreendidos. Tráfico de entorpecentes e crimes sexuais envolvendo até adolescentes aumentavam na localidade.
Consta que no ano de 2.001 um piloto comandante aviador que aposentou-se depois de ter voado cerca de 16 mil horas era proprietário de um sítio no lugar. Chamava-se Antonio Alfredo Baliú.
No ano de 2.002, elementos armados e encapuzados renderam o casal Rose e Antonio, roubando dois caminhões.
As notas reproduzidas da imprensa local:

































ESBOÇO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES CRIADA EM 2003: