terça-feira, 31 de julho de 2012

ESTÓRIAS QUE O NARLIR MIGUEL ESCREVEU.


Na década de 70, Narlir Miguel escrevia no jornal “Folha de São Miguel Arcanjo”, que pertenceu ao saudoso Ivo Cerqueira, de Itapetininga, mas tinha a colaboração, além do Narlir, de pessoas daqui, tais como: Osmar Rodrigues dos Santos, os irmãos Ari e Orlando Leme Pinheiro, os estudantes do Colégio “Nestor Fogaça”, que faziam entrevistas, Alcindo dos Santos Terra, Ferdinando Cipó Júnior (pseudônimo do popular Gijo Valio, pai de Luiza Válio), Aylton José Seabra, Ercílio de Camargo, Dona Nina, Miguel Terra Domenici, Antonio Galvão Terra, Cassiano Vieira, etc.
Roque Mariano Ribeiro era o Redator-chefe; Mário Leite, o Agente publicitário.
Há muito tempo não existe mais esse periódico.
Os escritos de Narlir Miguel são fantasiosos.
São causos que lhe foram transmitidos, talvez, por alguém muito próximo da família do Tenente Urias, nascido em 1.792 e falecido em 1.881. Ou por alguém que decidisse fazer uma história desses pedacinhos de estórias colhidos ao longo da vida e que todas as pessoas carregam na memória.
Uns dizem que essa pessoa seria Domingos Nogueira de Medeiros, o Tico Medeiros.
Mas que mal há nisso?
A VIAGEM TRÁGICA, a seguir, termina falando dos últimos dias do filho do Tenente Urias, o Urias Júnior.
Nessa seqüência, entremearam-se lembranças da família.

VIAGEM TRÁGICA – Encontrar cobra é mau agouro.

Conta o Geraldo, companheiro de viagem do Urias, que depois que fizeram a jornada do dia, atravessando ribeirões e serras, chegaram, ao anoitecer, num rancho abandonado no meio da selva, descarregaram o cargueiro que levavam com os mantimentos e, enquanto um mexia nos trens de cozinha, outro tratava da limpeza do rancho com uma vassoura improvisada. Na primeira vassourada, sentiu um peso no arrastar os ciscos e, em seguida, ouviu um som esquisito, que logo conheceu que era guiso de cascavel. 
Acenderam, então, as tochas de taquara e com o clarão mataram a serpente.
- “Mau agouro”, exclamou o filho do Tenente Urias - “Cobra no primeiro rancho de pouso? Isto é mau sinal. Vamos ter muita dificuldade nesta viagem e, talvez, algum atrapalho muito sério”.
- “Que nada disso, patrão”, exclamou o camarada Geraldo - “Isto é um bichinho ruim, mas vive dormindo maior parte do tempo. Não ataca ninguém, sem pisarem nela, aí, então, é que se transforma em coisa ruim e dá sua bicada na gente, mas isso não é de alarmar, desde que o Tenente ensinou e provou que o melhor remédio para isso é o tafiá em boa dose e o fumo mascado e posto no lugar da sisura. Quando abrimos a estrada que o Tenente empreitou de Itapetininga até a afluência de Assungui com Juquiá, onde cruzamos a picada com a estrada dos Jesuítas, eu fui mordido por uma cascavel medonha e, para sarar, não precisou mais do que isso: tafiá na garganta e fumo mascado na ferida".
Jacinto concordava, sem interromper o serviço de preparar o poiá para colocar as panelas, enquanto Bernardo lenhava.
Como era difícil a lenha seca na floresta virgem, Bernardo procurou e achou uma gigantesca árvore, que o povo denomina por “guapeva” e, depois de tombá-la, tirou dela umas lascas para queimar, porque, mesmo verde, essa madeira produz chama logo ao encostá-la ao fogo.

VIAGEM TRÁGICA – Onça boazinha

Passava da meia noite.
Urias Júnior, sentindo bastante frio, viu que estava sem o seu cobertor. 
Chamou pelo Jacinto, dizendo-lhe que ele estava descoberto; este acendeu a luz e verificou que o cobertor estava embolado a uma certa distância. 
Pertinho dos barrotes do paiol, notou uma pintada.
A onça enfiava as patas no vão dos barrotes e arrastava o cobertor, mas logo ao perceber a claridade da luz, fugiu rapidamente.
- “É uma pintada, patrão, deve estar farejando a par do rancho”.
- “ Que bicho teimoso! Imagine! Tentou tomar meu cobertor”.
- “Dê um tiro nessa diaba, a picapau está ali dependurada” – disse o Bernardo.
- “Não adianta”, respondeu Urias - “Esperdiça a pele e nós estamos viajando e não temos tempo para cuidar do couro”.
Já tinha amanhecido. 
Fizeram o fogo e prepararam o café adoçado com rapadura. Abriram o saco de paçoca que Dona Maria Bárbara de Jesus tinha lhes preparado para completar a matula da viagem, comeram, arrearam o cargueiro e seguiram a viagem, caminhando por trilhos abertos por animais selvagens daquela região.
O sol já estava no Zenit, fizeram uma parada para o almoço e depois continuaram suas viagens acompanhando as águas que desciam em demanda dos grandes rios.
Antes de anoitecer, chegaram à margem de um rio.
Improvisaram, então, um ranchinho, cobriram com folhas de palmeiras, desarrearam o cargueiro, prepararam a janta, estenderam suas cobertas e dormiram.
No dia seguinte, depois que fizeram as refeições do costume, amarraram os animais num pé de caneleira, com bastante folhas de palmeira na sua frente, abriram uma picada a facão até chegar na margem do rio. 
Contemplaram aquela água serpenteando, serena, no meio da floresta brava, raivosa e espumante quando encontra algum obstáculo a sua frente.
Do lado direito do rio, levantava-se uma serra despida de arbustos, mostrando quase perpendicularmente a cor das suas lajes cinzentas que desciam até às margens do rio e às vezes entravam dentro da água.

VIAGEM TRÁGICA – Lembranças de casa
  
Todos os sábados reunia-se a família com os seus instrumentos musicais: "Chico Bumbeiro" no bumbo, Inácio e Nilo na bateria e os filhos do tenente: Antonio Albino, Inácia, Maria Teodora, Constância, José Galvão, Maximina, Teresa e Urias com sua mãe dona Maria Bárbara de Jesus, segunda esposa do Tenente Urias, e alguns vizinhos de perto.
A principal dança é a quadrilha, marcada em francês, no som dos instrumentos musicais acompanhados pela bateria que faziam eco pelas encostas da Horta Grande.
A pretinha Bemvinda corria, gingando ao som da música, da cozinha para a sala, trazendo café e licores caseiros para as visitas e às vezes um bilhetinho fechado na mão, de Maximina para o Miguel Terra, e levava de volta a resposta.
Teresa, viúva, não tomava parte no baile, mas ajudava sua madrasta no preparo de petiscos deliciosos, que todos os fins de bailes serviam às visitas, como sopa de fubá e palmito, café, chá, bolinhos de fubá mimoso, biscoitos de polvilho e mais variedades de doces caseiros.
Só não formava baile quando o Tenente ausentava, viajando para Casa Branca em visita à filha que lá ficou, ou em São Paulo em busca da última prestação da estrada que abriu por conta do Governo do Estado, de Itapetininga a Juquiá, mas, em compensação promoviam jogo de víspora que ia até meia noite. Enquanto isso, os amores de Miguel e Maximina ficavam cada vez mais adiantados e mais reais, graças aos bilhetinhos que a preta Bemvinda entregava ao noivo e vice-versa.
Procedentes de comum estado, ambas as famílias Nogueira e Terra se deram tão bem e de cuja amizade teve por resultado o contrato de casamento de Miguel com Maximina, realizado logo depois, com toda a cerimônia.
No dia marcado, partiram os acompanhantes do noivo a cavalo, de suas moradas em direção à sede da Paróquia onde se encontraram com a noiva e seus padrinhos.

VIAGEM TRÁGICA – E mais lembranças.

A noiva, também acompanhada do padrinho e mais gente, vinha montada no melhor cavalo da manada arreado com o silhão novo de cores vivas e purpurantes. 
As rédeas e o bossal, feitos com charruas de couro de veado curtido por um hábil trançador.
O noivo estava na igreja quando a noiva entrou no braço de seu pai que entregou-a ao noivo que esperava ao pé do altar onde se achava também o padre.
O casal ajoelhado, o sacerdote realizou o casamento com toda a cerimônia e depois deu os parabéns aos noivos, felicitando-os pelo feliz enlace, seguido por todos os presentes.
Terminada a cerimônia, todos montados a cavalo dirigiram-se à casa do pai da noiva, soltando foguetes, fazendo piruetas com o cavalo e dando vivas aos noivos e a todos os seus familiares até chegar na fazenda, onde estava armado o empalizado na frente da casa com tachos e panelões cheios de comida fumegando, um tablado rodeando a cozinha com quatro homens prontos para servir os convidados de qualquer direção que chegassem.
A notícia do casamento tinha corrido por todos os bairros e capoavas. 
Só uma notícia de festa que tinha boi era o bastante para todos os moradores da redondeza virem, uns a cavalo, outros a pé e ali no empalizado comiam, bebiam, dançavam e cantavam até à madrugada.
Terminada a festa, Miguel arriou seu cavalo e o da noiva, despediu-se de seu sogro e seguiu para sua casa e ali chegando fez apear a noiva entregando-lhe a casa mobiliada com todos os apetrechos caseiros.
Com esse casamento, aumentou o município de Fazenda Velha de São Miguel mais um fogão e uma casa para hospitalidade, onde agasalhava um casal descendente de famílias honestas e religiosas, obedientes às tradições dos seus antecessores e as recomendações do Nosso Senhor Jesus Cristo que disse: “Crescei e Multiplicai”.
Desse enlace vieram à luz diversos filhos, todos possuindo, desde o lar, uma educação exemplar e que constituíram a tradicional família Terra, a quem a antiga Fazenda Velha de São Miguel deve muitos benefícios.
  
VIAGEM TRÁGICA – Cadê o ouro?

Nas margens do Rio Ouro Fino, estavam lá Urias Júnior e os empregados.                              
Era certo o que afirmava Jacinto.
Foi desse ouro colhido nestas correntes por esse sistema que o Tenente Urias, em Casa Branca, exibiu à vista de todos os seus parentes e amigos quando desenrolou um frasco entornando seu conteúdo sobre a mesa da varanda da casa de sua filha, dona Iria Leopoldina, e de cujo ouro foram presenteados quase todos os parentes, que alguns deles fundiram e transformaram em jóias preciosas que conservam até hoje.
Enquanto Jacinto falava, Urias estava sentado na margem do rio bebendo água com a côncova das mãos e contemplando as águas mansas e serenas que venciam todos os impecilhos para chegarem ao seu destino que é o grande Oceano.
Caminharam água acima procurando algum vestígio onde poderia estar o ouro enterrado.
Cavaram embaixo das árvores até descobrirem suas raízes, roçaram grande extensão de matas, deslocaram pedras, e nada apresentou vestígio de ouro enterrado.
Pararam e olharam um para o outro, querendo dizer:
 - “Estamos feitos bobos”.
Mas essa expressão não partiu de nenhum deles.

VIAGEM TRÁGICA –  O pai, um sábio.

O sol já estava no Zenit.
Sentaram Jacinto e o patrão, tomaram café, levantaram e continuaram o mesmo trabalho.
Queriam ao menos achar algum vestígio de morada para ali revolverem terra, arrancarem árvores, abrindo covas na terra até encontrarem o ouro cobiçado.
Não foi possível.
Voltaram desanimados para o rancho, de cabeça baixa e quase desiludidos.
A panela estava no trempe. 
Fizeram fogo, temperaram o feijão cozido, cozinharam o arroz e jantaram. 
Em seguida, acenderam seus cachimbos e, depois de cada um fazer sua pitada, dormiram.
No dia seguinte, Urias levantou meio risonho e quando lhe trouxeram o café, olhou para os dois empregados e disse:
- “Eu tive um sonho esta noite. Não é totalmente um sonho, mas uma visão que me abriu os olhos e despertou a inteligência para resolver um problema. Aqui não tem ouro e nunca existiu ouro enterrado. Meu pai quis aplicar-me a fábula do homem que, ao morrer, recomendou aos filhos que cavassem a terra de uma certa área de chão, onde existia um tesouro enterrado que os enriqueceria para o resto da vida. Os filhos cumpriram à risca o conselho do velho e não acharam o ouro cobiçado, mas como a terra já estava cavada, plantaram nela trigo e o trigo já estava produzindo tanto que trouxe a riqueza a todos e com isso eles entenderam a intenção do velho”.

VIAGEM TRÁGICA – Terras dadivosas

- “Está tudo esclarecido. Meu pai queria que eu conhecesse bem estas terras através da demanda do ouro que não existe em montões, mas, com isso descobriria terras de boa qualidade onde poderia estabelecer uma morada e formar uma fazenda que, para o futuro, seria melhor do que o ouro enterrado”.
Diante dessa idéia nova e acertada, os dois empregados arregalaram os olhos admirados e, depois de uma pausa, Jacinto falou:
- “Se é esta a intenção do velho Tenente, vamos, então, para as bandas do Tamanduá; lá que estão as terras de primeira qualidade, onde se encontra aroeira, casco de vaca, peroba, pau de alho e outras árvores que são padrão de terras de primeira. Daqui, seguiremos ao Sul. Temos que atravessar o Rio Ouro Preto, depois o Ribeirão de Fartura, pendente um pouco para o Nascente. Chegaremos ao Divisor das Águas, que é a Serra da Fartura, e dali em diante se estende a terra do Tamanduá, cortada por um ribeirão que tem o mesmo nome, onde pesquei muitos lambaris e catei camarões”.
Diante desse esclarecimento, Bernardo, então falou:
- “Daquele lugar colhemos muita jabuticaba e levamos para a sede do Moinho que a senhora dona Maria Bárbara e outros chuparam. Patrão, lá existem pés de café nativos em plena produção, tem goiabeiras e mexeriqueiras abandonadas que vegetam espontaneamente na beira de um lago maravilhoso com grandes quantidades de peixes e camarões, rodeado de uma praia onde pode ser instalada uma linda fazenda”.
- “Não procuro mais ouro” – disse Urias. “Já modifiquei a minha opinião. Vamos procurar a terra boa, vamos para o Tamanduá”.
A resolução daquele homem foi rápida e ligeira e também firme, predicados aliás herdados de seu pai, daquele homem que revolucionou municípios, empreendedor de grandes viagens, valente e destemido.

VIAGEM TRÁGICA – A Morte do Caçula
  
Bernardo seguiu na frente puxando o cavalo. Atrás ia o Jacinto e logo o Urias Júnior.
Deram uma pequena volta até chegar numa bacia onde podiam transpor o rio a nado. 
Entraram na água, erguendo a roupa até onde a água podia alcançar, seguindo em fila.
Já tinham transposto a metade do leito do rio, quando Bernardo e Jacinto ouviram um tombo e um corpo boiando sobre a água.
Era Urias que tinha desmaiado e caiu na água perdendo os sentidos.
Ambos correram para acudi-lo, erguendo o corpo inerte e já sem sinal de vida.
Jacinto desarreou logo o cargueiro e tirou de uma sacola folhas secas, fez fogo, colocou a chaleira, esquentou água e preparou um chá, encheu uma caneca e tentou fazer o filho do Tenente tomar.
Debalde.
Urias não reagia.
Estava completamente morto.
Ambos então prostraram-se de joelhos e ali naquele lugar ermo, sob o transpassar da brisa e sussurro das águas do rio, levantaram as mãos para o céu e, com lágrimas nos olhos, rezaram um Padre Nosso e depois entreolharam com ar de indagação.
- “Eu vou”. – disse, levantando-se Jacinto- "Você fica guardando o corpo até eu voltar com os homens”.
No mesmo instante, pegou um cajado na mão, tomou a vereda mais conveniente e seguiu em direção a Casa Branca.
Cortou curvas, aproveitou atalhos e apressou os passos para chegar o mais depressa possível e dar a mais triste notícia.
Eram dez horas da noite quando na Casa Branca escutaram uma batida na porta.
O Tenente estava se preparando para dormir. 
Veio, abriu e viu na sua frente seu fiel camarada Jacinto naquela hora da noite.
Profetizou mal as coisas com aquele inesperado encontro e por um instante ficou emudecido.
O mau agouro fez tremer aquele homem que nunca tremeu, o herói dos Pampas, o afugentador das feras, o desbravador das matas.
Finalmente acalmou e perguntou do acontecido.
Jacinto com a cabeça baixa respondeu:
- “Urias morreu”.
- “Como e quando?”- perguntou o Tenente.
- “Foi um desmaio nas águas do Rio Ouro Fino”. – respondeu Jacinto.
- “Fale baixo, não deixe dona Bárbara ouvir. Convide os vizinhos, siga até o Lajeado, avise Mizael, Antonio, José Galvão e os pretos Chico e Anacreto e outros, que tragam a rede e sigam para encontrar conosco lá pelas bandas do Retiro”.

VIAGEM TRÁGICA – Grande Dor

O Tenente ficou preocupado com Maria Bárbara, como ela ia receber este golpe e sofrer com a morte do filho querido e pensava assim:
- “Tanto ela como eu ficaremos de hoje em diante com nossas vidas abaladas, pois era o filho caçula, o mais querido dos irmãos, enfim, paciência, assim que Deus quis. O que preciso agora é fazer um bom enterro para ele. Estamos agora no fim da semana e o cônego Júlio Marcondes costuma vir de Itapetininga à capela da Fazenda Velha para rezar a missa de domingo. Meu Urias não irá ser enterrado sem a devida recomenda e a missa de corpo presente”.
O pessoal da Casa Branca e seus vizinhos já estavam mais ou menos sabendo da trágica ocorrência. 
Saíram todos ao encontro da rede, apressando-se em substituir os que vinham carregando depois de apresentar suas condolências ao Tenente.
Quando o corpo chegou na casa, saiu o resto do pessoal encontrá-lo no terreiro, com exceção de dona Maria Bárbara que não conseguiu transpor o limiar da porta, dando um grito abafado e desmaiou.
O Tenente vendo isso, correu para acudi-la e levou-a para a cama, enquanto as enteadas preparavam-lhe um chá de melissa.
O caixão já estava pronto. 
Tiraram, então, o corpo da rede e puseram-no dentro do caixão e depois colocaram-no em cima de uma mesa que já estava coberta com uma linda  alcatifa gaúcha com a qual o Tenente tinha presenteado Maria Bárbara no dia de sua segunda núpcia.
Todos reunidos em redor do caixão, começou o velório.
Lá estava toda a irmandade, inclusive Maximina com seu esposo Miguel Terra que já tinham vindo quando receberam a triste notícia.
A viúva do falecido, dona Olímpia, com seus cinco filhos, estavam também ao redor do caixão. 
Todos rezaran o terço, cantaram hinos religiosos e tristes até o amanhecer.
Quando clareou o dia, carregaram o caixão para a sede da capela da Fazenda Velha onde estava o Cônego Júlio Marcondes de Araujo esperando.
Depois de administrar a benção, foi rezada a missa de corpo presente. 
Em seguida, retiraram o corpo, levando-o para o cemitério onde foi sepultado.

VIAGEM TRÁGICA – A Troca

Nos dias de permanência na paróquia, o Cônego Júlio Marcondes de Araujo e Silva era convidado por Miguel Terra e sua esposa, dona Maximina, para hospedar-se em sua casa.
Numa dessas visitas, Maximina manifestou a idéia de fazer uma doação a São Miguel, o padroeiro do lugar.
O Cônego lhe respondeu:
- “É muito fácil, minha filha. Para prover convenientemente a capela de São Miguel Arcanjo da Freguesia da Fazenda Velha é fazer-lhe doação de um patrimônio que circunda a capela, cuja área, atualmente, pertence aos espólios do Tenente Urias, seu falecido pai”.
- “Mas esta terra não me pertence, Cônego. Ela coube no inventário a minha irmã Teresa” – respondeu Maximina.
- “Não há dificuldade nenhuma” – respondeu o Cônego. “Chame a sua mana aqui, explique o motivo e proponha-lhe uma permuta de terras das muitas que a senhora tem por aí pelas terras que circundam a capela”.
- “Boa ideia, Cônego” – respondeu Miguel. “Esta semana chamaremos a Teresa aqui e proporemos a troca pela parte que nos coube como herdeiros do falecido Tenente Urias, no Ribeirão Fundo, no valor de quinhentos mil réis”.
- “Muito bem. Como tenho que viajar hoje, porque tenho compromissos amanhã em Itapetininga e olhem que cortar seis léguas a cavalo não é brincadeira, na outra semana estarei aqui para ver o resultado”.
Dizendo isso, o Cônego levantou e despediu-se ao mesmo tempo.
No outro dia, Maximina mandou chamar a irmã e propôs-lhe a troca das terras, isto é: o Ribeirão Fundo pelas terras que circundam a capela da Fazenda Velha de São Miguel.
Esta não se opôs, concordando com tudo, ainda mais por saber que o referido terreno iria ser doado ao patrimônio de São Miguel Arcanjo que era também a vontade de seu falecido pai, que tantas vezes manifestou essa idéia.
No fim da semana, o Cônego estava lá para saber o resultado da conversa da semana passada e qual foi a idéia de Teresa sobre a troca das terras.
- “Tudo foi muito bem, senhor Cônego. Ainda mais. Minha irmã disse que esta doação era da vontade do nosso falecido pai”.


VIAGEM TRÁGICA – Uma casa para o padre    

- “Cônego Júlio Marcondes, todos nós que estamos aqui reunidos e mais alguns que não assistiram a essa reunião, comprometemo-nos em construir uma residência para o novo vigário, uma vez que ele se comprometa a residir definitivamente entre nós”.
- “Muito bem, meus paroquianos, gostei muito de suas boas vontades” – respondeu o Cônego. “Espero que o milagroso São Miguel Arcanjo, o Anjo que defendeu o Reino do Céu, estenda suas asas sobre esta paróquia e guie seus habitantes, traçando-lhes, com a ponta de sua espada, o caminho do bem e do progresso”.
A promessa foi cumprida e dentro de uma semana o novo vigário já estava na vila, instalado com nova residência e todo o conforto.
Já se ouvia missa diariamente, celebrava-se casamentos e fazia-se batizados quando procuravam.
A notícia da existência do padre na Vila correu por todos os bairros assim como nas cidades e vilas vizinhas.
De Angatuba, vieram fixar residência aqui dois professores: José Monteiro de Carvalho e Francisco das Chagas Monteiro, conhecido por Chico Lagoa, porque residiu e lecionou para crianças no Bairro da Lagoa, onde existia uma lagoa que já secou.
De Itapetininga, o coronel Manoel Fogaça de Almeida e seus irmãos Pedro e José Fogaça.
Imigrantes italianos, sírios e libaneses vieram fixar residências aqui, dada a notícia do progresso da Vila de São Miguel Arcanjo, município afamado pela plantação e fabrico de fumo de corda.

VIAGEM TRÁGICA – Ideia de Emancipação

Veio nos habitantes da Vila a idéia de emancipação.
Fizeram um requerimento à Câmara Municipal de Itapetininga para certificar o seguinte: extensão territorial, densidade da população e número de prédios existentes aqui.
O portador foi o Capitão José Leme Brisola.
A Câmara de Itapetininga não quis atestar o tal requerimento, alegando que a Vila de São Miguel Arcanjo não passava de um amontoado de vinte casebres sem alinhamento e que não existia um só prédio condigno para servir de paço municipal.
Diante desta declaração, o Capitão José Leme Brisola, num assomo de cólera, picou em pedacinhos o tal requerimento e saiu da sala da Câmara riscando a roseta da chilena no assoalho do paço municipal.

VIAGEM TRÁGICA – Nefasta política

Surgiu a nefasta política como um cancro que infesta o corpo humano.
Infestou o ideal puro e são daquela gente. 
Veio a divergência e a desorganização. 
Ninguém mais entendia ninguém. 
Tornou-se como fosse a passagem bíblica do tempo da construção de Babilônia. 
Cada grupo com ideal diferente. 
Famílias em divergência. 
Irmão contra irmão e pais contra filhos e filhos contra pais.
Assisti a casos de um irmão denunciar, falsamente, seu próprio irmão para afastá-lo de um mísero cargo que ocupava. 
Enredos, traições, mexericos e bisbilhotices por todos os cantos. Ninguém podia mais ficar indiferente à política, mesmo que não fosse eleitor. 
Ameaças e violências aconteciam diariamente.
De um lado eram os hermistas e de outro lado os civilistas. 
Era a disputa de uma eleição federal entre o Marechal Hermes da Fonseca e o dr. Rui Barbosa, este apoiado pelo Estado de São Paulo e mais poucos Estados do Brasil. 
Quanto ao resto da Nação, estava ao lado do Marechal Hermes que ganhou a eleição. 


                                                FIM

O RETRATO QUE NÃO EMBRANQUECEU.


                                                         O RETRATO  

A morte do Tenente Urias deu-se no ano de 1.881. 
Junto aos seus pertences, encontrou-se, alguns anos depois, o retrato de um cidadão bastante estranho, muito sisudo, tipo austero e completamente desconhecido da família. 
Na dedicatória, assim estava escrito:
- “ Oferecido ao Tenente Urias Emygdio Nogueira de Barros em sinal de nossa amizade que temos e espero em Deus que havemos de conservar e se não acredita que sou seu amigo eu juro ficando branca esta figura. Sorocaba, 6 de abril de 1.875”.
Mais de cem anos se passaram e a figura não desapareceu e nem ficou branca. 
Com certeza, eram almas gêmeas. 
Dá para acreditar em almas gêmeas?
Bem, só não se sabe é que fim levou a fotografia!

domingo, 29 de julho de 2012

PAULO MANOEL FEZ UM VÍDEO SOBRE O GINÁSIO DE SÃO MIGUEL ARCANJO/VIRGÍLIO MAYNARD/ NESTORZÃO.

GINÁSIO ESTADUAL "VIRGÍLIO MAYNARD"


Teve essa denominação o primeiro Ginásio Estadual de São Miguel Arcanjo.
Sua inauguração deu-se no dia 30 de setembro de 1.966.
O ato foi abrilhantado pela banda da Guarda Civil de São Paulo.
Compareceu às solenidades o saudoso Bispo Dom José Melhado de Campos, administrador apostólico da Diocese de Sorocaba, que celebrou a missa.
Depois da morte do prefeito Nestor Fogaça, houve empenho de alguns políticos locais que requereram ao Governo do Estado a possibilidade de dar seu nome a esse estabelecimento de ensino, no que foram atendidos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

SÃO MIGUEL ARCANJO - 1.959, 64, 71 e 76.


SÃO MIGUEL NO ANO DE 1.959
As escolas rurais do município mais pareciam uns criadouros de cabras e porcos, apesar das verbas que eram votadas todos os anos para sua conservação. 

Não havia educação de adultos, muito embora a verba de 20% da arrecadação de impostos estivesse sendo cobrada. 
Não se aplicava nenhum incentivo em benefício da ordem rural. 
Os mais carentes não recebiam ajuda do governo municipal e nem estadual. Sequer agasalhos, alimentos, roupas ou medicamentos eram distribuídos por aqui. 
Até mesmo os proprietários das casinhas cobertas de sapé situadas na Vila Bela Vista e nos subúrbios da cidade eram obrigados a pagar impostos. 
Moradores de bairros como Santa Cruz, Turvinho, Turvo dos Calaças e Justinada requeriam cemitérios próprios, sem nenhuma satisfação ou retorno. 
As motoniveladoras só passavam pelas estradas em vésperas de eleições. 
As pontes não estavam sob responsabilidade de técnicos preparados quer para sua construção quer para reparos. 
Não havia Departamento de Obras. 
Rede de água e esgoto, nem pensar. 
O telefone funcionava de modo sofrível. 
As ruas não eram calçadas e nem asfaltadas. 
Os distritos de Abaitinga e Santa Cruz jamais se transformaram em Distritos de Paz, como já estava projetado dez anos atrás. Encontravam-se ambos abandonados pela administração. 
Parece que o mandatário da época tinha medo de perder o controle do poder caso isso acontecesse. 
E mesmo os distritos policiais, que também já haviam sido criados e nomeadas as respectivas autoridades, jamais foram inaugurados. 
Na época, o vereador Aristeu Válio fez despesas com isso do seu próprio bolso. 

SÃO MIGUEL NO ANO DE 1.964

Quem deixou escrito na imprensa da época foi Narlir Miguel. Assim: 
"O jornal é uma verdadeira alavanca e o jornalista que maneja com ele arranca os mais proveitosos empreendimentos para a terra onde esse jornal se publica. Tomamos por exemplo os melhoramentos que temos em vista como água, construção de ginásio e de Santa Casa. Esses constituem, sem dúvida alguma, a vida do nosso município. Todas começadas, porém, nenhuma terminada. Urge então o manejo da poderosa alavanca que é a imprensa para pedir, insistir e finalmente exigir dos poderes públicos ou de quem estiver encarregado da execução dessas obras, porque sem elas realizadas não sabemos se estamos residindo em bairro ou algum arraial. 
Os poços, devido a estiagem, estão secando; os doentes morrem por falta de assistência hospitalar e também os nossos jovens estudantes terão que matricular-se em outras cidades por falta de comodidades no grupo escolar local onde funciona provisoriamente o ginásio. 
Em São Miguel Arcanjo, 14 de fevereiro de 1.964". 

CENSOS 
Em 1.960: 11.604 habitantes, sendo na zona rural 7.871 almas e na zona urbana 3.633. 
Em 1.970: 13.830 habitantes, sendo 8.654 na zona rural e 5.176 na zona urbana. 
Em 1.976, cerca de 18.000 habitantes, sendo 10.000 na zona rural e o restante na urbana. 

A PREFEITURA NO ANO DE 1.971 
Contribuía com: 
-Associação Paulista dos Municípios; 
-Associação Brasileira dos Municípios; 
-Caixa Escolar; 
-Escolas Reunidas do Bairro do Taquaral; 
-Parque Infantil anexo ao ‘Gomide’; 
-Grupo Escolar ‘José Gomide de Castro’; 
-Mobral; 
-Colégio Nestor Fogaça; 
-Transporte de alunos; 
-Bolsa de estudos; 
-Corporação Musical; 
-Sport Club São Miguel; 
-Botafogo Futebol Clube; 
-Santa Casa de Misericórdia; 
-Asilo S. Vicente de Paulo; 
-Indigentes. 

SÃO MIGUEL NO ANO DE 1.976 
Nesse ano, cerca de 280 aparelhos telefônicos existiam na cidade, sendo o serviço executado pela Cotesp. 
Apenas dois canais de televisão serviam para o lazer da população, o da Globo e o da Bandeirantes. 
Das 34 ruas, só vinte por cento delas eram pavimentadas. 
Duas praças públicas, a ‘Tenente Urias’ e a ‘Antonio Ferreira Leme’. 
Nove indústrias, nenhuma delas com mais de cem empregados.
Sessenta e duas casas comerciais.
D
uas distribuidoras de gás (do Licério de Oliveira Pinto e do José Ramos).
Três postos de gasolina. 
Dois estabelecimentos de ensino primário e um secundário. Havia cinco postos do Mobral, com 84 alunos. 
A Santa Casa de Misericórdia possuía 15 leitos. 
Um Posto de Saúde do Estado funcionava na cidade. 
As duas ambulâncias que atendiam as emergências eram mantidas pela Prefeitura, na época sob o governo de José França. 
José França era motorista, com instrução primária, foi vereador e prefeito de 31 de janeiro de 1.973 a 31 de janeiro de 1.977. 
Apenas dois dentistas mantinham consultório na cidade. 
Já havia o Sindicato Rural Patronal. 
Duas farmácias apenas. 
Nessa data havia a Delegacia de Polícia de 5ª.classe e o Destacamento da Polícia Militar com nove homens. 
A cadeia tinha capacidade para dez pessoas e não havia nenhum preso guardado por ela. 
Os imóveis rurais cadastrados somavam 1.280. 
Veículos, 450. 
Apenas 40 tratores. 
Só uma agência bancária. 
No total, 4.623 eleitores estavam registrados no município. 
Nove vereadores preenchiam as vagas limitadas à Câmara Municipal, sendo seu presidente o Orlando Rosa, um comerciante, com grau secundário, plantador de cogumelos e músico nas horas vagas. 
Eram 16 os cargos criados por lei na Prefeitura. 
Havia 55 elementos para trabalhar no setor de obras. 
Apenas 8 professoras contratadas. 
Não havia Terminal Rodoviário.
Os ônibus utilizavam as ruas próximas da Matriz para esperar passageiros. 
De um total de 18 mil habitantes, 8 mil viviam na cidade e o restante na zona rural.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

PROFESSOR XENOFONTE STRABÃO DE CASTRO.


Na rua Abelardo Alves de Paiva, número 53, localizada no Jardim Santa Inês, na cidade de São José dos Campos, existe uma escola que foi denominada "Escola Estadual Xenofonte Strabão de Castro", em homenagem a esse professor que na década de 30 lecionou na escola do Bairro do Taquaral Acima, em São Miguel Arcanjo.
Quem foi o professor Xenofonte?
Xenofonte Strabão de Castro foi o único filho de José Gomide de Castro, que deu nome a nossa Escola Estadual, hoje Municipal, "José Gomide de Castro" e que se casou com Rubina de Oliveira.
Casado com Ruth de Figueiredo, tiveram dois filhos: Márcio e Marilda Figueiredo de Castro.

LINDOLPHO PINHEIRO / ZULMIRA MARIA DE PROENÇA

JUÍZO DE CASAMENTO


Faço público que pretendem-se casar: Lindolpho Pinheiro e dona Zulmira Maria de Proença. Ele, solteiro, lavrador, com 25 anos de idade, natural e residente neste distrito, filho legítimo de Pedro Pinheiro e dona Clotildes Maria, já falecida. Ela, solteira, de prendas domésticas, com 17 anos de idade, filha legítima de José Pedro de Proença e dona Anna Theolinda, todos residentes neste distrito.
Apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 180 do Código Civil.
Se alguém souber existir algum impedimento, acuse-o nos termos da lei para os fins legais.
São Miguel Arcanjo, 08 de julho de 1.931.
O Oficial
Camilo José Gonçalves.

MANOEL VICENTE PENTEADO / LUIZA CÂNDIDO DA COSTA

EDITAL DE PROCLAMA


Faço público que pretendem-se casar: Manoel Vicente Penteado e dona Luiza Cândido da Costa. Ele, solteiro, lavrador, com 25 anos de idade, natural do distrito de Itapetininga, residente no Bairro do Brejaúva, deste distrito, filho legítimo de Américo Vicente Penteado e dona Vitalina Maria do Espírito Santo, já falecida. Ela, solteira, de prendas domésticas, com 20 anos de idade, natural e residente neste distrito, filha legítima de Firmo Cândido da Costa e de dona Maria Emília.
Apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 180 do Código Civil.
Se alguém souber existir algum impedimento, acuse-o nos termos da lei, para os fins legais.
São Miguel Arcanjo, 08 de julho de 1.931.
O Oficial
Camilo José Gonçalves.

ABDALA JABUR/ DULCE MONTEIRO

Realizou-se na segunda quinzena do mês de outubro de 1.931, o enlace matrimonial do senhor Abdala Jabur, comerciante nesta cidade, com a exma. senhora dona Dulce Monteiro, filha de dona Altina Arnóbio Monteiro.
Paraninfaram os atos civil e religioso, que se realizaram na casa de residência do noivo, os senhores João Paulino da Silva e Antenor Moreira Silvério, por parte da noiva, e os senhores João Brisola Duarte e José Pedro Stransburg Júnior, por parte do noivo.
Após o ato, foi servido aos inúmeros convidados chops, refrescos e doces em profusão.

BENEDITO NUNES VIEIRA/ MARIA OLIVA.

JUÍZO DE CASAMENTO


Faço saber que pretendem-se casar:
Benedito Nunes Vieira e dona Maria Oliva. Ele, solteiro, com 18 anos de idade, profissão lavrador, natural e residente neste distrito, filho de Joaquim Nunes Vieira e de dona Maria Francisca do Calmo, residentes neste município. Ela, solteira, de prendas domésticas, natural e residente neste município, filha de Delfino Pereira da Silva e de dona Joaquina Maria da Conceição, todos residentes neste município.
Apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 180 do Código Civil.
Se alguém souber de algum impedimento, acuse-o nos termos da lei e para os fins legais.
São Miguel Arcanjo, 20 de outubro de 1.931.
O Oficial
Camilo José Gonçalves.

OBS: não consta idade da noiva.

SELVINO DOMINGUES/ MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO

Juízo de Casamento


Faço saber que pretendem se casar: Selvino Domingues e dona Maria Joaquina da Conceição. Ele, solteiro, lavrador, com 18 anos de idade, natural e residente neste município, filho de Olympio Domingues e de dona Paula Maria da Conceição, residentes neste município. Ela, solteira, de prendas domésticas, com 18 anos de idade, natural e residente neste município, filha de Benedito Macedo e de dona Cezarina da Conceição, residentes neste município.
Apresentaram os documentos exigidos  pelo artigo 180 do Código Civil.
Se alguém souber de algum impedimento, acuse-o nos termos da lei e para os fins legais.
São Miguel Arcanjo, 20 de Outubro de 1.931.
O Oficial
Camilo José Gonçalves.

JOÃO ALFREDO LEME BRISOLLA.


Chamava-se João Alfredo Leme Brisolla o primeiro zelador da segunda capela dedicada a São Miguel Arcanjo, aqui construída. 
Conforme pesquisas, consta que alguém quis tirá-lo do cargo, como demonstra uma carta publicada no "Estadão", edição de 01 de abril de 1.886.
O título: 
"SÃO MIGUEL ARCANJO DA FAZENDA VELHA"

"Senhor Redator:
O zelo, cuidado e assiduidade desenvolvidos pelo senhor João Alfredo Leme Brisolla como zelador da igreja desta freguesia e de seu patrimônio, excitaram o desgosto de alguém que, julgando-se ofendido em seu amor próprio, senão em sua desenfreada ambição, procura promover um abaixo - assinado com endereço a V. Exma. Rvdma., pedindo a exoneração do digno zelador da igreja.
Não se sabe com que fundamento é feito esse pedido de exoneração; sabe-se, porém, que coisa semelhante foi dirigida ao muito reverendo vigário de Itapetininga, que a desprezou, porque esse digno sacerdote conhece de perto o zelador da igreja desta freguesia, e sabe que tem cumprido escrupulosamente com seus deveres.
Sabe-se mais que esse alguém, para obter assinaturas daqueles que não sabem ler, serve-se de um meio bem engenhoso: diz que o abaixo-assinado é para pedir um padre para esta freguesia.
Algumas pessoas, depois de haverem autorizado o assentamento de seus nomes, sabendo que era contra o senhor João Alfredo, o mandaram riscar, por conhecerem o seu caráter e honestidade.
O exposto é bastante para a Exma. Rvdma. avaliar de mérito ou desmérito da tal representação ou abaixo-assinado".

"a) JUSTUS."

Quem seria este Justus?  

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A HOMENAGEM A DANTE CARRARO.

Foi no dia 07 de setembro de 1.950 que os herdeiros do Comendador Dante Carraro promoveram a mais importante festa do ano na cidade de São Miguel Arcanjo.
Aconteceu que na Fazenda Atlântida, das 8 e até às 11 horas, houve demonstração do maquinário empregado na cultura do trigo que aqui foi introduzido por aquele cidadão na década de 40.
Das 12 e até às 14 horas, houve lauto almoço oferecido ao Secretário da Agricultura do Estado lá presente e demais autoridades.
Também um magnífico churrasco foi oferecido aos lavradores, agrônomos e demais convidados.
Nesse churrasco, foi servido pão fabricado com trigo colhido nos últimos dias na própria fazenda e distribuídos espigas, sementes e farinha em pequenos sacos de papel, como recordação da Campanha do Trigo promovida pela Secretaria da Agricultura.
Das 14 às 15 horas, foi instalado o 1o. Moinho Regional de Trigo, presente da Secretaria da Agricultura.
Das 15 às 16 horas, houve colheita do trigo, com inauguração do monumento ao saudoso triticultor Dante Carraro numa das praças da cidade.
Das 16 às 19 horas, visitas foram feitas às lavouras de trigo, especialmente às fazendas Atlântida, Agropecuária Paulista, da Grama e Sítio Turvinho.
Das 20 às 22 horas, houve sessão de cinema agrícola-educativo na Fazenda Atlântida e na praça da cidade.
Foi um dia memorável!


Fonte: Estadão 06.09.1.950

sábado, 7 de julho de 2012

CONHECENDO MAIS UM POUCO SOBRE SÃO MIGUEL ARCANJO.

EDUCAÇÃO - 1.891 - 
Victalina de Cássia Ferreira Vaz era professora pública na Vila de São Miguel Arcanjo.

ESTRADA DE RODAGEM - Estadão 04.07.1.893
A primeira lei promulgada pelo dr. Cerqueira César tratava da construção de uma estrada de rodagem entre a Freguesia de Sete Barras e a Vila de São Miguel Arcanjo, sendo a obra autorizada pela verba geral do orçamento.

EXONERAÇÃO - 1.898
Antonio Manoel Cleto era 2o. suplente do Delegado em São Miguel Arcanjo, pelo menos até novembro de 1.898, quando pediu exoneração.


ANO DE 1.901
Foi no final de julho de 1.901 que o senhor Juvenal dos Santos Terra passou a residir em São Miguel Arcanjo.
No dia 1o. de dezembro de 1.901, foi realizado em São Miguel Arcanjo uma conferência em prol da dissidência. O diretório foi organizado por Arthur Monteiro, ficando assim composto: Pedro Galvão Nogueira, presidente; Luiz Válio, secretário; Antonio José Nogueira, José Ribeiro da Costa Vaz e João Batista Galvão Nogueira, membros. 


PROVISÃO - Estadão maio de 1.903
Foi feita uma provisão do vigário de São Miguel Arcanjo a favor do padre Nicolau Poraggio.


EDUCAÇÃO - Estadão 1.910
A primeira escola do Bairro Faxinal dos Almeidas, em São Miguel Arcanjo, foi criada no ano de 1.910.


ALISTAMENTO MILITAR - Estadão -  23.03.1.910
Da Secretaria de Justiça e da Segurança Pública, expediu-se aviso ao Delegado de São Miguel Arcanjo determinando providências urgentes no sentido de, pelos Inspetores de Quarteirão, serem fornecidas as listas dos respectivos habitantes ao Presidente da Junta do alistamento militar do município, a fim de proceder ao necessário sorteio, conforme determinavam as leis em vigor.

EXONERAÇÃO - Estadão 21.01.1.911
Nesse mês, no município de São Miguel Arcanjo, foi exonerado o Subdelegado de Polícia, Antonio Albino de Souza Nogueira, e o 1o. Suplente do Subdelegado, senhor José César de Noronha.


EDUCAÇÃO - 
O professor José Felinto de Almeida foi professor da 1a. escola de São Miguel Arcanjo, segundo nota de 23.01.1.912, inserida no "Estadão". 


EDUCAÇÃO -
A primeira escola masculina no Bairro do Rincão, em São Miguel Arcanjo, foi criada no ano de 1.913. 

DILIGÊNCIA EM SÃO MIGUEL - Estadão 01.10.1.913.
Ernesto de Magalhães, delegado de polícia de Itapetininga, esteve em diligência a São Miguel Arcanjo, a fim de apurar as causas e descobrir os causadores do conflito do dia 21 deste mês, levando como escrivão José Maria de Carvalho Júnior.
Depuseram mais de 20 pessoas no inquérito. 
Resultaram indícios contra João Terra e dois outros seus companheiros, na luta da qual saiu gravemente ferida uma praça do destacamento e levemente uma mulher e várias pessoas do povo, além de dois outros indiciados.
O soldado que se acha em tratamento na Beneficência de Itapetininga foi considerado livre de perigo.


SUBDELEGADO - Estadão 1.914
Neste ano, em São Miguel Arcanjo, foi exonerado o 2o. Suplente de Subdelegado senhor Antonio Terra e nomeado em seu lugar o senhor Benedito Antonio de Souza.
Também aconteceu, no dia 30.09.1.914, o suicídio de Saturnino de Oliveira Fróes, também conhecido pela alcunha de "SATU". O infeliz deu um tiro de garrucha no ouvido direito, morrendo quase instantaneamente. A nota foi publicada pelo Estadão do dia 06.10.1.914.


MIGUEL DANIEL - Estadão 08.08.1.914
Miguel Daniel, chefe da Colônia Síria de São Miguel Arcanjo, faleceu em agosto de 1.914. Era pai de Narlir Miguel, de Agib, de Lobib e de mais dois filhos menores.


NOMEAÇÕES - Estadão 23.01.1.915
Foram nomeados neste mês, em São Miguel Arcanjo, os suplentes e ajudantes do Procurador da República no Estado de São Paulo: Luiz Valio, 1o. Suplente; Manuel Augusto Borges, 2o. Suplente e José Ribeiro da Costa Vaz, 3o. Suplente.

NOTAS DIVERSAS - Estadão de 29.02.1.915
1. No dia 10 do corrente seguiu para o Bairro do Turvinho o Monsenhor Henrique Volta, vigário da paróquia;
2. O cidadão Edwirges Monteiro atuava como Fiscal da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo;
3. O Sport Club Quinze de Novembro, de São Miguel, tinha 1o. e 2o. "teams";
4. O professor José Filinto de Almeida era o mordomo da Sociedade de Auxílio aos Morféticos nesse mês. Trabalhou muito para angariar donativos em favor dos infelizes morféticos de São Miguel. 


EDUCAÇÃO - Estadão 1.917:
O professor Alípio de Barros veio da Escola Noturna de Alambari, para a 4a. Escola Diurna de São Miguel Arcanjo.


EDUCAÇÃO - Estadão 18.10.1.919
Francisca Fogaça fora nomeada para dar aulas na Escola Feminina de São Miguel Arcanjo.


SORTEIO/ ESTADÃO
No mês de março de 1.923, o jornal "O Estado de São Paulo" premiou seus assinantes, de acordo com os números da Loteria. Dentre os sorteados, João Caricatti, de São Miguel Arcanjo e o Professor José Gomide de Castro, de Itapetininga, cada um com o valor de 100$000.


EDUCAÇÃO -
Na década de 20, os professores Maria José de Menezes, Anésia Nogueira, Arthur das Chagas Monteiro, Ciro Terra, Benedito Peixoto da Silva, que veio de Ribeirão Branco, Maria José Terra e Aurélia Moreira de barros foram professores da 1a. Escola Feminina ou Masculina das Reunidas de São Miguel Arcanjo.


ESTADÃO -  15.01.1.930
Deu nessa edição que foi construído, em São Miguel Arcanjo, uma antecâmara na frente da estufa de fumo da cidade.

ATOS DO PREFEITO MUNICIPAL - Estadão 19.11.1.930.
1. O senhor Prefeito Municipal de São Miguel Arcanjo, Edwirges Monteiro, resolveu suprimir, até o fim de dezembro próximo futuro, todos os cargos remunerados existentes na Câmara, visto não haver dinheiro nos cofres municipais.
Esses cargos passaram a ser exercidos gratuitamente pelos membros do Governo Provisório do município e seus prepostos;
2. Diversas ruas e praças desta localidade tiveram os nomes mudados, passando a denominar-se Praça Izidoro Lopes, Rua Juarez Távora, Rua Miguel Costa, Praça João Pessoa e Rua Marrey Júnior;
3. Diversos cavalheiros desta cidade, cientes da má situação financeira do município, ofereceram seu auxílio em dinheiro, assinando uma lista aberta pelo sr. Luiz Válio, e destinada a custear as despesas com os exames da escolas municipais.
4. Nessa época, o oficial do Registro Civil chamava-se Sidônio José Gonçalves; o Secretário da Junta de Alistamento Militar era o senhor Camillo José Gonçalves.
5. Na década de 30, as professoras Maria da Paz de Souza e Conceição Lourdes Piedade lecionaram na Escola Mista Rural do Bairro do Turvinho e Francisca Maria Augusta na Escola Mista Rural do Bairro do Rincão. No ano de 1.936, dona Francisca foi substituir Olga César Rosa, na Escola Mista do Bairro Espigão, em Itapetininga.


FRENTE SUL - 1.932
A Frente Sul, por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1.932, era formada por localidades tais como: Buri, Capão Bonito, Guapiara, Alemão, Rio das Almas, Taquaral Abaixo, Serraria, São Miguel Arcanjo, Gramadinho e Itapetininga. Foram 84 dias tão tenebrosos quanto gloriosos, e isso foi dito pelo professor Benedito Montenegro, que inclusive participou da revolução, por ocasião de seu discurso durante a realização do 4o. Congresso Pan-Americano de Gastrenterologia, que aconteceu em julho de 1.954.


DELEGADO - Estadão - 1.933
No ano de 1.933, em São Miguel Arcanjo, foi nomeado para o cargo de Delegado de Polícia o senhor Nestor Toledo, sendo, então, exonerado do cargo o senhor Augusto Paulino da Silva.


CEL. JOSÉ CLÁUDIO DE OLIVEIRA - Estadão 09.06.1.935
Faleceu em São Miguel Arcanjo aos 02 de junho de 1.935. Era farmacêutico. Natural de Piracicaba, contava com 71 anos de idade. Casado com Rita Augusta de Oliveira, não tiveram filhos. Criaram e educaram diversos sobrinhos e filhos adotivos, entre os quais os senhores Sebastião de Oliveira Rodil, casado com Wanda Schulz Rodil; José Mariano de Oliveira, casado com Lina Vitale de Oliveira; Aracy de Oliveira Villaça, casada com Alcides Villaça. O extinto era irmão de Rita de Oliveira Canto, casada com Cherubim Leite do Canto, residentes em Piracicaba. Quando residiu em Itapetininga, foi lá vereador e presidente da Câmara.

AGRADECIMENTO - julho/1.936- Estadão
O senhor governador do Estado recebeu do senhor Luiz Valio, presidente da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, um ofício de agradecimento por haver sido autorizado o reinício das obras de conclusão da estrada de rodagem São Miguel Arcanjo - Sete Barras.


EXONERAÇÃO - Estadão 09.07.1.938
Nesse mês, foi exonerado do cargo de prefeito da cidade de São Miguel Arcanjo o senhor Edwiges Monteiro.


VISITA DE CORTESIA - Estadão 08.04.1943
O prefeito de São Miguel Arcanjo, Nestor Fogaça, esteve em visita de cortesia ao senhor Interventor Federal, no Palácio, ao lado de Felisbino Vieira, prefeito de Sarapuí. 


JOSÉ GOMIDE DE CASTRO- Estadão 03.09.1.944
De Itapetininga foi enviado ao Interventor Federal o seguinte telegrama: 
- " Em nome da família "Gomide de Castro", tenho a honra de agradecer a V. Exa. a assinatura do decreto número 14.156, de 30 de agosto último, que deu o nome do nosso saudoso pai ao Grupo Escolar de São Miguel Arcanjo.
Atenciosamente,
Rosália Branca de Castro."
obs: ou 14155, pois está ilegível no jornal. 


FUTEBOL - Estadão 08.04.1.945
No último domingo, o Guarani de Ibiuna jogou em São Miguel Arcanjo contra o União Esportivo Sãomiguelense, time local. Jogaram e ganharam ( 4X2) pelo Guarani, Laudelino, João e Pedrinho I, Coraci, Ditinho e José, Juca, Flávio, Bin, Pedrinho II e Feliciano. Pelo União, jogaram: Leopoldo, Ventura e Cícero, Clóvis, Trincheira e Costa, Valdemar, Nê, Brasílio, Romeu e Neco. 


NOMEAÇÃO - Estadão 1.947
Foram nomeados Juízes de Paz, em São Miguel Arcanjo, no mês de abril de 1.947, os senhores Eugênio Marques e Juvenal Fidélis.


NOTAS - Estadão 20.05.1.953
1. Nesse mês, em São Miguel Arcanjo, o Delegado de Polícia local, senhor José Octávio Carneiro da Silva, foi transferido para o município de Pacaembu e de lá veio o novo Delegado, o qual não se publicou o nome.
2. No dia 07 de maio de 1.953 esteve em São Miguel Arcanjo, o Bispo Dom José Carlos de Aguirre, a convite do Padre Francisco Ribeiro e das Irmandades católicas para benzer o altar-mor e a capela-mor da nova Matriz em construção.
3. O cartório de Paz da cidade mudou-se para a Rua Miguel Terra. Esse melhoramento - o prédio fora construído para tal fim - deveu-se em grande parte ao serventuário Benedito Melo Rocha.
4. A professora Eny de Jesus Antunes foi professora no Bairro do Turvinho.


ELEIÇÕES 1.955 - Estadão
Os vereadores mais votados no município de São Miguel Arcanjo, nesse ano, foram: Alcidino França, Aristeu Válio, José França, Geraldo Piedade, Miguel Rodrigues Ferreira e Wadih Miguel Hakim.


CULTURA DO RAMI - Estadão 14.07.1.956
Uma variedade de rami chamada "murakam" era cultivada nos municípios de São Miguel Arcanjo e Sete Barras.


JULGAMENTO - Estadão 29.11.1958
No dia 29 de novembro de 1.958, foi chamado a julgamento Benedito Antonio de Deus, que no dia 30 de abril desse mesmo ano, em São Miguel Arcanjo, assassinou José de Lima Guimarães, que deixou ao desamparo a esposa Maria Guimarães e filhos.
O conselho de sentença aplicou ao réu a pena de 3 anos de reclusão.  


COLETORIA - Estadão 16.08.1.958
A Coletoria Federal de São Miguel Arcanjo foi instalada no início do primeiro semestre do ano de 1.958. O ato oficial foi presidido pelo senhor José Ulisses de Amorim Garcia.

JURI EM ITAPETININGA - Estadão 30.08.1.959.
Foram levados a julgamento, na 3a. reunião periódica do Juri de Itapetininga, os irmãos José e Antonio Caetano Nunes, acusados de haverem tentado contra a vida de Alceu Ferreira de Sousa, produzindo-lhe lesões leves.
A vítima, em 26 de março de 1.959, a mando do proprietário da Fazenda "Atlântida", em São Miguel Arcanjo, entrou com m trator no terreiro dos réus, com o propósito de forçá-los a abandonar a gleba que possuíam na Fazenda.
Os trabalhos foram presididos pelo Juiz Vicente Mastrocola, representando o Ministério Público, o sr. Oton Orlandini de Matos. 
Foi defensor dos réus o sr. João Batista de Macedo Mendes.
Antonio Caetano Nunes foi absolvido por 6 votos contra 1 e seu irmão José, por unanimidade.

NASCIMENTO - Estadão 15.03.1.960
Nasceu o menino José Eduardo, filho de Milton Theodoro Guimarães e Maria Aparecida França Guimarães.


FESTA NO GRUPO ESCOLAR - Estadão 22.12.1.960.
No Grupo Escolar "José Gomide de Castro", foi realizada a tradicional festa de fim de ano. O programa constou da entrega de diplomas aos alunos do 4o. ano, declamação e representação teatral. Pronunciou um discurso a professora Elvira de Oliveira Leitão, diretora daquele estabelecimento de ensino.


IMAGEM PEREGRINA DE FÁTIMA - Estadão 08.03.1962 
Em março de 1.962, São Miguel Arcanjo recebeu a imagem de Nossa Senhora de Fátima, que nessa época peregrinou pelos municípios de Piedade, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, Itapetininga, Capão Bonito, Buri, Itapeva, Ribeirão Branco, Itararé, Itaporanga, Ribeirão Vermelho, Itaberá, Taquaritinga, Itaí, Paranapanema, Angatuba, Guareí, Tatuí, Cesário Lange, Porangaba, Conchas, Pereiras, Laranjal Paulista, Tietê, Cerquilho, Boituva, Porto Feliz, Araçoiaba da Serra, Sarapuí e Salto de Pirapora.

BANDAS FESTEJAM PADROEIRA - Estadão 19.11.1.967.
Do correspondente: serão iniciadas hoje, às 10 horas, em São Miguel Arcanjo, as festividades em louvor de Santa Cecília, padroeira dos músicos, durante as quais haverá encontro regional de bandas de música.
Foram convidados para os festejos, patrocinados pela Corporação Musical Sãomiguelense, as seguintes corporações musicais: Banda Lira de Itapetininga, Lira "Congregação Mariana", de Capão Bonito, Lira Pilarense, de Pilar do Sul, Corporação Musical Saltense, de Pirapora, Corporação Musical de Sete Barras e Corporação Musical Guareiense, de Guareí.
A Comissão de Recepção é presidida pelo sr. José Alexandre e constituída dos seguintes membros: Aníbal Coelho de Góes, Tomás de Souza, José Lara, Gentil de Souza e Francisco Mariano Leite. 

ELEITORES - Estadão 1.968.
No ano de 1.968, São Miguel possuía 3.565 eleitores e, junto com Itapetininga e Sarapuí, compreendia a 52a. Zona Eleitoral.


BIBLIOTECA - Estadão - 22.09.1.971.
O prefeito de São Miguel Arcanjo, Alcidino França, inaugurou recentemente a Biblioteca Municipal e a segunda caixa d`água, esta situada no ponto mais elevado da cidade. 
A Biblioteca funciona em dependência do prédio da Prefeitura e deverá receber a denominação de "José Monteiro de Carvalho", o primeiro professor de São Miguel Arcanjo.


NATUREZA INSPIRA FESTA - Estadão 10.06.1.989.
Realiza-se o 1o. Festival de Música Ecológica de São Miguel Arcanjo. As eliminatórias foram realizadas no dia 29 de julho e 12 de agosto de 1.989 no Clube Recreativo local. As inscrições foram recebidas pela Casa da Agricultura local. O tema teria que estar ligado à natureza.