sexta-feira, 27 de junho de 2014

segunda-feira, 23 de junho de 2014

DOCUMENTOS ANTIGOS PERTINENTES À IMIGRAÇÃO AQUI E NO INTERIOR DE SÃO PAULO.













SÃO MIGUEL ARCANJO: AO TEMPO DA COLONIZAÇÃO










































Museu da Imigração.


UMA NOVELA: A ESTRADA DE SETE BARRAS


O recorte de jornal é de 1901 e é parte integrante do extinto "O DEMOCRATA", jornal que se publicava na vizinha Capão Bonito do Paranapanema, hoje Capão Bonito, edição datada de 24/11/1901.

Um dos maiores sonhos das grandes figuras do nosso passado era conseguir junto ao Governo uma lei que autorizasse a abertura de uma estrada ligando São Miguel Arcanjo a Sete Barras.
As vantagens decorrentes desse empreendimento seriam enormes, como vislumbrava J. Severo, pseudônimo do Major Luiz Válio, nas páginas de "O Progresso", citando, por exemplo:
"a. facilidade de intercâmbio comercial em uma zona extensa e de produção heterogênea como a nossa;
b. escoadouro pronto e eficaz para os nossos produtos;
c. grande impulso à lavoura;
d. baixa de preço dos gêneros de primeira necessidade e consequente melhoria de vida aos habitantes desta zona, principalmente aos de além serra, cuja miséria era proverbial;
e. cultivo de quase cerca de 1 milhão de alqueires de terras férteis, na época improdutivas, por falta de quem as cultivasse;
f. exploração das minas de ouro e natural aumento de fundo metálico para o Erário;
g. exploração das matas ricas em madeiras de construção, de todas as variedades;
h. valorização das terras.
Como se vê, o recorte acima fala do empenho de algumas pessoas interessadas em fazer o orçamento da referida estrada, mas isso não se deu imediatamente.
Dez anos depois, o projeto de número 80, de 1.911, autorizando a abertura de uma estrada de rodagem de São Miguel a Sete Barras, ou seja, de Itapetininga a Iguape, só chegou ao conhecimento público em outros dez anos depois.
Nessa época, o engenheiro David MacKnight foi encarregado de estudar a melhor vereda para abrir a referida estrada.
Especialista no estudo de terrenos acidentados e acompanhado por dois práticos dos terrenos da Serra, o engenheiro fez uma viagem de ida e volta a pé entre São Miguel Arcanjo e Sete Barras.
Segundo ele, pelo Bairro Taquaral Acima se poderia ser feita a estrada sem grandes rampas e desviando a Serra Queimada, cujas dificuldades de travessia tinham feito fracassar todas as tentativas de ligar este município ao litoral por uma estrada de rodagem.
Já o Barão de Antonina, em carta datada de 1.845, dizia ao Tenente Urias (que havia assinado contrato de empreitada com o Governo da estrada que liga São Miguel a Juquiá), que "essa ligação com a marinha virá trazer à Província e a todo o país benefícios incalculáveis".
Foi tudo um sonho?
Como pode ter sido apenas um sonho?
Como pode perder-se nas brumas do tempo?
São Miguel Arcanjo foi relegada então a um segundo plano - ou terceiro, quarto (?) - pelos governos: estadual e federal. 
A história dessa estrada demorou cerca de 112 anos para terminar.
Teve início em 1.830. 
E não se fez nos mesmos moldes daquela estrada que foi feita no ano de 1.849, ligando Itapetininga a Santo Antonio de Juquiá, e na qual se gastou apenas 16 contos de réis, após estudos muito bem planejados.
Essa estrada passava por São Miguel Arcanjo e, atingindo a Serra de Paranapiacaba, com pequena quantidade de rampas, procurava cortar diversas cabeceiras de afluentes do Rio Verde e ia descendo lentamente até chegar à margem direita do Rio Assungui, seguindo pela margem deste rio até à povoação de Santo Antonio de Juquiá, sem ser preciso cavas enormes, nem túneis, nem obras de arte de grandes proporções. 
E era uma estrada bem feita, s
empre aproveitando o traçado de David Macknight.
A Diretoria de Estrada de Rodagem, criada pela Lei 2187, de 1.926, nunca teve recursos suficientes para a implantação de novas rodovias e nem para a conservação das já existentes. Antes, servia apenas como centro de politicagem do Partido Republicano Paulista, o PRP, e era um dos maiores sorvedouros do erário público. 
Por ali se canalizavam grossas quantias destinadas ao abastecimento estomacal dos afilhados e protegidos políticos, desprezando-se o interesse dito público, que, aliás, por ser público, não merecia nenhuma atenção.
Em 1.929, o engenheiro encarregado da sua construção chamava-se Mariano Montessanti; havia na empreitada um cozinheiro chamado José Lourenzo do Carmo, que morreu em Itapetininga.
Dessa forma, a Estrada de Sete Barras, em que se gastaram até 1.931 cerca de 6 mil contos de réis em três longos anos de serviço - e sem término - quando poderia ter sido feito e acabado com metade do capital destinado e do tempo empregado.
Nesse serviço só eram empregados aqueles que se curvavam ante os chefões e lhes hipotecassem seus votos. 
Os empreiteiros pertenciam à família perrepista e ai daqueles que procurassem ter relações com os adversários do regime!
Dos empreiteiros da Estrada de Sete Barras, apenas dois, Urbano Sampaio e João Paula Souza tiveram a hombridade de manter relações amistosas com o chefe democrático de São Miguel Arcanjo. 
O resto tinha medo até de passar pela frente de sua casa! 
Isto porque, ao certo, seriam logo postos, se não no olho da rua, pelo menos nas circunstâncias de se lhes dar severa lição de curvatura da espinha. 
Viviam espionados pelos chefes políticos locais, a quem se deu a incumbência da escolha de seus empregados e até de simples camaradas!
A Secretaria da Viação era outro centro de politicagem bem conhecido. 
Todo o pessoal da estrada de ferro e das de rodagem eram obrigados ao voto governamental, sob pena de excomunhão solene. 
E se ela foi um centro de politicagem, o foi também de desperdícios de toda a ordem, pois não se poderiam manter parasitas de espécie diversos, sem o necessário esbanjamento.
Era comum, quando isso acontecia, ver-se centenas de desempregados em condições de completa miséria. 
Aliás, no tempo do perrepismo, milhares de seus adversários foram crucificados, perseguidos e atirados à desgraça, porque não rezavam pela sua cartilha e queriam manter ilesa sua dignidade política.
Ainda bem que essa Diretoria de Estrada de Rodagem teve pouco tempo de duração! 
A imprensa na década de 30 publicou até uma piada sobre a famosa estrada escrita por alguém que se assinava ‘Valério’, e que devia ser um nome fictício, por temer uma represália. 
Veja só:
‘- Valério!
- Pronto.
- Liberdade é substantivo coletivo?
- Antigamente era; agora não sei. A substância da liberdade vai se tornando tão escassa...Foi muito preconizada e num sentido geral...Mas...
- Constituinte é com c pequeno?
- Deixe de falar em bobagens. Isso é uma espécie de ensino primário. Dessas noções que a gente transmite pedagogicamente à criança e depois, mais tarde, ela por si refuta, ou melhor, não crê.
- E... Estrada de Sete Barras...
- Pare, por favor, pare. Não me ponha a relembrar um passado que não vai longe. Uma promessa que ficou no tinteiro...
a) Valério ‘

Essa estrada foi um dos empreendimentos que fez com que o mineiro Tenente Urias Emídio Nogueira de Barros apeasse por estas bandas, além do incontrolável desejo de conhecer o Vale do Ouro.
Que seria esse Vale do Ouro? 
Segundo o cidadão Eusébio Demétrio, ele ficava entre Guararema de Cima e a Reserva de Carlos Botelho, porque co
nforme se insere no extinto jornal ‘O Progresso’, publicado em São Miguel Arcanjo, edição de 24 de julho de 1.921, há uma notícia:
Uma grande mina – a de Bom Sucesso, situada nas cabeceiras do rio Turvinho, deste município, distante 5 léguas mais ou menos desta cidade, já o foi, em fins do século XVIII, com ótimos resultados, como a própria denominação da mina está indicando, tendo dela sido extraído quantidade considerável de ouro, vendo-se, ainda, as escavações feitas – vestígio que o tempo não conseguiu apagar. Conquanto bem remunerados, tendo daqui levado muitas arrobas do precioso metal, não prosseguiram os mineiros na exploração de outras minas mais distantes, ou por ignorá-las, ou, o que é mais certo, pela dificuldade insuperável de meios de transporte, em selvas incultas, completamente desconhecidas, como o eram e quase que ainda o são, as nossas.’ 

ASSUNTO: A VIAGEM DO INTERVENTOR FERNANDO COSTA AO LITORAL SUL. INAUGURAÇÃO DA ESTRADA SÃO MIGUEL ARCANJO - SETE BARRAS, MELHORAMENTO RECLAMADO PELA PREFEITURA LOCAL HA MAIS DE 20 ANOS.
São Miguel Arcanjo, 13 (A.N.). A visita do sr. Interventor Fernando Costa a esta cidade é assinalada por um acontecimento de grande importância para a população local: a inauguração da estrada que liga São Miguel Arcanjo a Sete Barras, que representa um grande benefício para a zona do litoral sul do Estado.
Sua construção foi solicitada no tempo do Império, sendo iniciada somente em 1.927, mas paralisada em 1.930.
Graças, porém à Política Rodoviária, ao atual chefe do Governo Paulista, a magnífica estrada já se acha concluída, para júbilo da população desta zona, que há três gerações se vem batendo incansavelmente para conseguir tal melhoramento.
Por esse motivo, ao interpretar os sentimentos do povo local, no ato de inauguração oficial da estrada até Sete Barras, o prefeito da cidade reafirmou a certeza que o povo tinha de que os resultados da presente viagem do Interventor Fernando Costa traduziriam em benefícios decisivos para o renascimento da zona.
Nesse discurso, o sr. prefeito municipal prestou também um eloquente preito de homenagem a d. Anita Costa, presidente da L. B. A. em São Paulo, assegurando que os favores prestados pela ilustre dama paulista às classes pobres de São Miguel Arcanjo, por intermédio do Centro Municipal da benemérita instituição nesta cidade, ficarão gravados no coração de todos que aqui residem.
Em nome dos legionários locais, o orador solicitou, enfim, ao sr. Interventor Federal que apresentasse a d. Anita Costa as suas respeitosas saudações.
No ato inaugural da Estrada, o sr. José Gonçalves Barbosa, secretário da Viação, pronunciou o seguinte discurso: 
- "Exmo. sr. Interventor: A Rodovia que V. Exa. vai percorrer foi reclamada em 1.922 pelo Prefeito de então. Mas apenas em 1.927 foi autorizada sua construção, por V. Exa., como se vê pelo marco ali implantado. Quando V. Exa. dirigia a secretaria da Viação e Obras Públicas. Em 1.930, porém, foram suspensos esses trabalhos pelo novo secretário, quando já as despesas montavam em sete milhões de cruzeiros. Somente em julho de 1.930 voltaram a ser atacados os trabalhos de construção da estrada, mas com recursos que não permitiam senão lenta evolução nas obras. Isto até 1.941, quando então os serviços foram acelerados. Hoje depende esta rodovia apenas do termo de algumas obras de arte, tendo sido nela empregados cerca de 12 milhões de cruzeiros. Fácil é julgar da satisfação com que V. Exa. vai percorrê-la, conhecidos como são da coletividade paulista o carinho de V. Exa. pela sua terra e o seu ardente desejo de facilitar-lhe rápida ascensão aos seus gloriosos destinos. Sem vias de comunicação, isso não seria possível, pois só elas permitem o intercâmbio comercial e a circulação das riquezas, com a exportação de produtos da região por elas servida e importação do que necessita para aumento e aperfeiçoamento da própria produção. Não só os imediatamente favorecidos - que são todos os povoadores da região servida por esta rodovia - compreendem o alcance da contribuição que lhes dá o Governo de V. Exa. Por isso será perpetuado no reconhecimento das populações desta zona e o nome honrado de V. Exa., a quem as gerações futuras hão de perenemente render as melhores homenagens. Digne-se, pois, sr. Interventor Fernando Costa, a declarar inaugurada esta estrada, nesta excursão em que temos a honra de acompanhar V. Exa. com pensamento e olhos fitos no acerto com que o Presidente Getúlio Vargas escolheu a sua pessoa para Interventor neste grande Estado".
De São Miguel Arcanjo, o interventor seguiu para Sete Barras e Registro.
Estadão, de 15 de fevereiro de 1944.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
O Prefeito de São Miguel Arcanjo nessa época era o MAJOR LUIZ VÁLIO, avô de Luiza Válio, responsável por esta pesquisa.

SÃO MIGUEL ARCANJO: 1901


















































































In "O DEMOCRATA", extinto jornal de Capão Bonito do Paranapanema, edição 24 de novembro de 1901.
Acervo de Luiza Válio.




segunda-feira, 16 de junho de 2014

PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO EM 1941




Residência do Encarregado do Núcleo Colonial Carlos Botelho.





Inspeção do Diretor Superintendente do SIC ao Núcleo em 1941.



Sede administrativa


Casa do primeiro colono


Cultura de fumo feita pelos colonos.


A futura sede seria construída aqui.




Aterro entre a estrada de São Miguel e Sete Barras.


Barracão das máquinas.

Fonte: Museu da Imigração.

sábado, 14 de junho de 2014

SERIA O PRÉDIO DA SUL PAULISTA???



MIESP.

USINA SÃO JOSÉ



Escritório e rancho de operários.
Abaixo, a represa.
Mais abaixo, a residência do encarregado.



A PRAÇA JOÃO PESSOA, HOJE TENENTE URIAS

Colonos franceses que viveram em São Miguel.



JÚLIO...
MIESP

Família Lituana do colono José Kiezis



MIESP.

FAMÍLIA DE EDUARDO SURKEIUS EM SÃO MIGUEL

PIONEIROS









MIESP

MATA VIRGEM/MADEIRA DE LEI/ DERRUBADA PARA PLANTAÇÃO












DE QUEM SERIA ESTE RANCHO???



MIESP

DE ONDE SAIA A JARDINEIRA DE ITAPETININGA PARA SÃO MIGUEL ARCANJO




Da Praça Marechal Deodoro
MIESP