sábado, 30 de junho de 2012

A PRAÇA DA MATRIZ ANTES DE HOJE.


FRANCISCA ÁUREA FOGAÇA BALBONI


Filha de Vital Fogaça de Almeida e Laura Fogaça, era irmã de Flávio José Fogaça, que se casou com Onilse Fogaça; de Therezinha de Jesus Fogaça Zei, que se casou com José Mário Zei; de Francisco de Assis Fogaça de Almeida e de Vital Fogaça de Almeida Júnior, que se casou com Miriam Monteiro Fogaça.  
Conhecida como "Quinha", nasceu no ano de 1.918, foi esposa de Luis Balboni, com quem teve os filhos: Laura, Aldo, Vital, Maria Antonieta, Fábio, Francisco, Marcelo e Luis Fogaça Balboni (Zizo).
Faleceu no ano de 2.008, em São Miguel Arcanjo.
A foto - aqui, num teatro francês - foi um presente dela, quando da homenagem a ela prestada pelo Projeto "Domingueira", segunda edição, idealizado por Luiza Válio.

A DELICADEZA DA PROPAGANDA ELEITORAL DE 1.951.


Num envelope auto-dobrável.







clique sobre as fotos.


















fotos do nosso arquivo.

ENCENAÇÃO NA IGREJA MATRIZ




Encenação do Calvário perante o altar da Igreja Matriz durante a Semana Santa nos anos de 1.960 e 1.970.Clique sobre a imagem.
clique sobre as fotos.


Fotos do nosso arquivo.

"O NÚCLEO COLONIAL DR. CARLOS BOTELHO"




Na década de 40, quem administrava a reserva de mata atlântica no município de São Miguel Arcanjo, hoje Parque Estadual "Carlos Botelho" era o senhor Bozzony, aqui, de terno claro, ao lado do amigo Osório. 

Foi no ano de 1.941 que o Dr. Fernando Costa, Interventor Federal no Estado de São Paulo, ali criou o "Núcleo Colonial Dr. Carlos Botelho".

As terras pertencentes ao Estado, situam-se à margem direita do Rio Taquaral, servido pela importante rodovia São Miguel - Sete Barras.
A ideia da criação deste Núcleo veio desde os tempos em que o Interventor fora Secretário da Agricultura no governo Júlio Prestes.
Naquela época, pensava-se em colonizar as margens da importante rodovia, cujas obras já tinham sido iniciadas.
O seu nome, bem como o de Júlio Prestes, permanecem gravados no bloco de granito, marco inicial da citada rodovia São Miguel - Sete Barras.
Quanto ao patrono do Parque, Carlos José de Arruda Botelho, nasceu em Piracicaba aos 14 de maio de 1.853 e faleceu em sua fazenda em São Carlos no dia 20 de março de 1.947. 
Filho do Coronel Antonio Carlos de Arruda Botelho, mais tarde Conde do Pinhal e de Francisca Coelho Botelho.
Fez Medicina em Paris.
Recebeu o título de doutor em 1.880, defendendo a tese "Contribuição ao estudo da inversão uterina antiga e seu tratamento".
Foi o maior cirurgião de sua época.
Para ele, uma cirurgia era simples tal como dirigir o seu "boggy" pelas ruas de São Paulo.
Seu lema: "Cito tuto et jocundo".
Ocupou cargos no governo ligados à agricultura, comércio, obras públicas, viação, navegação e iluminação.
Impulsionou a cultura do algodão.
Estimulou os criadores de animais.
Foi grande orador e era apaixonado por arte. 
Foi ele quem criou o Parque da Aclimação, em São Paulo, grande espaço de lazer no fim dos anos 1930. Em Paris, ele se impressionou com o Jardin d’Acclimatation – área que incluía zoológico, com aclimatação de espécies exóticas e centro de reprodução, seleção e hibridação de animais. Decidiu então fazer algo parecido no Brasil e, após voltar, comprou na zona sul paulistana o Sítio do Tapanhoin, na Aclimação.
Foi ele o primeiro diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Também foi ele o construtor da Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz, em Piracicaba.
Como secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo, foi o responsável pelo início da imigração japonesa no Brasil.
Foi casado com Constança Brito de Arruda Botelho e tiveram os filhos: Carlos José Botelho Júnior, Antonio Carlos de Arruda Botelho e Constança Botelho de Macedo Costa.
Está sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo.
Por ocasião de sua morte, a família pediu que não fossem enviadas flores nem coroas.

JOSÉ COELHO GOMES


Antigo funcionário público municipal José Coelho Gomes, num passeio em São Paulo ao lado da filha Terezinha.
Conhecido como "Seu Coelhinho", não chegou a aposentar-se, falecendo antes disso.
Abaixo, o seu cartão de visita. Foto e cartão do nosso arquivo.



A MODA DAS MOCINHAS DA CIDADE.



Década de 30.
As amigas Conceição, Edite e Cida Alvarenga.
Foto do nosso arquivo.

LEMBRANÇA DAS MISSÕES





Os padres missionários que estiveram pregando em São Miguel Arcanjo de 12 a 22 de fevereiro de 1.959 chamavam-se Padre José Maria de Jesus, Padre Ildefonso e Padre Lucas da Costa. Na foto pode-se ver o Cônego Francisco Ribeiro, o maestro Joaquim Ortiz de Camargo e toda a população cristã que auxiliou no traslado da cruz até os altos da cidade, nas proximidades do Hotel Murakami, onde ficava o antigo Cruzeiro.
Ao fundo - da primeira foto - a barraquinha do lado esquerdo da Igreja Matriz, onde se faziam as grandes e saudosas quermesses. 


O programa da festa:


Fotos do nosso arquivo. 


sexta-feira, 29 de junho de 2012

UMA ESCRITURA DE 1.922.






Livro de Notas no. 24
1º. Traslado – 2ª. Via                 fls.118 a 119
Escritura pública de permuta de terrenos que entre si fazem Antonio Terra e Luiz Válio e sua mulher, como abaixo se declara: SAIBAM quantos esta virem que aos vinte dias do mês de setembro de mil novecentos e vinte e dois, nesta cidade de São Miguel Arcanjo, em meu cartório compareceram presentes: de uma parte como outorgante permutante o cidadão Antonio Terra, negociante, domiciliado  nesta cidade de São Miguel Arcanjo e de outra parte como segundo permutantes, o cidadão Luiz Valio e sua mulher dona Cyrilla Nogueira Valio, proprietários domiciliados nesta mesma cidade, estas e aquela pessoas reconhecidas de mim Tabelião pela lei; pelos próprios de que trato, dou fé, e das testemunhas adiante nomeadas e assinadas, perante as quais, pelo primeiro outorgante permutante cidadão Antonio Terra, me foi declarado que, sendo senhor e possuidor de um terreno situado no lugar denominado “Volta Grande” em comum com o segundo permutantes e que houve por compra feita a Cypriano Francisco da Costa, tendo as divisas seguintes: Começando no valo do lado direito de quem vai ao bairro do Turvinho, desce por ele até uma grota, e, por esta abaixo até a sua barra no "Córrego do Barreiro”, sobe por este até a sua cabeceira na referida estrada até ao “portão dos pretos” dividindo até aqui com terras do segundo permutantes, deste ponto segue por uma cerca de arame dividindo com os ditos pretos até onde ela imbica no "Córrego do Sapezeiro", e, por este acima até a barra de uma grota, por esta acima, dividindo com terras do primeiro permutante até encontrar uma cerca de arame pela qual segue até encontrar um valo, e por esta até a estrada do bairro do Turvinho, onde teve começo a divisa, acha-se contratado com o segundo outorgantes permutantes para com eles permutá-lo, como efetivamente permutado tem, pelo terreno situado no lugar denominado "Sapezeiro", que houveram por herança de pai e sogro e este por compra feita ao Tenente Urias Emygdio Nogueira de Barros e sua mulher, cujo terreno tem as confrontações seguintes: Começando na cabeceira do "Córrego do Sapezeiro", desce por ele, dividindo com Pedro de Alcântara Ribeiro até uma barra de pequena água e daqui continuando pelo dito "Córrego do Sapezeiro", dividindo com ambos os permutantes, desce por ela até encontrar a cerca de arame do Narcizo, segue pela referida cerca de arame até ela imbicar numa outra cerca de arame da propriedade do primeiro permutante; segue por esta cerca de arame até pontear a cabeceira do "Córrego do Sapezeiro", e deste ponto, fazendo quadra, segue uma linha reta até a mesma cabeceira, onde começou a divisa, sendo cada um dos terrenos no valor de 1:000$000 (Um conto de reis). Então pelos segundos permutantes me foi dito perante as mesmas testemunhas, que na verdade se acham contratadas pelo primeiro outorgante permutante sobre a presente permuta ou troca, aceitando a presente escritura, e prometendo ambos reciprocamente, um aos outros, por si e seus sucessores, a fazer boa, firme e valiosa, a presente permuta ou troca, mutuamente obrigando-se a todo o tempo a responderem pela evicção transmitindo, um aos outros, todo o seu domínio, posse, direito e ações, nas cousas permutadas desde já, pela presente escritura e me apresentaram um selo federal, no valor de dois mil reis, que adiante vai aderido e inutilizado legalmente, e conhecimento de imposto de teor seguinte "Imposto de Transmissão Inter Vivos". No. 0044. Exercício de 1.922. R$ 7$700. A fls. 14 do Livro Caixa fica debitado o atual coletor Amaro Paulino da Silva pela quantia de 7$700, recebida de Antonio Terra, Luiz Válio e sua mulher; de taxa mínima adicional e respectiva transcrição, sobre 1:000$000 (Um conto de reis), preço por quanto permutaram entre si terrenos de igual valor, situados nos subúrbios desta cidade. Coletoria de Rendas do Estado de São Paulo, em São Miguel Arcanjo, 20 de setembro de 1.922. O Coletor Amaro Paulino da Silva. O Escrivão Roberto Santos Nogueira. Pelos outorgantes permutantes me foram exibidos os talões de recibo do imposto territorial, com os quais provaram nada deverem à Fazenda do Estado, sobre impostos dos terrenos. Assim convencionados, me pediram lhes lavrassem esta, a qual foi feita por mim Tabelião, perante as partes e testemunhas, foi aceita em tudo por aqueles que reciprocamente outorgaram e assinaram com as testemunhas cidadãos José Galvão, professor público domiciliado nesta cidade, e José Ibrahim, negociante domiciliado nesta cidade, reconhecidas reciprocamente das partes contratantes e de mim Tabelião que a escrevi, dou fé e assino. O Tabelião pela Lei José dos Santos Terra, Antonio Terra, Luiz Valio, Cyrilla Nogueira Valio, José Galvão, José Ibrahim. Estava colado e jegalmente inutilizado um selo federal no valor de dois mil reis. Trasladada na mesma data retro. Eu, José dos Santos Terra, Tabelião pela lei, que a escrevi, conferi, cumpri e assino em público e raso; e dou fé. Em testemunho da verdade.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A COBERTURA DA IGREJA MATRIZ DE SÃO MIGUEL ARCANJO.

Realizou-se no dia 11 de dezembro de 1.948, a solenidade de cobertura da Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo.
Às 7 horas, houve alvorada, com repiques de sino e queima de foguetes.
Num ambiente festivo, cerca de 20 pessoas, às quais se juntaram mais de 50 voluntários, sob a direção do construtor ADAMO MATINGOLI, foi dado início ao trabalho de cobertura do templo.
Em pouco mais de 3 horas de serviço foram cobertos 800 metros quadrados.
À tarde, foi servido um churrasco às pessoas que auxiliaram os trabalhos de cobertura.
Todas as solenidades foram abrilhantadas pela banda de música de São Miguel Arcanjo.
O padre Francisco Ribeiro distribuiu milhares de santinhos como estes alusivos à data.

PRIMEIROS AGENTES DO CORREIO.




Segundo apuramos, o primeiro agente do correio de São Miguel Arcanjo chamava-se Samuel Gomes da Silva, pelo menos até 1.886, quando então, a presidência da Província, por ato de 21 de agosto de 1.886, exonerou-o, a pedido, nomeando em substituição a senhora Olympia Augusta de Carvalho.
A foto acima é do site de Orlando Pinheiro, o qual supõe que neste imóvel funcionou, um dia, o correio local.

Fonte: Estadão de 22/08/1.886

quarta-feira, 27 de junho de 2012

ALGUNS ANTIGOS PROCURADORES DA PARÓQUIA DE SÃO MIGUEL ARCANJO.










clique sobre as imagens.


O CARTÓRIO DE REGISTRO


O primeiro Livro do Cartório de Registro foi aberto em 25 de agosto de 1.891. O Oficial Maior chamava-se João de Souza Amaral Gurgel.
A sede ficava na Rua Siqueira Campos.
A primeira pessoa registrada no livro no. 1 do Cartório de Registro de São Miguel chamava-se Misael Lopes, filho de Leopoldino Lopes de Oliveira e Theodora Maria, do Bairro Faxinal. 
Seu registro foi feito em 03 de setembro de 1.891. 
A segunda pessoa, registrada aos 03 de setembro, foi Zeferino Brisolla, nascido no dia 26 de agosto de 1.891, filho de Joaquim Leme Brisolla e Francisca Maria do Nascimento, do Bairro do Turvo; este menino era neto do Capitão Antonio Leme Brisolla e Maria Gertrudes Ferreira, pelo lado paterno, e de Felipe e Isabel Machado, pelo lado materno. Testemunharam: José Lauriano de Moraes, militar comandante do destacamento da Vila e Juvenal dos Santos Terra.
A terceira pessoa, Virgília Rodrigues de Aquino, era filha de Rafael Rodrigues de Aquino e Maria Ferreira Paulino, lavradores residentes no Bairro Turvo da Lagoa. Foram padrinhos da menina o Tenente Alfredo Olegário dos Santos Terra e sua esposa Maria José Nogueira Terra.
Depois vieram, registrados no mesmo ano: João Baptista Gouveia, Francelina Maria do Espírito Santo, Amélia Deolinda de Oliveira, Maximina Proença Brisolla, Maria Rita Vieira, Paulino, Miguel...
Foram primeiros escrivães: Luiz Válio, Pedro Galvão Nogueira, José Bonifácio Toledo, Arthur das Chagas Monteiro, José dos Santos Terra.
Esse José Bonifácio Toledo, antigamente, era quem preenchia as promissórias dos empréstimos feitos pelo ‘Turco’ Miguel Daniel às pessoas que necessitavam de dinheiro, cobrando juro de 1,5% ao mês. É que Miguel Daniel não sabia escrever português.
O primeiro livro de registros encerra-se em 22 de junho de 1.905.
No ano de 1.928, foi arbitrada em 3 contos de réis o Cartório de Paz e Alcindo dos Santos Terra, que já exercia a função, foi nomeado seu novo Escrivão. 
No ano de 1.943, o Cartório funcionava na Rua Júlio Prestes, lateral da igreja matriz.
O Juiz de Paz era Lindolfo Marques Valadão.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A IDEIA DE UM CORETO NA PRAÇA TEM QUASE CEM ANOS.




Foi assim:

A Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, em sua última sessão do mês de abril de 1.914, resolveu proceder o calçamento e o sargeteamento do Largo da Matriz, para o que autorizou o então prefeito Antonio de Oliveira Terra a firmar contrato com os srs. Fogaça & Ricardo, proprietários de uma olaria que aqui existia, para o fornecimento da quantia de tijolos que para esse fim julgasse necessária.
"Além de um coreto que também será edificado no centro do Largo, será este elegantemente arborizado, tendo já a Câmara Municipal requisitado da Secretaria da Agricultura as mudas de árvores precisas, sendo todas de qualidades as mais apropriadas para ornamentos". 






Acima, o atual coreto, ainda em construção, na década de 40.
Fonte: Jornal "Estadão", edição de 02 de maio de 1.914.

HOMENAGEM AOS EXPEDICIONÁRIOS




Este artigo foi escrito por Ferdinando Cipó Júnior, pseudônimo de Luiz Válio Júnior, grande jornalista sãomiguelense, que presenciou o fato:


“Logo após o término da guerra passada, a chamada Segunda Guerra, o comando das nossas Forças Armadas determinou às prefeituras do Brasil todo a plantação ou transplantação de uma árvore em homenagem aos expedicionários brasileiros.

Não tomamos conhecimento se a determinação foi cumprida à risca, como seria o caso, no país. Agora, o que temos certeza é que ela foi cumprida aqui em minha terra natal, pois a presenciei.

Era uma manhã amena, de um sol cálido a iluminar os olhos dos são-miguelenses que se reuniram, na ocasião, em frente à Igreja Matriz localizada no coração da cidade.

Isso foi no ano de 1.945, lá pelo mês de agosto ou setembro.

Um grupo de gente constituído de crianças da escola primária, única existente na época, autoridades pertencentes a Executivo municipal (ainda não tínhamos no país o Legislativo), policial e demais pessoas de destaque na comunidade e os pracinhas locais que participaram do conflito. Estes, garbosamente ostentavam suas fardas de batalha e condecorações, sem esconder certa emoção que se aprofundava em suas almas de heróis.

Um tenro e belo pé de jacarandá foi fincado no local. Ele foi extraído da Fazenda Bom Retiro, então propriedade de Luiz Válio, que na ocasião exercia o cargo de Prefeito Municipal, nomeado pelo saudoso Fernando Costa, interventor em São Paulo.

O nobre jacarandá dos versos de Guilherme de Almeida incrustado no Hino ao Expedicionário, ali permaneceu até as ordens funestas de Francisco Fogaça de Almeida, que o decepou, substituindo-o por uma lápide fria. Já estava atingindo uns quinze metros de altura o espécime vegetal dos mais apreciados pela natureza brasileira e das fábricas de móveis finos. Isto se deu às vésperas de um pleito em que postulava o cargo de prefeito um primo do prefeito derrubador do jacarandá.

A política naquele tempo desenrolava-se em um clima bastante agitado devido a rixa familiar então existente entre as facções em disputa eleitoral. E, justamente por isso, depois de picado, o adorado jacarandá dos pracinhas José Expedito Machado, Gabriel Ferreira de Proença, Antonio Hermenegildo, Ibraim José Nader, Rachid Elias Nader e Adib Miguel foi arrastado na rabeira de vários veículos pelas ruas da cidade, na mais grotesca provocação que a história de São Miguel Arcanjo registrou, mas que por capricho do destino da política obscurantista, apagou-se talvez, até esta crônica que temos a oportunidade de escrever.

E ela veio à tona em virtude de uma notícia aqui da terrinha sobre o caso, publicado no dia 14 de outubro, neste jornal, que infelizmente trocou as bolas sobre o fato, em vários tópicos.

Não deixamos de pensar que pesa um grande remorso na memória do cassador dos direitos de existência do querido jacarandá dos pracinhas de São Miguel Arcanjo, assim como imaginamos que se tal crime se desse hoje o destruidor do símbolo vegetal estaria às voltas com o Código Florestal, que agora é mais severo com as derrubadas de árvores, principalmente as que são consideradas monumentos.

Não deixamos também de pensar que houve uma vingança por parte do magnetismo corrente, talvez, exercido pelo vácuo sentimental da alma do jacarandá, porque, tentando sua volta à Prefeitura, numa outra eleição, quase subseqüente, Francisco Fogaça de Almeida, vendo-se derrotado e desfibrado politicamente, deixou a terra indo para outros confins.

No lugar do jacarandá, ele deixou a pedra calada. Sem folhas. Sem aroma. Sem sombra. Sem o tronco amado. Sem os galhos para os pardais”.


OBS: O aludido monumento, no ano de 2.000, foi quebrado por vândalos, mantendo-se por longo tempo esquecido na praça, até que as autoridades tomassem alguma providência. 
A marca desse crime jamais deixará de existir, pois continua no monumento como se fora uma cicatriz. 


segunda-feira, 25 de junho de 2012

PADRE CARLOS REGATTIERI


O padre Carlos Regattieri - na foto ao lado do médico Antonio Aruk, esposo de Angelina Miguel Aruk - esteve à frente da Paróquia de São Miguel de abril de 1933 até maio de 1944, em substituição ao padre Olegário Barata.
No seu tempo foi criada a Irmandade dos Anjos, um grupo religioso formado por crianças entre sete e dez anos de idade, as quais eram identificadas por usarem uma fitinha rosa.
De São Miguel, esse padre foi para o município de Cerquilho. Foi ele quem celebrou o casamento do médico Pedro Contier Pinerolli com Ida Aires, no ano de 1.928, em Itapetininga. Fez um belíssimo discurso de saudação e conselho aos noivos.
Noticiado pelo jornal “Tribuna Popular”, teve farta mesa de doces. O baile realizou-se no Clube Venâncio Ayres, a orquestra esteve sob a batuta do Maestro Cacciacarro. A lua de mel do casal foi no Rio de Janeiro.
Só para ilustrar, o noivo deu à noiva um anel distintivo, um anel com brilhante, um relógio pulseira e um pendentif. A noiva deu ao noivo um termômetro de ouro, uma cigarreira e um tinteiro de prata. Os pais da noiva deram ao noivo um par de abotoaduras de ouro gravadas e os pais do noivo deram à noiva um cheque. Também deu um cheque aos noivos o Coronel Antonio Vieira Sobrinho. O Coronel Joaquim Fogaça de Almeida deu um aparelho de porcelana para jantar.
José de castro Rosa e senhora, um par de almofadas e um serviço de prata para café. Edmundo Camargo e senhora, um aparelho de prata para chá. A família Santos Prado, um termômetro de ouro com brilhantes e esmeraldas. De Mário Ferraresi, um vidro de perfume. De José Gorgioni, um serviço de prata e cristal para sorvete.  

CONSTRUÇÕES EM 1.915




A Câmara Municipal, em sessão extraordinária efetuada no dia 10 de fevereiro de 1.915 resolveu construir dois prédios nesta cidade, sendo um para a instalação da sua sede - na foto, à esquerda - e outro para servir de mercado municipal, onde hoje está instalada a pré escola, à Rua Monsenhor Henrique Volta.
Os trabalhos tiveram início no princípio do mês de março daquele ano.
Nesse mesmo dia e ano, foi nomeado Delegado de Polícia nesta cidade o Tenente Antonio Fogaça, quando o prédio do posto policial achava-se abandonado, com as obras iniciadas em 1.913 completamente paralisadas. 
No dia 19 de fevereiro desse mesmo ano, às noite, no Largo da Matriz, realizou-se um grande leilão de prendas cujo resultado seria revertido em benefício das obras da nova Matriz. 
Pela respectiva comissão, foram espalhadas por toda a cidade e município circulares pedindo prendas.

MULHER MATA O MARIDO A MACHADADAS EM SÃO MIGUEL ARCANJO.


Nos arrabaldes desta cidade, num lugar denominado Chácara "Pedro Seabra", verificou-se um crime de morte do qual foram protagonistas João Ribeiro e sua mulher, Ana Seabra Ribeiro, que ali residiam em companhia de seus filhos.
Aconteceu no dia 11 de novembro de 1.936.
João Ribeiro, ao voltar da roça, teve uma ligeira discussão com sua mulher.
Esta aguardou o momento em que o marido dormia para vibrar-lhe violenta machadada, que lhe esfacelou todo o rosto.
As autoridades seguiram para lá, providenciando a remoção do cadáver do marido para a cidade.
A criminosa foi presa e recolhida à cadeia pública local.

EVENTOS DO ANO DE 1.941.


NÚCLEO COLONIAL DR. CARLOS BOTELHO


O Sr. Dr. Fernando Costa, Interventor Federal neste Estado, acaba de prestar a este município mais um grande serviço. Trata-se da criação do Núcleo Colonial Dr. Carlos Botelho em terras pertencentes ao Estado, situadas á margem direita do Rio Taquaral e servido pela importante rodovia São Miguel - Sete Barras.
A ideia da criação deste Núcleo vem desde os tempos em que S. Exa. era Secretário da Agricultura no governo Júlio Prestes.
Naquela época, pensava-se em colonizar as margens da importante rodovia, cujas obras já tinham sido iniciadas.
O seu nome, bem como o de Júlio Prestes, permanecem gravados no bloco de granito, marco inicial da citada rodovia São Miguel - Sete Barras, a qual ainda não foi terminada.
Os serviços de reconstrução e acabamento dessa estrada estão sendo atacados com redobrada intensidade, conforme determinação do ilustre Interventor paulista.

CULTURA DA MANDIOCA

O proprietário da Fazenda "Santa Maria", neste município, sr.  Anielo Martusceli, já terminou a plantação de uma área de 200 alqueires de terras de sua propriedade em ramas de mandioca, prevendo-se extraordinária colheita da preciosa raiz na época oportuna.
Calcula-se que no município existam mais de mil alqueires de terras com plantações de pequenos lavradores, cujos mandiocais, com o auxílio do tempo, obterão bons resultados.
O que falta aos lavradores de mandioca é uma fábrica mais próxima as suas lavouras, a fim de evitar aborrecimento e mesmo prejuízo de transporte do produto.
Uma das fábricas, de Itapetininga, instalada no centro daquela cidade, poderia ser transferida para cá, embora não tivesse a capacidade necessária para industrializar toda a produção do município.

                               ESTRADA DE RODAGEM

A Companhia Almeida Prado de Mineração já iniciou os serviços de abertura de uma estrada de rodagem, a qual partindo do Bairro de Taquaral, neste município, vai ter à margem direita do Rio Ketá, onde está sendo explorada importante mina de ouro existente em nosso Estado.
A estrada em apreço passará por extensões de terras de excelente qualidade para cultura de cereais, em sua maioria pertencentes ao Estado e muito próximas do Núcleo Colonial Dr. Carlos Botelho, há pouco criado pelo governo do Estado. 

                                 COLETORIA ESTADUAL

Segundo dados fornecidos a este jornal pelo coletor estadual, sr. Ademar Bittencourt, a renda do Estado neste município, no exercício de 1.940, foi a seguinte:

Arrecadação geral.......................   348:346$400.
Despesas com o professorado, a polícia, Fazenda e funcionários da Coletoria, etc.: .......................    146:697$500
Saldo a favor do Estado..............     201:648$900

Segundo cálculos, este município tem capacidade para gozar dos benefícios da criação de uma Coletoria Federal.
A renda desta ultrapassaram a soma de 120 contos de reis anuais.

16.11.1941.

AUTORIDADES EM 1.928.


Foram eleitos vereadores em novembro de 1.928, os senhores:
José dos Santos Terra
José Fogaça
Benedito Antonio de Souza
Manuel França 
Benedito Coelho de Góes
Edwiges Monteiro.

Só Edwiges pertencia ao Partido Democrático. 
Os outros eram do Partido Republicano Paulista, o PRP.
Compareceram 191 eleitores, sendo 147 do PRP e 44 do PD.

Também foram eleitos nesse dia os Juízes de Paz
João Colaço de Almeida, 
Pedro Galvão Nogueira 
e Ernesto Cauchioli.

ESTATÍSTICAS IMOBILIÁRIAS

No mês de janeiro de 1.932, adquiriram propriedades rurais em São Miguel Arcanjo:

1. Manuel José Bueno de Camargo, sendo 50 alqueires no Bairro da Justinada;
2. Antenor C. Siqueira, sendo 4 partes de terras no Ribeirão do Moínho;
 3. Abílio Ibrahim, sendo 8 alqueires no Bairro Alegre Pilar;
 4. Pedro José de Lima, sendo 5 alqueires no Bairro do Turvo;
 5. Cesário e José Nunes Vieira, sendo 5 alqueires na Capoeira Grande, Bairro do Retiro;
 6. Joaquim Nunes Ribeiro e outros, sendo 60 alqueires no Bairro do Retiro.

Fonte: Estadão: 31.01.1932.

O FUMO DE SÃO MIGUEL ARCANJO, SEGUNDO ALUÍSIO DE ALMEIDA.


O Monsenhor Luiz Castanho de Almeida nasceu aos 06 de novembro de 1.904 em Guareí e foi ordenado padre em 08 de maio de 1.927 pelo Bispo Dom Aguirre. Mas foi como historiador que deixou sua marca indelével de escritor/pesquisador principalmente de eventos pelo interior de São Paulo.Faleceu no dia 28 de fevereiro de 1.981.
Em nossas pesquisas sobre São Miguel Arcanjo junto ao acervo do "Estadão", chegamos a um texto escrito por ele na edição do dia 06 de abril de 1.947, intitulado:

"MESTRES FUMEIROS"

"Em São Miguel Arcanjo, além Itapetininga e, hoje, à beira da estrada de rodagem São Paulo - Curitiba, a cultura do fumo foi introduzida pelos seus primeiros povoadores, aí por volta de 1.840.
Eles eram em grande parte originários do Sul de Minas, uns e outros paulistas das fronteiras com Minas, parentes do fundador Tenente Urias, os Nogueiras, os Terras, os Galvão, os Ribeiros e Carvalho, estes de São João del Rey, descendentes de uma das três famílias ilhoas.
Os netos desses povoadores contam que os sulmineiros trouxeram da terra os seus métodos e, tudo o indica, as primeiras sementes de fumo maependi, de Baependi, o município mineiro que desde o século 18 repartia com o de São Sebastião, paulista, a honra de produzir o melhor fumo.
Se um dia o leitor escrever um romance histórico do século 18, pode por na boca de seus personagens uma cachimbada de maependi e um cigarro de fumo da Ilha.
A Ilha é de São Sebastião, mas o fumo é do Continente: uma figura de retórica nos domínios do tabaco.
São Miguel Arcanjo, e muito menos Itapetininga, não eram sertões desconhecidos há um século. E, pois, já conheciam outra variedade de fumo, a que chamavam ituano, na falta de outra indicação.
Essa questão de onomatologia é uma encrenca.
É possível que não haja fumo ituano, ou deles não saibam os "fidelíssimos".
Mas em São Miguel Arcanjo, fumo que não é maependi, é ituano.
Ainda hoje.
Bem sabemos haver por aí muitas variedades, fruto do saber de experiências, feito Brasil-Bahia, Sumatra, Herzegoviana, Sansum, Porsucian, e não muito popularizadas, mas não escrevemos para botânicos e agrônomos e, sim, assinalamos os costumes mais usuais.
E muitas vezes os nomes de Rio das Pedras e Tietê não indicam mais que uma variedade de técnicas, de terras, etc.
Os fumadores que se prezavam, antigamente, e talvez até hoje, davam a vida por um goiano legítimo ou um baiano.
Diziam guiano, como os bandeirantes diziam guaianos.
A esta vaga de populações em êxodo para o Sul de São Paulo corresponde, pelos meados do século e na guerra do Paraguai, uma outra de mineiros e paulistas dos limites, na Camanducaia, todos alcunhados de braganceiros.
O fumo de Bragança Paulista é, ainda, apreciado.
Tudo leva a crer que as técnicas do plantio e fabrico fossem os tradicionais do sul de Minas, por base Baependi.
Enfim, outra vaga será exagero, mas outros indivíduos mineiros abandonavam suas terras exaustas e vinham vindo para os sertões de Piracicaba.
Aí, em bairro que depois se fez o município de Rio das Pedras, surgiu a indústria do fumo hoje estimado.
Eram sertões, em parte, mas povoados de ituanos, entre outros, pois já se conhecia a técnica, digamos, paulista.
Pessoa de toda confiança julga, porém, que no início os fumeiros de Rio das Pedras eram pobres sitiantes que aproveitavam a feracidade das terras (de pedra de fogo e barro preto) para fumarem sem comprar.
Os colonos italianos, que vieram com a marcha do café, perceberam o lucro que teriam e entraram de rijo na lavoura de fumo.
Para prova, os italianos e seus filhos e netos são os atuais fumeiros em Rio das Pedras.
Então, são noções de tradição, sem os números exatos que exigiria um trabalho de economia, científico. 
Será curioso se um exame mais aprofundado dos fatos e estatísticas (se existirem, mesmo incompletas), comprovar a nossa hipótese de que o fumo acompanhou também a marcha do café, como uma tentação de ganhar dinheiro fácil e uma consequência: a fixação de elementos que, doutra sorte, seguiriam a viagem da rubiácea.
Neste pensamento está exposto não em hipótese mas em números eloquentes por Sérgio Milliet, quanto ao algodão, à laranja, à industrialização que foi ficando atrás do café, devassador dos sertões.
Seria também para notar que os colonos italianos eram consumidores, e famosos os seus cachimbos.
Isto foi principalmente próximo da Abolição, na zona de Piracicaba.
É desde aí que o pito de barro - com seu longo canudo - cede lugar ao de madeira estandardizado, sem a feição de arte individual do primeiro.
Começaremos, porém, a descrever rapidamente as técnicas observadas atualmente pelos sitiantes de São Miguel Arcanjo, e que representam, lá, um século e, no Brasil, talvez dois ou três, de tradições e "ne varietur".
Em agosto e setembro, após as queimadas e as primeiras chuvas, faz-se a sementeira em canteiros frescos.
Qualquer terra dá fumo; a melhor é a vermelha, contanto que as chuvas ajudem, pois é muito seca. 
Dois meses depois de semeado, faz-se o transplante para as covas.
Preferem terra nova, recém-queimada e roçada; ainda não estão usando o arado, nem mesmo o enxadão para revolvê-la.
As covas de uma mesma fila ou carreira, feitas a enxada, distam quatro palmos uma da outra, e cada fila observa o intervalo de cinco palmos para com as vizinhas.
Para facilitar as limpas e a colheita. 
Dois meses depois do plantio em covas, o fumo atingiu a altura necessária e faz-se a capação, que lá se diz mais, "despontar" e imediatamente é preciso "desolhar".
Despontar é tirar as pontas onde viriam as flores, o que tira a força às folhas; naturalmente, reservando alguns pés para semente.
Desolhar é tirar os olhos ou brotinhos no vão das folhas, os quais os prejudicariam tanto como os "ladrões" a outros vegetais.
Tudo a mão, muito moles os talos.
Um mês depois, completou-se a formação da planta, que amarela ou amadurece.
Faz-se a colheita, mas então, o serviço é apurado, faz-se o pequeno muxirão com os vizinhos oficiais do mesmo ofício, ou pagam-se trabalhadores de jornal, mocinhas, meninos, o que não é lá muito encontradiço.
Num rancho coberto de sapé, faz-se o estaleiro ou prateleira, em volta das paredes e no meio a bolandeira, e espaço para trabalhadores em comum.
As folhas colhidas ficam penduradas nas taquaras, com uma ponta menor firme entre elas e as prateleiras também de bambus, ou melhor, entre duas taquaras, e prateleiras do chão ao teto, para secarem.
Antes de pendurá-las, é preciso "destalar", tirar os talos, à mão.
Toda a família e vizinhos trabalham até tarde da noite.
Esses talos vão imediatamente (ou iam) para o forno do tabaco.
O cambito é uma tábua chata com dois furos nas pontas para receberem dois pauzinhos, um destes com um gancho para prender as folhas.
Com a ajuda dele, formam-se as cordas de fumo, ligando as folhas entre si. Estas cordas, alcançando aí um metro de comprimento são cochadas entre si em três cordas e enroladas na bolandeira. Esta é um pau girando por dois braços exteriores, entre dois esteios. Nele se adapta o pau de fumo.
Os rolos de fumo ficam quarenta dias ao sol, sempre enrolando-os e desenrolando-os todos os dias o fumeiro.
Enrolar de modo que uma camada não coincida na mesma direção da anterior, mas quase em diagonal e com espaço maior para entrar o ar e, assim, curar o fumo e gradear, e isso se faz nesses dias até o enrolamento definitivo.
Cobre-se, então, o rolo com folha de bananeira, palha de milho amarrada em embiras e vai para a cangalha do burro ou o caminhão.
Atualmente, 500 arrobas por ano, outrora mais de 1.000, eis a produção de São Miguel Arcanjo.
Um alqueire de chão corresponde a 30 mil pés, de que um só homem pode cuidar, se tiver ajudantes para a colheita e o fabrico.
A plantação é o fumal; o fumo ponteiro, o melhor, vem das folhas de cima; o fumo baixeiro, o pior, das folhas de baixo, baixeiras.
Vejamos agora o processo em Rio das Pedras.
Quando à sementeira, tudo igual. A transplantação, idem. Mas usam também fazer as carreiras de covas entre os pés de milho pardejando, donde se vê que a sementeira é feita, então, muito mais tarde, em novembro.
Capação, colheita, folhas ponteiras e baixeiras, idem. Distância menor entre as covas e maior entre as filas.
O fumeiro ao desolhar, vê as folhas se não tem bichos. Aliás, já as plantinhas nos canteiros são atacadas pelo pulgão. Nas folhas, a taturana e o mandarová.
Quanto ao fabrico, não há o cambito, cocham-se na perna, na mesa, as folhas, para constituírem as cordas ou tripas.
A bolandeira chama-se grade.
Estas duas diferenças podem provir de tradições paulistas anteriores às técnicas, comprovadamente mineiras de São Miguel Arcanjo.
Diferenças pequenas.
Da grade, saem "cavacos" que, socados em gomos de taquaruçu, e não torcidos, dão o bom fumo "piocuá".
Nos quarenta dias ao sol, o fumo está "melando".
Guarda-se em garrafas esse mel, que é remédio aprovado para uso externo de gente e de gado.
Mel "melado", o fumo azeda.
A gente do centro conhece ainda o fumo jorginho, o jorge grande, o gambá, o orelha de burro.
O goiano vem em caixas e não é torcido, justapõem-se as quatro cordas.
Será bom lembrar que das sequeiras se obtém fumo ruim.
Uma enciclopédia italiana, a LEXICON VALARDI, calcula em cerca de 50 as espécies de gênero NICOTIANA TABACCUM, família das solanáceas, sendo quase todas americanas.
Informou-nos sobre a técnica usada em São Miguel Arcanjo, o revmo. pároco HUMBERTO GHIZZI".

sexta-feira, 22 de junho de 2012

UM PROFESSOR: ARISTIDES LEME BRISOLA.


Aristides Leme Brisola foi nomeado professor para a 1a. Escola de São Miguel Arcanjo, conforme inserido no jornal "Estadão", de 07.09.1.910. 
Antes disso, em 1.906, ele fora nomeado para substituir o professor Vital Fogaça da Escola do Bairro do Turvo, em São Miguel Arcanjo, durante o seu impedimento por licença; esta nota está publicada no Diário Oficial SP do dia 28 de abril de 1.906.

PRIMEIROS CARCEREIROS DA CIDADE


No ano de 1.909, era carcereiro interino o senhor José Rosa Fernandes, ao qual, após exoneração, foram pagos os respectivos vencimentos só depois que ele juntou ao seu requerimento o necessário atestado de exercício do cargo.
Depois dele, exerceu o cargo de carcereiro através de nomeação feita em novembro desse mesmo ano, o senhor Pedro Galvão Nogueira.

Fonte: Estadão - 05.11.1909.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PRIMEIRAS ATIVIDADES GERADORAS DE IMPOSTOS


Diversas atividades geradoras de impostos já eram exercidas no município, no início do século XX, como prova um periódico da época, datado de 1922, intitulado “O Progresso”. 
Pela ordem alfabética, esta pesquisa tem como objetivo tornar público as atividades que deram origem provavelmente à riqueza das famílias locais. 

Assim: 



Antonio Prestes Júnior - oficina mecânica; 

Abdala Jabur – loja de fazendas, calçados, roupas feitas, armarinho e ferragens; 

André Elias e Filho – idem ao Abdala; 

Antonio Elias Gatto – loja de fazendas, armazém de secos e molhados, açougue e um lote arreado; 

Adelino Nunes de Oliveira – barbearia; 

Antonio Jardim – padaria; 

Antenor Moreira Silvério – açougue e armazém de secos e molhados; 

Antonio Mello Pinto – uma carroça; 

Antonio de Oliveira Terra – uma olaria, dois carros de bois com eixo móvel e uma empresa de obras; 

Antonio Ferreira dos Santos – bar, padaria, barbearia e um pasto de aluguel; 

Benedito Coelho de Góes – comércio de leite, um pasto de aluguel e um lote arreado; 

Belarmino Rodrigues Gavião – armazém de secos e molhados; 

Clodomiro Arantes Galvão – uma carroça e um troly; 

Dionísio Soares de Andrade – armazém de secos e molhados; 

Demétrio Jacob e Irmão – armazém de cereais, secos e molhados e ferragens; 

Elias José e Filho – loja de tecidos, roupas feitas em geral, calçados, armazém de secos e molhados, ferragens e cereais; 

Evaristo Matias Domingues – armazém de secos e molhados; 

Florentino Batista de Lima – ferreiro; 

Francisco Ravacci – confeitaria; 

Francisco Teixeira de Arruda – comércio de leite; 

G. Fogaça – armazém de secos e molhados, pães e cereais, açougue, ferragens, sapataria e calçados; 

Gabriel Nunes Vaz – um pasto de aluguel; 

Gabriel Ozório da Silva – idem ao anterior; 

Giovani Caricatti – sapataria; 

Gabino Martins – barbearia; 

Galvão e Irmão – loja de fazendas, armarinhos, calçados, ferragens, cereais e armazém de secos e molhados; 

Horácio Pereira – comércio de leite; 

José Elias e Cia. Ltda. – açougue, ferragens, armazém de secos e molhados e cereais; 

José Ibrahim – idem ao anterior; 

José Domingos e Irmão – loja de arreios, ferragens, calçados, fazendas, secos e molhados, cereais e roupas feitas em geral; 

João Paulino e Filhos – idem ao anterior; também era comprador de fumo e algodão; 

João Borges da Silva – loja de calçados e armarinhos, secos e molhados, cereais e ferragens; era comprador de fumo; 

Joaquim Domiciano – armazém e cereais; 

Juvenal dos Santos Terra e Filho – loja de roupas feitas em geral, calçados, armazém de cereais, ferragens e arreios; 

João Cavaccini – uma carroça de duas rodas para condução, uma olaria e comércio de leite; 

Jorge Elias – armazém, loja de ferragens e cereais; 

José Rodrigues Ferreira – casa de bilhares; 

João Lopes da Silva – barbearia; 

José Alves Machado – casa de bilhares; 

José de Campos – pasto de aluguel; 

José Jacob – açougue; 

Júlio de Souza – comércio de leite; 

José Leme – armazém de secos e molhados; 

José Bento Mariano – armazém de secos e molhados, um lote arreado; 

João Leme Pinheiro – padaria; 

João Soares da Silva – armazém de secos e molhados; 

Joaquim Antonio Proença – loja de fazendas e armazém; 

Joaquim Alves Apolinário – loja de fazendas e armazém de secos e molhados; 

Laurindo Gomes Ferreira – loja de fazendas, armazém de secos e molhados e um lote arreado; 

Luiz Válio – Hotel; 

Moisés José de Camargo – uma carroça para condução; 

Manoel Soares e Filho – armazém de secos e molhados; 

Miguel Alves Domingues – armazém de secos e molhados; 

Matheus Haddad – loja de tecidos, armarinhos, roupas feitas, chapéus, calçados, armazém, ferragens e cereais; 

Moisés André e Filho –loja de roupas feitas, armarinhos, calçados, ferragens, arreios e cereais; 

Narlir Miguel – armazém de cereais, loja de calçados e roupas feitas, ferragens, cereais e um lote arreado; 

Pedro Brasílio Vaz – engenho de aguardente; 

Pedro Ribeiro Vaz – loja de ferragens, cereais e armazém; 

Salvador Soares de Oliveira – armazém de secos e molhados e um lote arreado; 

Urias Nunes de Oliveira – armazém de secos e molhados.