sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

FLÁVIO JOSÉ FOGAÇA










Era filho de Vital Fogaça de Almeida ( nascido em 28 de abril de 1885, em Itapetininga e falecido em 14 de maio de 1966 em São Miguel Arcanjo) e Maria Laura Faria Fogaça (nascida em 29 de maio de 1889 no município de Bananal e falecida a 23 de fevereiro de 1950, em São Miguel Arcanjo). 
Irmão de Francisca Áurea Fogaça (nascida aos 30 de janeiro de 1918, em São Miguel Arcanjo, onde faleceu a 28 de fevereiro de 2008, que se casou com Luiz Balboni, nascido em Ribeirão Preto aos 28 de junho de 1916 e morto em São Miguel Arcanjo aos 04 de dezembro de 1990, com quem teve os filhos: Laura, Luiz, Aldo, Vital, Maria Antonieta, Fábio, Francisco e Marcelo; Therezinha de Jesus Fogaça (nascida em 1927 em Itapetininga, que se casou com José Mário Zei, natural de Batatais onde nasceu em 1933 e tiveram os filhos Júnior e Maria Laura, nascidos em São Paulo); Francisco de Assis Fogaça de Almeida (nascido em Itapetininga a 24 de setembro de 1929 e falecido em São Miguel Arcanjo no dia 13 de junho de 1988; casado com Marina Cravo, com quem teve os filhos: Eduardo, Ricardo, Leonardo e Sandra Mara, todos nascidos em Araçatuba) e Vital Fogaça de Almeida Júnior ( nascido em 1931 em São Manoel e falecido em novembro de 2003 em São Miguel Arcanjo, que se casou com Míriam Monteiro Fogaça e tiveram os filhos Regina e Renato, nascidos em São Paulo.
No livro "Resgate", de Ariosto Salvador Araujo, lê-se que Flávio nasceu em 17 de março de 1922; já no site Rodovid diz que seu nascimento se deu em 17 de maio de 1922, em Descalvado.
Nessa época, o pai cumpria o cargo de Delegado de Polícia em São Miguel Arcanjo. 
No ano seguinte, com a remoção do pai, foi residir em Conceição do Monte Alegre, depois em Araras, Pirassununga, Itu, São Manoel do Paraíso, São Paulo.
O primeiro emprego foi numa fábrica de calçados na capital.
De volta a São Miguel Arcanjo, foi trabalhar com o primo Nestor Fogaça; daí, partiu para Itajaí, a convite de um tio, para trabalhar no ramo de madeiras.
Em Itajaí, encontrou o grande amor de sua vida, Onilce Gomes ( nascida em 09 de novembro de 1928 em Itajaí, Santa Catarina, e morta em 13 de novembro de 1999), com quem casou-se e teve quatro filhos, todos eles nascidos em São Miguel Arcanjo: Flávio José Fogaça Filho, nascido em 1949 ( que foi casado com Tereza de Jesus Silva, com quem teve as filhas Daniela - nascida em 1974 - e Débora - nascida em 1978, em São Paulo); Ney Sérgio Fogaça, nascido em 1951 ( casado com Vera Lúcia Oliveira, com quem teve as filhas Vitória e Marília, nascidas em São Paulo); Léa Maria Gomes Fogaça, nascida em 1957 ( casada com Francisco Carlos Fonseca, de Marília, com quem teve os filhos Lucas e Caio, nascidos em São Paulo) e Maria Cristina Gomes Fogaça, nascida em 1959 ( casada com Francisco Fogaça Balboni, com quem teve o filho Hugo, nascido em São Miguel Arcanjo).
Flávio faleceu a 20 de agosto de 1988, em São Miguel Arcanjo, dois meses depois do irmão Francisco de Assis Fogaça de Almeida, que residia em Itapetininga.
Fez parte da diretoria do Asilo e da Corporação Musical Sãomiguelense.
Possuiu uma torrefação de café e, com o cunhado Luiz Balboni, uma fábrica de amido de mandioca, de farinha de milho e beneficiamento de arroz. Esta, defronte à hoje Escola Arcanjo.
Religioso, foi Ministro da Eucaristia.
Deixou diversos quadros pintados, doados por ele a alguns familiares.
Gostava de trabalhar com madeira.
A esposa Onilce Gomes era voluntária nos projetos de Adelina Prandini Ribas.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UÍLIO AZANHA






















Se vivo, Uílio Azanha teria completado, no último dia 10 de fevereiro, 65 anos de idade.
Natural de São Miguel Arcanjo, era filho do casal Manoel Azanha Neto e Alice Alves Rodrigues.
Um dos seus hobbys preferidos era a leitura, mas jamais dispensava um bailinho ou uma serenata com os amigos.
Cursou o Técnico em Contabilidade na vizinha Itapetininga e empregou-se no Banespa.
Faleceu no dia 11 de janeiro de 1981, vítima de um acidente.
Empresta seu nome a uma rua na cidade, localizada no Jardim Nova São Miguel.  


HOMERO DOS SANTOS FORTES

Filho do casal iguapense Francisco Estácio Fortes e Leonina dos Santos Fortes, Homero dos Santos Fortes era irmão de Jandira, Álvaro, Paulo, Plínio, Eucharis, Araci, Luis e João Procópio.
No ano de 1914 estava matriculado na Escola Normal de São Paulo, tendo como colegas: Pedro Vidal de Oliveira, Antonio Christino Cabral, Affonso Henrique Mendes, João Ferrara, Laurindo José de Almeida, Achilles Bloch da Silva, Benigno Lagreca, Bruno Alves Cruz, Francisco Domingues da Assumpção, José Scaramelli, Sebastião de Aguiar Barbosa, João Henrique Hortiz, Raul Antonio Fragoso, Oscar Alves de Siqueira, Luiz Galhanone, Alfredo Stavale, José Luiz da Graça Veiga, Olavo de Carvalho, Altino José de Oliveira, Antonio Villalva Júnior, João Ribeiro Júnior, Armando Quaglio, Rafael Rocha Campos, Antonio Marques Galvão e Murillo Mendes.
No ano de 1917, participou de uma festa promovida pela Cruz Vermelha, em São Paulo, em benefício do Hospital para crianças que estava sendo construído, tomando parte do coro final da opereta "A Feiticeira", ao lado de Olga Mercado, Ruth Quadros, Alzira, Odete e Acilda Meirelles, Carmen Azevedo, Elvira Carvalho Pinto, Aracy Tavares, Esther Novaes Ribeiro, Odila Paes de Barros, Josephina Villa Real, Paulo Mercado, Renato Meirelles, Walfredo Arantes Caldas, Victorina Dubugras, José Luis da Veiga, Washington Cardoso, Maria de Lurdes Ribeiro, Nadir Porto, Isabel Braga, Arnaldo Andrade, etc.
Casou-se com Abigail de Albuquerque.
No início dos anos 20, passou a residir em São Miguel Arcanjo, onde fundou o Escotismo, a ele dedicando tudo, levando-o a um grau de desenvolvimento invejável.
Os pais daquela época faziam até sacrifícios para ver seus filhos matriculados na instituição que enveredava por um bom caminho, sob a direção do professor.No ano de 1.923, por ter sido acusado de fazer parte de uma das facções políticas locais, o que era absolutamente falso, o professor Homero dos Santos Fortes pediu remoção e foi removido de São Miguel Arcanjo para a diretoria das Escolas Reunidas de Santa Eudóxia, sendo nomeado em seu lugar o professor José Galvão.
A politicalha existente na cidade tentou desmoralizá-lo diante da opinião pública, mas não conseguiu.
Homem superior, cavalheiro distinto, preferiu tudo sacrificar a curvar a fronte digna e nobre ante os tiranetes da terra, segundo afirmava o extinto jornal "A Razão", edição do dia 9 de agosto de 1.923, primeira página.


No ano de 1937, o professor lecionava na importante Escola Normal de São Carlos, sendo responsável pela cadeira de Ciências Físicas e Naturais.
No ano seguinte, paraninfou a turma da Escola Normal Padre Anchieta e em 1948, fazia parte do Conselho de Sentença do Fórum Criminal de São Paulo.
No ano de 1950, foi candidato a deputado federal pelo PSP, obtendo 2.254 votos. Era correligionário de Antonio Vieira Sobrinho.
No ano de 1951, já casava em São Paulo seu filho José Roberto de Albuquerque Fortes com Maria Ercília Quintela, filha de Olavo e Ercília Quintela. Paraninfaram a cerimônia, pelo lado do noivo, seu tio João Procópio Fortes e esposa; pela noiva, Renato Prado e Maria do Carmo Aguirre Quintela.
O professor Homero dos Santos Fortes faleceu em abril de 1968, em São Paulo.
O professor Homero não foi homenageado em São Miguel Arcanjo, mas em Paraisópolis, São Paulo, à Rua Herbert Spencer, 113, existe uma unidade escolar que lhe emprestou o nome. 
Trata-se da "Escola Estadual Professor Homero dos Santos Fortes".

sábado, 22 de fevereiro de 2014

"CAUSO" DE SÃO MIGUEL ARCANJO CONTADO PELO MAJOR LUIZ VALIO


" O ALFAIATE, A COLCHA DE RETALHOS E O DIABO"


CAPÍTULO PRIMEIRO:


Havia noutros tempos por estas bandas do sul do Estado, um alfaiate muito bondoso e inteligente que, por ser perito no seu ofício, gozava de uma reputação quase "universal".
Com efeito, "seo" Jacinto - este era seu nome - costurava bem e costurava tudo: roupas de homens e de meninos, de senhoras e senhoritas, e até a pança dos fregueses, se preciso fosse, porque, de uma feita, chamado para um tal mister, houve-se nele com admirável habilidade.
"Seo" Jacinto, no entanto, apesar de levar uma vida quase santa, confessando-se à miúdo, sem falar às missas dominicais e dias de preceito, tinha ele um "senão"!
Dona Magnólia, sua amável esposa, tão boa e católica como ele, e como ele gozando de estima quase "universal", de quando em vez chamava-lhe a atenção:
- Nhô Jacinto, esse defeito que mecê não deixa, não sei se no fim dá certo!... Veja bem que o pecado sempre tem castigo. 
- Qual pecado, querida: "isso" é tão insignificante que nem para o vigário eu conto. Futilidades dessa natureza, nem o diabo toma nota.
Com efeito, "seo" Jacinto usava e abusava desse seu único "senão".
Ele, cada vez que lhe traziam pano para coser, fosse da qualidade que fosse, antes de toda e qualquer operação da arte, suprimia bom meio côvado para si.
É verdade que, constantemente, os fregueses reclamavam a justeza um pouco exagerada das roupas. Mas "seo" Jacinto a todos dava boas desculpas: o pano era mais estreito, o negociante errou na medida, houve um pequeno engano no corte, etc., e os fregueses ficavam a lhe restar, nunca, porém, desconfiando de sua honestidade, porque "seo" Jacinto era bom católico.
E os retalhos transformavam-se em belíssimas colchas, artisticamente confeccionadas pelas mãos de dona Magnólia, que só ela sabia combinar-lhes as cores em quadrículos uniformes dispostos com rara maestria.
De quando em vez o "seo" Jacinto partia para longe, levando nutrido sapiquá.
O conteúdo, que os vizinhos desconheciam, era todo ele... de colchas!
Vendidas, produziam boa soma que dona Magnólia, apesar das suas advertências habituais e dos escrúpulos de consciência, colocava na caixa econômica, de onde apenas retirava os parcos jurinhos, operações estas feitas sob reserva absoluta não só do vulgo como até do padre no confessionário.
- Futilidades dessa natureza, nem o diabo toma nota, repetia "seo" Jacinto, quando sua cara metade lhe advertia que o "negócio no fim, talvez, não desse certo"...
Os tempos iam-se, os costumes continuavam e tudo era gosto para o casal feliz que só reclamava uma coisa: a falta de "herdeiros que devorassem, mais tarde, as suas economias".


CAPÍTULO SEGUNDO:

Domingo de Ramos.
A igreja da paróquia preparava-se para comemorar os martírios do Gólgota.
As folhas de palmeiras cruzavam-se por toda parte e os fieis, sobraçando-as aos feixes, penetravam os umbrais do templo sagrado que dentro em pouco tomava o aspecto de uma vasta floresta.
"Seo" Jacinto e dona Magnólia, na forma do antigo hábito, também fazem parte das solenidades; ele, vestindo opa e ela, envergando o hábito de irmandade feminina local.
Inicia-se o santo sacrifício da missa, mas quando o Sacerdote pronuncia as palavras "Introibo ad altare Dei", um rebuliço geral interrompe o silêncio majestoso que reinava no recinto.
Há gritos lancinantes e exclamações de dor:
- Que será? - exclamava a multidão.
- "Mortus est Jacintus", pronunciou, enfim, o oficiante.
E de fato, "seo" Jacinto, estendido ao solo, era um cadáver perfeito, desfigurado e cataléptico.


CAPÍTULO TERCEIRO:

Não havia nenhum Esculápio na terra.
Em compensação, existiam curandeiros à beça que foram sendo chamados, dando cada um opinião vária.
Para "seo" Maneco da Viola, aquilo foi "lombriga arejada". Recitou uma oração forte sobre o corpo hirto, que, logo após deu um estremeção de arrepiar os circunstantes.
Estava, portanto, ainda vivo, o "seo" Jacinto!
Veio, depois, Nhá Chica da Porteira, que diagnosticou "lombriga fraca". 
O específico para esta enfermidade foi logo preparado: chifre de carneiro queimado, vinagre, açúcar mascavo, canela e hortelã.
O abdomem do paciente cadavérico foi logo besuntado em cruz por todo o corpo, mas qual!
Um segundo estremeção e mais nada.
Em resumo, mais de trinta "doutores" deram mais de trinta opiniões diferentes e já se andava pelo sábado de aleluia e "seo" Jacinto continuava na mesma.
De vez em quando um estremeção, como que a evitar-lhe o sepultamento com vida.
Por sua vez, o depósito da caixa econômica esgotava-se rapidamente.
- Eu bem dizia para ele - choramingava dona Magnólia - que, no fim...
O resto da frase sumia-se no engasgo da comoção simulada, porque a ninguém queria revelar o segredo dos retalhos e da caixa, que ainda se mantinha oculto.
Faltava, entretanto, um cirurgião que não fora consultado.
Era o Nicola de Biase, muito entendido em operações e curas, apesar de exercer o ofício de oleiro do povoado.
Veio logo e examinou:
- Uno picolo escaldamento nus miólos, cagionalo dala svaporazione dus gazo sulfridico qui treparon in cópa à cabezza du poverino. Io vô a fazê uno buraco in zima co o trapano i dispoize eli vai a sará.
Poucos momentos depois, o buraco estava aberto e o Nicola nele colocava um manômetro a título de experiência.
O instrumento entrou a funcionar, verificando a numerosa assistência, que a pressão do gás elevou-se a 100 libras!
Jacinto exala um profundo suspiro, torce-se todo no leito e, poucos momentos após, no meio do espanto geral, caminhava pelo aposento, como se nada lhe tivesse acontecido.
O próprio Nicola azulou, levando apenas o "manômetro".

CAPÍTULO QUARTO:

Dona Magnólia guardou segredo do que aconteceu ao seu caro esposo, até que este, passados alguns anos, morria de fato, regenerado daquele "senão" que muito o fez sofrer durante os dias da morte aparente.
É que "seo" Jacinto tivera naquela ocasião uma síncope, durante a qual sua alma, segundo me afirmou aquela senhora, perambulando pelo espaço, descera até o quinto circuito do inferno, onde o diabo havia plantado no alto de pequena colina fosforescente, uma bandeira enorme, cuja flâmula media cerca de um quilômetro de comprimento.
- Eis aí, Jacinto amigo - disse-lhe o diabo - o fruto da tua obra sobre a terra, isto é , aquilo que julgavas coisa fútil.
Com efeito, cheio de espanto, "seo" Jacinto reconheceu que todos os retalhos que furtara faziam parte da colossal bandeira, tendo no reverso de cada um a fotografia de seu dono, perfeitamente reconhecível.
Muita coisa viu mais "seo" Jacinto por aquelas paragens infernais, que, se as divulgasse todas, fariam modificar a face do mundo!
Daí por diante, quando ele preparava-se para cortar o pano, conforme suas instruções, dona Magnólia gritava-lhe:
- Olha a bandeira!
E "seo" Jacinto derrubava logo a tesoura, fazendo o sinal da cruz.
Dr. Ferdinando Cipó.

OBS: "Este fato que me foi contado pela viúva do herói Jacinto não é fantasia.
Com exceção do capítulo onde se relata a operação trepanatória do crânio, tudo o mais é verdade pura, incontestável. 
Publiquei-o agora porque há nele muito que pensar e que aprender, principalmente na época que vamos atravessando. 

Dr. Ferdinando Cipó."



- Publicado no extinto jornal "O Progresso" de 29 de março de 1.931. 
Dr. Ferdinando Cipó era um dos pseudônimos do Major Luiz Valio.
A maioria dos artigos escritos pelo Major assinava-os como J. SEVERO.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

DESFILE DE PRIMEIRO DE ABRIL










Sabe aquela marcha, pam pam parampam pam pam, depois aqueles assovios, pam pam?
Quem assistiu A Ponte do Rio Kway, tem ela guardada. 
Fiquei muito tempo até descobrir o nome – Colonel Bogey. 
Vez ou outra, passo pelo Youtube para ouvir algumas versões. A que mais gosto é de Chet Atkins com Boston Pops. 
Hoje, tarde chuvosa, domingo de Páscoa, estou pensando o que significam quarenta anos. 
Qual a relação? 
Sem filosofia, quero mais dizer, entrei no clima na quinta passada, primeiro de abril de dois mil e dez. 
Saí de Piracicaba, cheguei a São Miguel, no meio do desfile comemorativo do aniversário da cidade, pelas dez da manhã. Todos aqueles alunos das escolas, que saudade, imaginem agora o significado de quarenta anos... Imaginaram? 
Fui em dois mil e dez, cheguei em mil novecentos e setenta, não podia ser outra data, era eu mesmo no meu desfile, eu mesmo de porta-bandeira, a mesma rua, o mesmo tudo. 
Deixei o carro um quarteirão longe, entrei em casa 
– Oi mãe, oi não-sei-quem... 
Saí à rua lépido, ainda mais com sonho realizado, estava de ray-ban aviator. 
Desci à praça, tudo, mesmo tudo, ninguém me tirou nada. 
Voltei aos dezesseis, tive certeza, encontrei a Gracinha e a Maria Luiza
– Oi Jairinho. 
Mesma entonação. 
Sorri e me senti aquele mesmo menino, carregando a bandeira, ali no meio da rua marchando. 
Chega de mesmo, mas, fazer o que – era eu mesmo, no meu passado. 
Ninguém me tira essa viagem. 
Fiquei por ali, subindo e descendo ao longo do desfile e daqueles alunos e professores, imaginando todos aqueles passados pela minha viagem, quando encontrei o San 
– Oi, tudo bem? 
Tudo. Tá vendo a meninada, bonito não? Somos nós, seu bobo! Pensei, mas não falei. Falamos de nossas coisas atemporais. Aí, ele lembrou-se de um outro desfile, quando fomos índios – eu, ele e o Zé Dias, num carro alegórico que falava de bandeirantes e conquistas. O Joaquinzão era o bandeirante. Acho que foi em sessenta e seis. Demos risadas, comentamos mais algumas coisas – Tchau e um abração. 
O locutor anunciou a última escola, olhei a praça e andei. 
Entre esses dois primeiros de abril, pouca coisa tenho a lembrar sobre desfiles – Uma imagem de duas motos do tiro de guerra abrindo caminho, naquele desfile de cinco de novembro de mil novecentos e setenta e um, aniversário de Itapetininga. A Lígia chorando, pois deixei-a sozinha e fui ver a banda tocar, desfile de sete de setembro, ela devia ter uns oito ou nove e nem desfilou. 
Adivinhe o que a banda tocou? 
Tenho, também, algumas fotos, uma do meu primeiro desfile, sessenta e cinco, tirada do cinema e mostra uma parte histórica da praça. 
Está no Orkut e tem mais. 
Andei, e pé ante pé, cheguei à casa da minha mãe já neste ano. Fui buscar o carro, entrei, almoço pronto, conversa vai, vem. Sempre a mesma coisa, tudo igual, disse a D. Cida. 
Mãe, não é não, cada um sabe bem o seu significado e o que vai levar. Talvez uns dois ali vieram de dois mil e cinqüenta, vai saber. 
Eu estava em setenta. Assim, me despedi, entrei no carro e sem carteira de habilitação saí para São Paulo, pois só tirei a carta aos dezenove. 
Que estrada ruim, certeza de não estar no futuro, era a mesma buraqueira. Nessas minhas andanças, nunca mais vi um desfile, nem pela televisão. No cinema, só os soldados ingleses desfilando e assoviando ao som do Colonel Bogey, daí a relação. Desde quinta, estou indo e vindo nesses dois primeiros de abril, quarenta anos um do outro. São inseparáveis, fazem parte da minha vida e se completam. Naquele carregava a bandeira, neste olhava, sensação única de estar em dois lugares, menino e homem. 
Naquele, queria ser o homem que sou. Neste, queria ser o menino que fui. 
Hoje, ao som de..., adivinhem, quero ser os dois. 
Ano que vem, não vejo a hora do desfile. 
Jairo A. Costa Jr.
(Transcrito do blog "Chãomiguelense", de Paulo Manoel Silva Filho)

FILHO E AMIGO PRANTEIAM PAULO MANOEL SILVA, O PAULICO BRANDÃO


 

























O filho Paulo Manoel Silva Filho:
"Se aquela cadeira falasse... 
Sentaram-se nela, várias pessoas. Algumas importantes, outras nem tanto. 
Prefeitos, vereadores, professores, doutores, padres, estudantes, mecânicos, gerentes de banco, caminhoneiros, boleiros, boêmios; bons e maus pagadores... 
Hoje, aquela mesma cadeira permanece na ativa. 
Talvez não com aquele glamour de outrora. 
Garotinho ainda, entre 06 e 07 anos, o “Salão Central” era meu ponto favorito na praça, além do que o barbeiro era meu pai. Mas não era só por isso. 
Gostava de ver meu pai trabalhando. 
Gostava de ouvir histórias, causos, novidades, que a toda hora chegavam pelos fregueses. 
Gostava de sentar-me naquela cadeira de couro vermelho e me fazer girar, mas também não escapava de varrer o chão de ladrilhos brancos e vermelhos gastos pelo tempo e que ficavam cobertos de cabelos. 
Isso sempre me rendia uns trocados. 
Era um ambiente quase que exclusivamente masculino o que fazia com que eu me sentisse um homem naquele local. 
Ficava imaginando quando é que eu iria fazer a barba com aquelas navalhas... 
Esse ambiente de “homens” às vezes era quebrado por alguma mãe que levava o filho pelo braço e dizia ao meu pai: 
- Paulico, corta americano! 
Não sei se aquilo era um castigo para o filho; a cabeça toda raspada, preservando aquele topetinho no alto, era o fim, mas fazer o que. 
Pra não acompanhar a tosa pelo espelho, com os olhos buscava outras coisas pelo salão, como folhinhas, cartazes, desenhos. Lembro-me de alguns, como o amigo da onça, bem de vida, cercado de mulheres e ao lado um mendigo, com seu saquinho às costas e o amigo da onça dizendo "ele fez fiado". 
Lembro-me também dos perfumes, lembrança que vem do olfato: Água Velva. Ainda hoje, fecho os olhos e sinto o perfume daqueles vidrinhos verdes, amarelos e vermelhos. 
Outra lembrança bem viva é o nome do fabricante da cadeira de barbeiro gravado no apoio dos pés, que na realidade eu lia bem porque não alcançava o apoio e meu pai colocava uma tábua sobre os braços da cadeira para que eu ficasse na altura para possibilitar o corte do cabelo. 
Acho que o nome FERRANTE foi a primeira palavra que aprendi a ler. 
Este nome forte e marcante ficou em minha memória.


Já não há barbeiros 
Nem cadeiras de barbeiro, 
Onde nos possamos sentar 
E olhar, o olhar do nosso olhar 
Refletido no espelho 
Da cadeira do barbeiro, 
Onde rasam tesouras rente às orelhas, 
Enquanto nos sentamos 
Na cadeira do barbeiro, 
E pensamos em tudo e em tudo 
Porque temos tempo para pensar 
Para refletir e analisar 
Quando estamos sentados 
Na cadeira do barbeiro, 
Sem outro remédio senão 
Fitarmo-nos continuamente 
E ver quem fomos, quem somos 
E quem viremos a ser 
Num mundo onde já não há 
Cadeiras de barbeiro."

E o amigo Ary Leme Pinheiro:





PRIMEIRA COMUNHÃO DE VITORINO FRANÇA


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

FESTA DA UVA 2003


























Foto transportada de um recorte do extinto jornal "SMA News" do dia 22/02//2003.
O prefeito da época: José Antonio Terra França.
Vice: Antonio Falopa.

ENTREVISTA COM O PREFEITO "CARPINHO"



UMA DOAÇÃO DO PADRE FRANCISCO RIBEIRO




Foi ele quem doou a imagem de Santa Cecília para a banda lira da Corporação Musical São-miguelense, ao tempo do Maestro Joaquim Ortiz de Camargo.

Para a santa, o artista plástico José Antonio de Góes esculpiu uma lira em madeira e o Pedro Nogueira Machado, grande marceneiro, filho do "Zé da Noca", lhe fez um assento.
Colocada no Centro Comunitário "Adelina Prandini Ribas", no início de janeiro de 1.997, a imagem da santa desapareceu sem deixar vestígio algum no dia primeiro de janeiro de 1997, quando ali houve grande festa pela eleição do novo prefeito.
Isto não é uma lenda.
É verdade.

Aos que sabiam desse fato, insistentemente, pedia o saudoso músico Alcides de Mattos para que repassassem às futuras gerações este fato.

Os músicos mais velhos, incluindo Alcides e o Braz da Banda, sempre afirmaram que foi a mando do ex-prefeito Luiz Gonzaga Albach o tamanho pecado da destruição da imagem da santa.

"NHÔ ZARTINO PINHEIRO"














Eu que era ainda pequeno
Nhô Zartino conhecemo
Home de muito valor,
Home de bom coração.
Além de ser Irmão do Santíssimo,
Era bom violeiro
E alegrava todo mundo
Sendo grande fandangueiro
Das festas de São João.

Também um grande artista:
Fazia bandeiras
De todos os santos Padroeiros dos Bairros.
Fazia oração para retirar as cobras,
Com intenção de Nossa Senhora do Desterro e São Bento,
Ajudando os fazendeiros para criar o seu gado
E os roceiros com a sua devoção.

E quando venceu a sua luta
Deixou muitas saudades
Pro povo da roça e da cidade.
Com muita recordação,
Eu que fiz esta poesia,
Convido todo povo de São Miguel Arcanjo
Homenageando junto comigo
Este valoroso caboclo
Que colaborou com o progresso de nossa cidade
Com sua humildade
Sendo um ilustre cidadão.

Todos nós conhecemos Nhô Zartino
Tenho a plena certeza que ele está no céu com Jesus,
Nossa Senhora e São Bento,
Merecendo a vida eterna,
Porque cumpriu sua missão.

- José Carlos Oliveira, o "Zezinho Oliveira" - 

MIGUEL TERRA:


DOS GUARDADOS DE APARÍCIO TERRA: