domingo, 5 de agosto de 2012

SÃO MIGUEL ARCANJO NA VISÃO DE DANIEL CARNEIRO.


Conforme consta da "Enciclopédia dos Municípios Brasileiros", edição 1.957, volume que nos foi doado por Paulo Manoel Silva Filho, passamos abaixo os dados lá inseridos por Daniel Carneiro (redação final) e Ruth Galvão; como fonte dos dados- A. M. E. - Daniel Carneiro; quem seria esse Daniel???).
Não vamos aqui transcrever as mentiras que ele ajeitou sobre o histórico da cidade, que até hoje tanto a Câmara Municipal quanto a Prefeitura local utilizam em suas publicações. Comparemos os dados daquele seu "estudo" com os de hoje, quase sessenta anos de distanciamento:


(Praça "General Izidoro Dias Lopes", que depois passou a ser chamada "Praça das Bandeiras", para bem mais tarde tornar-se "Praça Antonio Ferreira Leme", mas popularmente conhecida como "Praça do Dante Carraro".)

Altitude do município: 650 metros.
Clima: Temperado, com inverno seco.
Temperatura anual: entre 18 e 19 graus.
Total anual de chuvas: ordem de 1.300/1.500 mm.   
Área: 965 km2.
População: censo de 1.950:12.950 habitantes, entre eles 6.613 homens e 6.337 mulheres, sendo que 79% na zona rural; estimativa pata 1.954: 13.765 pessoas.
No final da década de 50, havia na sede da cidade uma população estimada em 2.500 pessoas, sendo 1.219 do sexo masculino e 1.281 do sexo feminino.
O forte da Economia era a agricultura e os produtos principais nessa época: batatinha, com 123 mil sacas; milho, com 66 mil sacas; arroz, com 33.600 sacas; feijão, com 24.500 sacas e trigo com 720 mil quilos por ano.
Outras riquezas: corte de toras para construção e depósitos de piritas diversas, galena, ferro, mica, grafite e manganês.  
Cerca de 19.360 hectares de matas eram utilizados para pasto.
Na sede havia 3 estabelecimentos industriais com mais de 5 operários cada uma. 
A média mensal de produção de energia elétrica era de 416 mil kWh.

























(A Praça Tenente Urias; os estudantes daquela época jamais a abandonavam, visitando-a diariamente nos seus uniformes.)

Estavam registrados na Prefeitura 19 automóveis e 64 caminhões.
A cidade possuía 113 estabelecimentos comerciais, de onde 99 do gênero alimentício; 3 de louças e ferragens; 11 de fazendas e armarinhos; 3 atacadistas e 50 varejistas.
Existia uma cooperativa de crédito.
O município possuía 34 logradouros, dois deles ajardinados e arborizados e 26 iluminados, 28 ruas calçadas de pedregulho miúdo sobre terra melhorada.
Total de prédios: 929.
Ligações elétricas: 730.
Havia 3 hotéis, 23 unidades escolares e 1 cinema.
Assistência médico-sanitária: apenas 1 médico, 1 dentista, 1 agrônomo e 2 farmacêuticos (cada qual com sua farmácia). 
O principal festejo acontecia durante o mês de setembro, dia do padroeiro da cidade; no dia da festa, caminhões de caboclos com suas famílias vinham em busca de benção e do abençoado Pão do Divino.
No ano de 1.955 havia 1.431 eleitores e 13 vereadores em exercício.



















(Nesta foto, o coreto da "Praça Tenente Urias", onde do seu lado direito, tendo como princípio a escadaria, ainda se via o pé de jacarandá, símbolo dos "pracinhas", mandado ali plantar pelo então prefeito Luiz Válio)  

VILA VICENTINA




Com o comparecimento de grande número de pessoas religiosas e precedido da Corporação Musical São miguelense, deu-se no dia 09 de abril de 1.950, em São Miguel Arcanjo, a inauguração da Vila Vicentina, obra especial da Sociedade São Vicente de Paulo local.
Nessa ocasião, houve solene missa campal oficiada pelo padre João Júlio Saavedra, que pronunciou substancioso sermão alusivo ao ato.
A entrega das chaves às primeiras famílias abrigadas foi feita pelo prefeito municipal à época, Nestor Fogaça, tendo usado da palavra  o professor Lauro Orlando de Oliveira, secretário da Conferência Nossa Senhora das Graças que, num improviso feliz e de rara eloquência, fez um relato vivo, exaltando a vida e a obra do imortal Frederico Ozanan, fundador da primeira Conferência Vicentina do mundo.
Ao encerrar as solenidades, fez ainda uso da palavra o estimado vigário padre Francisco Ribeiro.
Com a inauguração da Vila Vicentina, ficou resolvido um dos mais prementes problemas sociais do município, a falta de moradia.
Inúmeras famílias pobres que até então viviam quase no abandono, sem um teto para se abrigarem, foram nomeadas para ali morarem.

Notícia extraída do extinto jornal "Diário de Itapetininga", de 17 de maio de 1.950, cuja direção estava a cargo de Galvão Júnior; este exemplar foi doação de Paulo Manoel Silva Filho.