domingo, 1 de abril de 2018

O PRÉDIO DA BIBLIOTECA

Decreto 13310/79 | Decreto nº 13.310, de 6 de Março de 1979
Publicado por Governo do Estado de São Paulo (extraído pelo JusBrasil) - 36 anos atrás
Autoriza a Fazenda do Estado de São Paulo a permitir o uso, a título precário, em favor da Prefeitura Municipal de São Miguel Arcanjo, de imóvel que especifica Ver tópico (1 documento)

PAULO EGYDIO MARTINS, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Decreta:

Artigo 1 .º -- Fica a Fazenda do Estado autorizada a permitir o uso, a título precário, em favor da Prefeitura Municipal de São Miguel Arcanjo, de imóvel com benfeitorias, localizado no município de São Miguel Arcanjo, à rua Manoel Fogaça, esquina com a rua Siqueira Campos, antes destinado à Cadeia Pública, com as divisas e confrontações constantes do memorial e planta anexos ao Processo nº 54 954-77, da Procuradoria Geral do Estado. Ver tópico

Artigo 2 .º -- O imóvel destinar-se-á à instalação da Biblioteca Pública Municipal. Ver tópico

Artigo 3 .º -- A permissão vigorará pelo tempo necessário à concretização das providências indispensáveis à transferência definitiva do mesmo imóvel à Prefeitura permissionária, mediante autorização legislativa. Ver tópico

Artigo 4 .º -- Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação. Ver tópico

Palácio dos Bandeirantes, 6 de março de 1979.

PAULO EGYDIO MARTINS

Manoel Pedro Pimentel, Secretário da Justiça

Antônio Erasmo Dias, Secretário da Segurança Pública Publicado na Secretaria do Governo, aos 6 de março de 1979 Maria Angélica Galiazzi, Diretoria da Divisão de Atos Oficiais 


"PADRE VICENTE GAUDINIERE" - OU GAUDINERI


Placa existente em Pirituba/sp


Extraído do jornal 
"Jerusalem", ano 3, nº 45, de 30/11/1900, pág. 1, que faz esta referência ao Padre Vicente Gaudiniere:

"Resplandece hoje em as columnas do Jerusalem, aureolado de muito carinho e de muito amor, o busto do magnanimo Padre Vicente Gaudiniere.
Personificação humilde da bondade, o virtuoso sacerdote como vigario, em as cidades de Morretes e depois na da Palmeira, impoz-se pela grandeza do seo coração, palladium aberto a cuja sombra os desgraçados e os infelizes sempre encontraram abrigo o mais sincero e o mais franco.
Fidalgo no trato, humilde entre os humildes, rebellado quando ferido na sua dignidade e na sua consciencia, sanctuario da liberdade, o virtuoso Padre Vicente adquirio amigos que o amam e despeitados que o detestam, que babujam sobre a sua respeitavel individualidade as mais torpes villanias, como se elle, meos senhores, não aspirasse muito alto, muito acima da lama, onde suinam as torpezas e as sordices da alma astrabica e visgosa dos seos quixotescos inimigos.
Sacerdote de Christo, puro e immaculado, um dia, quando os phariseos, em tropel desesperado, bateram á porta do Templo, a sua palavra ungida de piedade christam, os enchotou, e, elles miseraveis e vencidos ante tanta dignidade, fugiram, e de longe, occultos nas trevas, tramaram contra o virtuoso vigario da Palmeira a conspiração surda e indigna da calumnia, da trahição e da perfidia.
A Justiça, dorme, desfraldadou a bandeira branca da victoria, o Padre Vicente triumphara, e o Paraná levou-lhe a palma verde da solidariedade.
A Altiva Parochia da Palmeira proclamou a sua independencia da Diocese e o Sr. D. José de Camargo Barros vencido, recolheu-se á sachristia da sua vingança, mastigando a colera do odio, despejando sobre o magnifico sacerdote rebellado pragas e excumunhões, ridicula pantomima da piedosa egreja romana, hoje recebidas pelo livre espirito d'este fim de seculo de liberdade por entre gargalhadas.
Apoiado pelo povo da Palmeira, o Padre Gaudiniere, alli manteve-se respeitado e querido, até o dia em que circunstancias particulares o fizeram retirar-se para a Estação Rebouças, onde hoje vive, divorciado do convencional, pela liberdade de consciencia, trabalhando no comercio, amparando a pobreza, distribuindo a caridade, dilatando a verdadeira Religião de Jesus Christo, tão deturpada pelos padres Nazaldinnis, vivendo para outrem, humilde entre os humildes, feliz na sua velhice virtuosa e abençoada, expansivo e meigo, perdoando os seus inimigos, pedindo a Deos nas suas orações tão fervorosas e tão puras que os guie por melhor caminho, que os conduza a caminho de salvação.
Que se reflita no espelho de chrystal purissimo da sua grande alma o clero romano, transfuga da liberdade, aposta do amor, inimigo da Religião santificada no alto illuminado do Calvario pelo sangue do mais humilde e do maior de todos os homens, o doloroso Rabbi da Galliléa.
Mas, o virtuoso Padre Vicente Gaudiniere longe de abandonar o seo sagrado ministerio, abraçou-o com mais fervor ainda, attendendo a todos os chamados, que diariamente lhe são feitos dos diversos pontos do Estado, para onde elle corre pressuroso levar a extrema uncção a um agonisante, na sua palavra unginda de piedade e de muito amor, o batismo ás creanças, o enlace matrimonial aos que se amam, sem exigir delles ridiculas confissões auricular, erguer a hostia no sacrificio da missa, orar pelos que têm fome e sede de Justiça. 
Ah! que alma perfeitissima, a d'este sacerdote, que não conhece o rancor, que tem sempre, como Christo o teve, a sorrir, a cantar nos seos olhos o lyrio branco do perdão:"Perdoa-lhes, Pae, elles não sabem o que fazem."
( Jerusalem - Ano 3, nº 45, de 30/11/1900. )
- Do Caminhos do Sertão -