quarta-feira, 20 de junho de 2012

PRIMEIRAS ATIVIDADES GERADORAS DE IMPOSTOS


Diversas atividades geradoras de impostos já eram exercidas no município, no início do século XX, como prova um periódico da época, datado de 1922, intitulado “O Progresso”. 
Pela ordem alfabética, esta pesquisa tem como objetivo tornar público as atividades que deram origem provavelmente à riqueza das famílias locais. 

Assim: 



Antonio Prestes Júnior - oficina mecânica; 

Abdala Jabur – loja de fazendas, calçados, roupas feitas, armarinho e ferragens; 

André Elias e Filho – idem ao Abdala; 

Antonio Elias Gatto – loja de fazendas, armazém de secos e molhados, açougue e um lote arreado; 

Adelino Nunes de Oliveira – barbearia; 

Antonio Jardim – padaria; 

Antenor Moreira Silvério – açougue e armazém de secos e molhados; 

Antonio Mello Pinto – uma carroça; 

Antonio de Oliveira Terra – uma olaria, dois carros de bois com eixo móvel e uma empresa de obras; 

Antonio Ferreira dos Santos – bar, padaria, barbearia e um pasto de aluguel; 

Benedito Coelho de Góes – comércio de leite, um pasto de aluguel e um lote arreado; 

Belarmino Rodrigues Gavião – armazém de secos e molhados; 

Clodomiro Arantes Galvão – uma carroça e um troly; 

Dionísio Soares de Andrade – armazém de secos e molhados; 

Demétrio Jacob e Irmão – armazém de cereais, secos e molhados e ferragens; 

Elias José e Filho – loja de tecidos, roupas feitas em geral, calçados, armazém de secos e molhados, ferragens e cereais; 

Evaristo Matias Domingues – armazém de secos e molhados; 

Florentino Batista de Lima – ferreiro; 

Francisco Ravacci – confeitaria; 

Francisco Teixeira de Arruda – comércio de leite; 

G. Fogaça – armazém de secos e molhados, pães e cereais, açougue, ferragens, sapataria e calçados; 

Gabriel Nunes Vaz – um pasto de aluguel; 

Gabriel Ozório da Silva – idem ao anterior; 

Giovani Caricatti – sapataria; 

Gabino Martins – barbearia; 

Galvão e Irmão – loja de fazendas, armarinhos, calçados, ferragens, cereais e armazém de secos e molhados; 

Horácio Pereira – comércio de leite; 

José Elias e Cia. Ltda. – açougue, ferragens, armazém de secos e molhados e cereais; 

José Ibrahim – idem ao anterior; 

José Domingos e Irmão – loja de arreios, ferragens, calçados, fazendas, secos e molhados, cereais e roupas feitas em geral; 

João Paulino e Filhos – idem ao anterior; também era comprador de fumo e algodão; 

João Borges da Silva – loja de calçados e armarinhos, secos e molhados, cereais e ferragens; era comprador de fumo; 

Joaquim Domiciano – armazém e cereais; 

Juvenal dos Santos Terra e Filho – loja de roupas feitas em geral, calçados, armazém de cereais, ferragens e arreios; 

João Cavaccini – uma carroça de duas rodas para condução, uma olaria e comércio de leite; 

Jorge Elias – armazém, loja de ferragens e cereais; 

José Rodrigues Ferreira – casa de bilhares; 

João Lopes da Silva – barbearia; 

José Alves Machado – casa de bilhares; 

José de Campos – pasto de aluguel; 

José Jacob – açougue; 

Júlio de Souza – comércio de leite; 

José Leme – armazém de secos e molhados; 

José Bento Mariano – armazém de secos e molhados, um lote arreado; 

João Leme Pinheiro – padaria; 

João Soares da Silva – armazém de secos e molhados; 

Joaquim Antonio Proença – loja de fazendas e armazém; 

Joaquim Alves Apolinário – loja de fazendas e armazém de secos e molhados; 

Laurindo Gomes Ferreira – loja de fazendas, armazém de secos e molhados e um lote arreado; 

Luiz Válio – Hotel; 

Moisés José de Camargo – uma carroça para condução; 

Manoel Soares e Filho – armazém de secos e molhados; 

Miguel Alves Domingues – armazém de secos e molhados; 

Matheus Haddad – loja de tecidos, armarinhos, roupas feitas, chapéus, calçados, armazém, ferragens e cereais; 

Moisés André e Filho –loja de roupas feitas, armarinhos, calçados, ferragens, arreios e cereais; 

Narlir Miguel – armazém de cereais, loja de calçados e roupas feitas, ferragens, cereais e um lote arreado; 

Pedro Brasílio Vaz – engenho de aguardente; 

Pedro Ribeiro Vaz – loja de ferragens, cereais e armazém; 

Salvador Soares de Oliveira – armazém de secos e molhados e um lote arreado; 

Urias Nunes de Oliveira – armazém de secos e molhados.



A RELIGIOSIDADE DO POVO SÃOMIGUELENSE.

Conforme se insere do jornal ‘O Progresso’, de 17 de abril de 1.932, antes que o povo da cidade se tornasse esse mar de devotos, muito suor teria que derramar o querido Monsenhor Henrique Volta. 
Antes dele, muito antes dele, poucos tentaram a façanha de catequizar o povo de São Miguel Arcanjo. 
A criação da Paróquia, em 1866, não teve nenhum benefício, pois só vinte anos depois é que foi nomeado o primeiro vigário para a localidade que se compunha, na época, de umas 8 ou 10 casas espalhadas pelas capoeiras. 
Esse primeiro padre, Vicente Gandinieri, no entanto, gostava mais de praticar a agricultura e a pecuária do que promover a própria religião; os fiéis apenas se dirigiam para a igreja quando era organizada alguma festa profana para acompanhar os cultos ou nos deveres de batismo e de casamento, considerados de obrigação social. 
Assim, esse padre pediu logo sua remoção daqui para Pilar do Sul, lá permanecendo até 1.889. 
A capela estava bem envelhecida e já necessitava de reforma em 1875, ameaçava desabar. 
Mas quem ligava para isso? 
Depois de quatorze anos é que foi nomeado para cá o segundo padre, também italiano, Nicolau Paragio, que nem sabia falar o idioma português, porém logo sentiu que havia sido jogado em pleno domínio de ateus e protestantes, extremamente relaxados para com as coisas da cultura espiritual, não ficando por aqui mais do que dois anos. 
Depois dele, tomaram conta do rebanho os padres Donnaruma, Vigorita e Viteli, que também foram se retirando, extremamente desenganados com as ovelhas e com a impossibilidade de qualquer progresso, tanto espiritual como material da paróquia. 
Em 1911, o Cônego Cizenando da Cruz Dias, de Itapetininga, conseguiu tocar o coração do povo são-miguelense para se construir uma nova capela, o que aconteceu, a princípio, porém, a ideia não vingou. 
Mas não era só na parte espiritual que a população de São Miguel padecia. Padecia e morria também aos poucos devido às inimizades políticas, às calúnias, às traições, às invejas. 
Havia aqui algumas “panelas” e alguns chefes que davam as ordens e manipulavam o povo, que desta forma continuou a viver sem confissão e a morrer sem receber a extrema unção. 
Tanto com relação ao Templo como em relação aos prédios particulares, tudo caminhava para a derrocada. 
De ruína em ruína, caminhava a cidade para unir-se ao grupo das cidades mortas do estado de São Paulo, a passos rápidos e inatacáveis, conforme a imprensa noticiava. 
Finalmente, no dia 21 de janeiro de 1913 chegava aqui o Monsenhor Henrique Volta, conquistando as pessoas pelo amor devotado ao lugar e ao seu padroeiro, São Miguel Arcanjo. 
Descendente em linha reta do físico italiano Alexandre Volta, nasceu em Novelara, situada na Província de Reggio Emilia e era filho de Dom Giovani Volta e Anunziata Spagiari. 
Depois de receber as ordens sacerdotais, foi nomeado vigário de sua cidade natal, pertencente à Diocese de Guastala. 
Em 27 de janeiro de 1.904 recebeu o título de Monsenhor Camareiro de Honra de SS. Pio X, com direito ao uso dos hábitos roxos. 
Quando veio para o Brasil, recebeu licença de seu Bispo, D. Agostinho Cataneo, licença que foi sendo prorrogada a seu pedido, até o ano de 1.932. 
Uma vez em São Miguel Arcanjo, deparou com um povo que desconhecia qualquer Irmandade e não tinha o hábito da confissão. Tanto que no primeiro ano administrou apenas 150 comunhões. 
O sonho do Monsenhor era construir uma nova igreja, mas a população não tinha condições econômicas o bastante para ajudá-lo. 
Do seu tempo, no entanto, a fundação da Associação do Santíssimo Sacramento, do Sagrado Coração de Jesus, de São Luiz e dos Santos Anjos, da Pia União das Filhas de Maria e do Apostolado da Oração. 
O Monsenhor rezou sua última missa em 12 de abril de 1.932, deixando a paróquia aos 04 de maio de 1932, quando voltou para a Itália. 
Foi substituído pelo padre Olegário Silva Barata, que anteriormente exercia seu sagrado ministério na paróquia de Ribeirão Vermelho. 

A CARTA DE DESPEDIDA DO MONSENHOR HENRIQUE VOLTA 

‘Terminando as constantes prorrogações de licenças obtidas do meu Bispado, na Itália, para continuar nesta Paróquia como seu vigário devido à benignidade do Exmo. Revmo. D. José Carlos de Aguirre, vosso amado Bispo, e cativante gentileza dos meus paroquianos desta Freguesia, sigo, hoje, para a minha Diocese de Guastala, no meu país, onde me acharei sempre à disposição dos inúmeros amigos que aqui deixo com muitas saudades e dor de coração. 
Peço a todos que me perdoem as faltas que por acaso e involuntariamente terei cometido no ministério do meu sacerdócio, ou como particular, e que roguem a Deus Nosso Senhor pela minha alma, assim como farei, diariamente, pela prosperidade desta feliz Freguesia e deste bondoso povo são miguelense, digno, pelas suas virtudes, de receber as bençãos do Céu. 
A todas as Irmandades religiosas locais por mim fundadas, deixo o meu coração e recomendo sempre continuarem prestando serviços a nossa Santa religião católica apostólica romana, que é a verdadeira instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo. 
A todos, pois, um adeus repassado de imensas saudades’. 
S. Miguel Arcanjo, 13 de abril de 1.932. 
a). Mons. Henrique Volta 

A CAPELA QUE QUISERAM BOMBARDEAR 

Muitos são-miguelenses auxiliaram financeiramente o Monsenhor Henrique Volta, vigário na época, nas obras de reforma da Capela dedicada a São Miguel Arcanjo, eleito padroeiro da cidade. 
Conforme publicações diversas na imprensa local, deveu-se referida reforma a contribuições de pessoas tais como Benedito de Oliveira, João Terra, Felício Machado, José Pedro Fogaça, Antonio Ferreira Leme, Antonio Demétrio, Antonio Arantes Galvão, Paulino Brizola, José Fogaça, Marciano Brizola, Antonio Alves da Costa, José Nogueira de Medeiros, Antonio e José Alves, João Balduino Xavier, João de Arruda, José dos Passos, Ademar Bittencourt, Zacarias Demétrio, Rufino Demétrio, Paulino Rocha, Vital Fogaça de Almeida, Píndaro Brisola, Matheus Haddad, Ari Galvão, Pedro Ribeiro Vaz, Benedito Munhoz, J. Colaça, a Barbearia de Góes Guedes, a moradores residentes nos bairros do Turvinho, do Moinho, as Filhas de Maria, a Colônia Sírio-Libanesa, bilheterias inteiras de várias sessões do Cinema Paraíso e de parceria com circos que visitavam a cidade, além de muitos outros anônimos, os quais somente conhecidos dos cidadãos Bento França e José Paulo do Amaral, principais auxiliares do Monsenhor nessa coleta. 
Foi essa a capela que os sulistas quiseram bombardear por ocasião da Revolução Constitucionalista. 
Mas não foi somente da religião que o Monsenhor cuidava em São Miguel. Estimulou o desenvolvimento do comércio local. Iniciou, ele mesmo, a construção de um imóvel para sua residência; este concluído, obteve alguns empréstimos e adquiriu prédios arruinados, que fazia reconstruir com boa estética e depois vender, só para deixar a cidade mais aprazível. 
O prédio grande da rua 7 de setembro, onde morou por vários anos, na confluência da Rua Governador Pedro de Toledo com a Cônego Francisco Ribeiro, foi por ele construído e vendido ao Major Luiz Válio. Outros prédios novos foram vendidos para pagamento dos empréstimos. 
As Escolas Reunidas, antes de mudar-se para a Rua Siqueira Campos, 25, num prédio construído no ano de 1.920, funcionaram num prédio construído também pelo Monsenhor e alugado ao Governo; ficava no lado direito da Igreja Matriz. 
O Monsenhor construiu ainda uma excelente casa paroquial que acabou vendendo à Câmara Municipal em março de 1.918, por 700 mil réis e mais 8 milheiros de tijolos. 

HISTÓRIA DA IGREJA MATRIZ DE SÃO MIGUEL ARCANJO.


Um dos mais belos templos religiosos da região, a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo tem sido, desde a sua construção, o símbolo da fé de um povo que não mediu esforços para vê-la terminada. Desde o término da obra, nada mudou no seu exterior. Todavia, desde a sacristia até o altar, dela muita coisa foi retirado. 
Considerada um dos cartões postais mais significativos da cidade, deve-se essa maravilha ao esforço de uma coletividade inteira que servirá de exemplo às novas gerações.
Foi o padre Carlos Regattieri quem começou a sonhar com um templo maior que melhor abrigasse seu seleto rebanho. Havia até mesmo uns desenhos feitos pelo engenheiro Pieroni todos em estilos góticos. De posse desses desenhos, o padre andou atrás dos plantadores de algodão, pois sabia da impossibilidade financeira do povo do lugar, muito pobre. Imaginava ele que se cada agricultor doasse uma arroba do seu produto tornaria possível a concretização do sonho. Porém, o algodão dessa época não deu lucro para nenhum dos plantadores, devido a algumas pragas que surgiram.
Dessa forma, seu sonho foi adiado e ele também acabou sendo transferido da cidade para Cerquilho no ano de 1.944.
A cidade ficou sem vigário. Para substituí-lo, foi nomeado o  padre Caetano Josino, responsável pela paróquia de Pilar do Sul,que visitava a comunidade de quinze em quinze dias. Suas refeições eram feitas ora na casa do Major Luiz Válio ora na de Leôncio de Góes.
Numa dessas paradas para o almoço, o padre se saiu com a idéia de iniciar os trabalhos de levantamento da nova Igreja.
Só necessitava de uns 200 mil réis.
Leôncio de Góes se encheu de coragem e começou a coordenar o movimento.
Pediu colaboração do capitalista Bento França e dos políticos José dos Santos Terra e Nestor Fogaça no sentido de começar imediatamente a angariar verbas para a construção da Igreja Matriz, agora já um sonho sonhado por mais de uma dezena de pessoas.
Também fizeram parte da comissão: Benedito Antonio de Souza, Hildebrando Leonel Ferreira, Michel Abrão, Narlir Miguel, Joaquim de Almeida, Francisco Rosa e Antonio B. Ribeiro.
A planta foi aprovada por D. José Carlos de Aguirre, Bispo da Diocese de Sorocaba.
A pedra fundamental foi assentada no primeiro dia de dezembro de 1.944 com a presença do prefeito da época, Major Luiz Válio, demais autoridades civis e militares e o povo em geral. O representante do bispo, Antonio Ferreira Leme, também presenciou o ato.
Os trabalhos, porém, tiveram início só no dia 02 de janeiro de 1.945, devido as festas de fim de ano.
Começou, a partir de então um movimento tão bonito e tão sensacional como jamais se viu na história da cidade.Toda a população engajou-se. Ninguém mediu esforços para ajudar. Cada comerciante da localidade contribuiu com a importância de quatro mil cruzeiros.     
O Padre Caetano Josino, porém, não pode continuar ajudando na seqüência dos trabalhos. Teve que voltar para sua paróquia, Pilar do Sul, definitivamente. Em seu lugar, o Padre Humberto Ghizzi que, ao chegar na cidade já pode utilizar-se do altar mor da nova igreja, oficializando a primeira missa no dia 06 de janeiro de 1.946.
O padre Humberto também foi embora para outra paróquia e em seu lugar chegou o mais estimado de todos os padre que já passaram pela cidade, o padre  Francisco Ribeiro, de Sorocaba, que só deixou seu rebanho quando faleceu, estando entre estes fiéis de 06 de fevereiro de 1.947 até 03 de março de 1.982.
Foram seus primeiros coroinhas: Zé da Cota, Ivan de Góes, Chatuco, José Guedes, Filhinho, Antonio Galvão Terra e Antonio Terra.
A construção terminou em definitivo no ano de 1.961e toda a finalização no ano seguinte.
O total gasto na obra orçou em $ 61.077,43,quantia que hoje não daria para comprar nem os ladrilhos, como dizia o Padre Francisco.
O engenheiro responsável pela obra chamava-se Renato Scoponi, que hoje empresta seu nome a antiga Praça do Cruzeiro.
O templo, em estilo gótico, abriga mais de 5 mil fiéis.   
O relógio foi ofertado pelo libanês João Tomaz Webb, morador em São Paulo, a pedido do Major Luiz Válio, ao saber que esse senhor havia recebido um bom prêmio da loteria federal.
A pia batismal foi oferenda da colônia sírio libanesa em 1.949.
A placa em homenagem ao arcanjo São Miguel foi uma doação de Nestor Fogaça e família em 1.949.
O portão dourado da saleta à esquerda da estrada principal foi doado pela família Torrell em 29 de setembro de 1.949.
Os vitrais foram doados por diversas famílias, além de 
Primo Nalesso, da Câmara Municipal, da Empresa de Ônibus São Miguel e algumas Associações religiosas.
A sacristia ao lado da epístola ficou em 42 mil cruzeiros e a do lado do evangelho em 30 mil cruzeiros. A nave do lado da epístola custou 11 mil cruzeiros(cada abóbada até em baixo). Toda a nave ficou em 50 mil cruzeiros.
O acabamento externo só findou em 1.958.
O piso do altar mor, todo em mármore, a mesa da comunhão também em mármore e degraus retos, curvas e portão em bronze.
No ano de 1.965, o serviço de alto falante compunha-se de 22 caixas, amplificador, 2 microfones, 300 metros de fio, sonora, etc.
As colunas e os capitéis foram revestidos e decorados pela empresa de Carlos Alberto Virgili que cobrou na época a importância de 250 mil cruzeiros. Eram trabalhos em granelito polido com base, molduras e capitéis em gesso, estilo gótico. As paredes internas receberam serviços de lambris em granelito na cor creme, bonfim e madrepérola. Esses trabalhos foram entregues em 1.962.
As colunas, as meia colunas e os capitéis à esquerda da porta principal foram doados, na seqüência, a começar pela meia lua, por Bento, Olímpio França e Filhos; Irmandade do Santíssimo; Congregação Mariana; Olímpio Dias e Filhos; Azarias Macário do Espírito Santo e família; Família Terra; Harif Miguel Daniel, Narlir Miguel e Filhos; Benedito Silva e Sérgio dos Santos França; Famílias Ribeiro, Pacheco, Santos e Altinier; Munira Ozzi Abrão e Filhos.
Já as colunas, as meia colunas e os capitéis da direita de quem entra pela porta principal foram doados, na seqüência, por José Ferreira Albuquerque; Manoel e Olga Fogaça; Paulo Fogaça e Filhos; Família Zacarias;
Mário Carraro e senhora; Irmãos Fogaça; Maria das Dores de Oliveira; Nestor Guedes e Bárbara Coelho; Antonio Piedade e Filhos e Ademir Monteiro e Osvaldo Terra.
Outras pessoas que ajudaram como doadores: Usina de Força e Luz (60 sacas de cimento), Sebastião Ferreira (candelabro), Congregação Mariana (20 mil cruzeiros para ajudar na compra de madeiramento), Hildebrando Leonel (dois anjos para o batistério), Moacir Graciano (700 metros quadrados de ladrilhos em 4 cores para o piso).
Com doações em dinheiro, a Assembléia Legislativa de São Paulo, e os deputados Antonio Vieira Sobrinho, Nelson Fernandes, Gabriel Meglione, Diógenes Ribeiro de Lima e Brasílio Machado Neto.
Os restos mortais do padre Francisco Ribeiro estão enterrados na parede à esquerda de quem entra pela porta principal da Igreja Matriz.


VIP, A FÁBRICA DE "SHAMPOO" DA CIDADE.

Chamava-se VIP- Produtos de Toillette Ltda.
De propriedade da família Balboni, foi i
naugurada em junho de 1.996.
Tinha como objetivo "participar no mercado da Microrregião da qual São Miguel é o centro", segundo jornal ‘A Hora de São Miguel Arcanjo’, de 15 de junho de 1.996. 
Na mesma reportagem o Dr. Paulo Fogaça afirmava que: 
- "O potencial estimado representa 5% do consumo do Estado". 
O lançamento da linha de xampus e condicionadores ‘Fruko’ aconteceu num clima de festa; compareceram fornecedores, representantes comerciais, clientes e amigos, entre eles o delegado de polícia local, à época, Dr. Reinaldo. 
A VIP era uma indústria química que estava entrando no mercado de beleza. 
– "Breve estaremos lançando outros produtos na linha de higiene pessoal, para aumentar o leque de escolha para o consumidor" , declarava Vital Balboni, o qual t
erminou a reportagem dizendo que o sucesso dessa empresa seria o próprio sucesso de São Miguel.

A PRIMEIRA CAIXA ECONÕMICA FEDERAL.

Essa agência foi inaugurada em 28 de dezembro de 1.982, às 18 horas e 30 minutos, e localizava-se no número 691 da Rua Cônego Francisco Ribeiro. 
Houve benção do padre Paulo César Ferreira, da paróquia de São Miguel, e corte simbólico da fita inaugural pelo prefeito Agenor Ferreira Lopes e esposa. 
Fizeram-se presentes no ato o deputado federal Alcides Franciscato, o representante do Gerente Geral da filial paulista, Afro Furtado de Carvalho, e os demais cidadãos: Terezinha Martins Ottonicar Raphael, João Gato, José Ratto, Pedro Romano Carraro, Paulo Fogaça e esposa, Braz Alves Munhoz, Francisco Pezzato, José Moisés, Gino Carraro, Santino Mariano, Romeu Miguel, Lindalva de Carvalho Alves, Eurico Marques, Neide M. Oliveira, Jussara Monteiro de Carvalho, Nelson José da Silva, Maria Rodrigues de Carvalho, João Marcondes de Oliveira Júnior, Miguel Florentino, Nelson Martins de Pontes Jr., José Roberto de Melo Franco Neto e outros, os quais assinaram o livro de presença que hoje faz parte do acervo da Associação Casa do Sertanista de São Miguel Arcanjo.

O PRIMEIRO DETETIVE



Na década de 70. Chamava-se José F. Rosa e era formado pelo Instituto de Investigações Científicas e Criminais. 
Seu escritório funcionava à Rua Manoel Fogaça, 218.

O PRIMEIRO E O ÚLTIMO CINEMAS.


O “Cinema São José” foi o primeiro cinema da cidade, pois já se via propaganda de suas sessões no jornal “O Progresso”, ano 1, número 1, de 01 de junho de 1.919. 


Um dos filmes anunciados: ‘Na Zona da Guerra’. 

No dia 27 de setembro de 1.919 foi inaugurado em São Miguel Arcanjo o "Teatro São Miguel". 

Era feito de tábuas, com a frente de tijolos. 

Amplo, dispunha de frisas, camarotes, plateia, gerais, saguão e um bom palco. 

Só duas famílias possuíam camarotes ali, uma delas, a do Abdala Jabur. 

Músicos como Paulino Brisola e Nestor Fogaça tocavam violino nesse teatro. 

Os filmes eram mudos, em preto e branco, tipo ‘O Gordo e O Magro’, ‘Carlitos’, etc. 

Cassiano Vieira, residente na cidade desde 1.921, como grande contador de estórias, segundo os mais antigos, muitas vezes chegou a dublar alguns filmes, só que com uma versão totalmente diferente da versão original. 

Era muito engraçado, o Cassiano! 

Nos intervalos, costumava-se comprar doces da mulher do Constantino. 

Esse Teatro/Cinema foi idealizado e construído por um grupo de cidadãos composto pelo Coronel João Balduino Ribeiro, pelos capitães Antonio Fogaça de Almeida, Antonio de Oliveira Terra, João Paulino da Silva, Antonio de Campos, Amaro Paulino da Silva, pelo Major Juvenal dos Santos Terra, pelo professor José Fogaça e mais os cidadãos Manoel Soares e Joaquim Domiciano. 

Ficava ali na Rua Siqueira Campos, onde hoje está a Comercial Almeida, ao lado de um Clube. 

O prédio onde funcionava esse Clube, hoje, é propriedade de Pedro Babão. 

Depois de 1.932, Antenor Moreira acabou tocando sozinho o Cine Teatro denominado Paraíso.

Já o Cine Teatro São Miguel foi planejado por Fuad Abrão, cujo prédio à Rua Miguel Terra hoje é propriedade dos comerciantes Irmãos Silva.

Foi inaugurado em 04 de junho de 1.950 e considerado um dos melhores do interior de São Paulo.

Para saber mais sobre o mesmo, procure ler o livro do pesquisador Miguel França de Mattos.

Caso não consiga encontrar, procure por Luiza Válio ou pelo autor.

Alguém há de ter um exemplar para empréstimo. 
Para ver os últimos dias do cinema, acesse o Blog da Luiza Válio Segundo Tempo.

O PRIMEIRO JORNAL ESCOLAR

Chamava-se ‘Voz da Infância’ e tinha como diretor o aluno Romeu Miguel e como gerente o aluno Nassim Jabur. 
Foi fundado em 1.937 e só há vestígios de dois números deles. Funcionava no mesmo endereço do Grupo Escolar de São Miguel Arcanjo, à Rua Siqueira Campos, 25, defronte ao casarão de Bento França. 
Os alunos daquela época, para efeito de genealogia, chamavam-se: Irene Terra Galvão, Antonio Toledo, Conceição Domiciano, Nair Ribeiro, Romes Elias, Donato Silva, Maria de Lourdes Monteiro, Luiza Monteiro, Ana Nogueira, Marta Pereira, Hermínia Brizola, Alígio José da Silva, Olga Martins,Tereza Silva, Salma Salim, José Adriano Válio, Labibe Ibrahim, Elias Jacob, Alzira Terra, Dirce França, Aparecida Machado, Cícera Abrão, Filomena Terra, Odete Silva, Lúcia Fogaça, Bráulia Diniz Vieira, Olga Idálio, Marina Branca Válio, Maria Aparecida Silva, Amador Rodrigues, José Geraldo de Toledo, Farid José, Conceição Silva, Antonio Kamimma, Horácio Correa de Oliveira, Edith Silva, Ester Vieira, Luiza Martins, Ibrahim José, Latif Haddad, Lucídio Alves Machado, Romeu Miguel, Wilson Nogueira, Conceição Ribeiro, Francisco de Souza, Jack Petersen, Moisés Salim, Nassim Jabur, Rafael Martins, Rodolfo Hakim, Cecília de Souza, Alexandre Nader, Oldemar Necchi, Sérgio França, Dirce França, Maria Izabel Pereira, Antonio Borges, Lúcio Coelho, Maria de Lourdes Borges, Nazira Ibrahim, Amadeu Rodrigues, Elias Idálio, Valdomiro Brizola, Alice Borges, Maria Aparecida de Souza, Francisco Terra, José João, Nestor de Carvalho, Abanito de Noronha, Anésia das Dores, Luzia Fernandes, Maria José de Camargo, Maria dos Prazeres Gomes, Marcelina de Paula, Terezinha Terra, Jeni França, Wilson Antunes Nogueira, Ademir Hermenegildo, Conceição de Souza Terra e Roque Pedro Malheiros. 

O PRIMEIRO MUSEU DA CIDADE


O primeiro museu da cidade surgiu com o primeiro Grupo Escolar. 

Funcionava numa das salas 
da Escola e, no ano de 1.937, segundo o aluno Farid José, da terceira série, possuía coisas interessantes, entre elas: 18 exemplares de pedras tiradas das terras do município, uns caranguejos e duas conchinhas, uma pequena quantidade de mica, um casal de escorpiões conservados em álcool dentro de um vidro, uma bala de canhão descarregada, uma coleção de cartõezinhos representando as bandeiras dos Estados do Brasil e um corpo humano em cartão suspenso na parede representando os músculos, as veias e os ossos do nosso corpo. 


Com o tempo, esses materiais foram desaparecendo. 

Ninguém mais se interessou em cultivar ou ampliar o museu, nem nas escolas e nem em todo o município. 

Só muito mais tarde, no ano de 1.989, em que houve uma grande comemoração pelo centenário da emancipação político-administrativa do município, que a Prefeitura Municipal inaugurou um novo museu. 

Todavia, desde o prédio e tudo o que lá esteve exposto durante algum tempo pertencia à professora Maria Perpétua Nogueira de Almeida. 

A Prefeitura jamais voltou ao prédio nem para visitar ou apoiar o projeto da professora que só no ano de 1.999, contando com a ajuda de outra professora, Luiza Válio, teve elaborados os seus estatutos e registrados no Cartório de Registro de Itapetininga, passando a chamar-se Associação Casa do Sertanista de São Miguel Arcanjo.

SÃO MIGUEL ARCANJO, TERRA DOS NOGUEIRAS!

Uma vez emancipada político-administrativamente - mas não muito, pois até hoje dependemos de Itapetininga em diversas coisas - começou em São Miguel Arcanjo uma luta desmedida para fazer dela uma cidade boa para se viver, criar e educar seus futuros cidadãos.
Muitos itapetininganos optaram por fincar raízes no novo solo - que não era tão novo, pois aqui já existia o prédio da cadeia, onde o Corpo Policial Permanente constituia-se de cinco praças soldados Maneco, José Floriano, Valério, que era corneteiro, Galdinão e Mané Moço, este contando na época cerca de 60 primaveras, comandadas pelo Cabo Vicente, um baiano alto, moreno, espadaúdo que, além de reunir tudo quanto havia de nobre, integrara-se de tal forma na vida de soldado que o resto do mundo para ele não tinha valor nenhum; pegado à cadeia, o cemitério que já começava a desabar e, quase pegada a ele, a capela dedicada a São Roque.
Melhoramentos?
Já havia engenhos de serrar madeira e moer cana, dois armazéns, quatro tabernas, sapateiros, ferreiros e carpinteiros.
Na praça, uma capela pobrezinha, mas pouco visitada, uma porque os moradores não eram lá muito de frequentar missa e também não havia vigário para ministrá-la.
Já residiam no lugar e eram possuidores de terras pessoas como Ana de Souza Vaz, João Vaz Filho, Francisco Domingos Vito Paschoal Valio Trombetti (meu bisavô), Philomeno Bráulio de Oliveira - nos fundos do quintal de Trombetti - , João Bento Mariano, João Antonio de Almeida, João Rosa Batista e Carolina Ribeiro.
Havia também muita gente pobre, ignorantes e até morféticos.
Alguns itapetininganos descendentes do finado Tenente Urias Emigdio Nogueira de Barros, que não foi o fundador da cidade, alguns deles maçons como Alfredo Olegário, Juvenal e Euclides dos Santos Terra e outros confrades como Antonio Mariano de Oliveira Fróes, José Soares da Silva, Leopoldino de Almeida Fama e Manoel Afonso Pereira, entre outros, vieram para cá atrás de datas para construir suas residências.
Poucas ruas haviam e já estavam sendo nomeadas.
Na Rua do Comércio, morava a senhora Maria Joaquina.
Na Rua Aurora, a Palmira Viotto e o Delmiro Januário de Araujo. 
Na Rua Nova, o João Rodrigues. 
Na Rua 13 de Maio, o Benedito Terra.
Outras ruas eram denominadas de Rua 12 de Outubro, Rua do Guapé, Rua da Matriz, Rua Bela Vista, etc.
O comércio começou a florescer com a chegada de mais beneficiados com terras por aqui.
A agricultura tomou pulso; começaram as lavouras de fumo, algodão e milho, depois trigo.
Mascates surgiram aos montes.
Libaneses, italianos, depois também os japoneses.
Gado.
Chegou a política.
Banda de música.
Usina de energia elétrica.
Reformas.
E política.
Mudanças.
Vindicações.
Reivindicações.
Impostos.
E política.
Escolas.
Coreto na praça.
Dante Carraro.
Cac.
Água encanada.
E política.
Agências bancárias.
Batata.
Era esperar pelo melhor.
Era querer e construir uma igreja maior.
Uva.
Empresa de ônibus.
E política.
Mas os homens de barbas morreram todos.
Morreram os Válio, contestadores. Morreram os mascates, odiados pelos comerciantes. Morreram os maiores empreendedores que no século passado aqui fizeram suas moradias sonhando com um futuro melhor e igualitário.
Hoje nota-se o vazio que foi preenchido por lendas e mentiras que chegam a meter medo na população que se esconde, com medo do futuro, sem apoio moral, sem mais nada.
Do Tenente Urias, que não era Terra e sim Nogueira, sobraram os Nogueiras, estes, sim, herdeiros legítimos das terras conquistadas ao governo pelo desbravador.