quarta-feira, 20 de junho de 2012

HISTÓRIA DA IGREJA MATRIZ DE SÃO MIGUEL ARCANJO.


Um dos mais belos templos religiosos da região, a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo tem sido, desde a sua construção, o símbolo da fé de um povo que não mediu esforços para vê-la terminada. Desde o término da obra, nada mudou no seu exterior. Todavia, desde a sacristia até o altar, dela muita coisa foi retirado. 
Considerada um dos cartões postais mais significativos da cidade, deve-se essa maravilha ao esforço de uma coletividade inteira que servirá de exemplo às novas gerações.
Foi o padre Carlos Regattieri quem começou a sonhar com um templo maior que melhor abrigasse seu seleto rebanho. Havia até mesmo uns desenhos feitos pelo engenheiro Pieroni todos em estilos góticos. De posse desses desenhos, o padre andou atrás dos plantadores de algodão, pois sabia da impossibilidade financeira do povo do lugar, muito pobre. Imaginava ele que se cada agricultor doasse uma arroba do seu produto tornaria possível a concretização do sonho. Porém, o algodão dessa época não deu lucro para nenhum dos plantadores, devido a algumas pragas que surgiram.
Dessa forma, seu sonho foi adiado e ele também acabou sendo transferido da cidade para Cerquilho no ano de 1.944.
A cidade ficou sem vigário. Para substituí-lo, foi nomeado o  padre Caetano Josino, responsável pela paróquia de Pilar do Sul,que visitava a comunidade de quinze em quinze dias. Suas refeições eram feitas ora na casa do Major Luiz Válio ora na de Leôncio de Góes.
Numa dessas paradas para o almoço, o padre se saiu com a idéia de iniciar os trabalhos de levantamento da nova Igreja.
Só necessitava de uns 200 mil réis.
Leôncio de Góes se encheu de coragem e começou a coordenar o movimento.
Pediu colaboração do capitalista Bento França e dos políticos José dos Santos Terra e Nestor Fogaça no sentido de começar imediatamente a angariar verbas para a construção da Igreja Matriz, agora já um sonho sonhado por mais de uma dezena de pessoas.
Também fizeram parte da comissão: Benedito Antonio de Souza, Hildebrando Leonel Ferreira, Michel Abrão, Narlir Miguel, Joaquim de Almeida, Francisco Rosa e Antonio B. Ribeiro.
A planta foi aprovada por D. José Carlos de Aguirre, Bispo da Diocese de Sorocaba.
A pedra fundamental foi assentada no primeiro dia de dezembro de 1.944 com a presença do prefeito da época, Major Luiz Válio, demais autoridades civis e militares e o povo em geral. O representante do bispo, Antonio Ferreira Leme, também presenciou o ato.
Os trabalhos, porém, tiveram início só no dia 02 de janeiro de 1.945, devido as festas de fim de ano.
Começou, a partir de então um movimento tão bonito e tão sensacional como jamais se viu na história da cidade.Toda a população engajou-se. Ninguém mediu esforços para ajudar. Cada comerciante da localidade contribuiu com a importância de quatro mil cruzeiros.     
O Padre Caetano Josino, porém, não pode continuar ajudando na seqüência dos trabalhos. Teve que voltar para sua paróquia, Pilar do Sul, definitivamente. Em seu lugar, o Padre Humberto Ghizzi que, ao chegar na cidade já pode utilizar-se do altar mor da nova igreja, oficializando a primeira missa no dia 06 de janeiro de 1.946.
O padre Humberto também foi embora para outra paróquia e em seu lugar chegou o mais estimado de todos os padre que já passaram pela cidade, o padre  Francisco Ribeiro, de Sorocaba, que só deixou seu rebanho quando faleceu, estando entre estes fiéis de 06 de fevereiro de 1.947 até 03 de março de 1.982.
Foram seus primeiros coroinhas: Zé da Cota, Ivan de Góes, Chatuco, José Guedes, Filhinho, Antonio Galvão Terra e Antonio Terra.
A construção terminou em definitivo no ano de 1.961e toda a finalização no ano seguinte.
O total gasto na obra orçou em $ 61.077,43,quantia que hoje não daria para comprar nem os ladrilhos, como dizia o Padre Francisco.
O engenheiro responsável pela obra chamava-se Renato Scoponi, que hoje empresta seu nome a antiga Praça do Cruzeiro.
O templo, em estilo gótico, abriga mais de 5 mil fiéis.   
O relógio foi ofertado pelo libanês João Tomaz Webb, morador em São Paulo, a pedido do Major Luiz Válio, ao saber que esse senhor havia recebido um bom prêmio da loteria federal.
A pia batismal foi oferenda da colônia sírio libanesa em 1.949.
A placa em homenagem ao arcanjo São Miguel foi uma doação de Nestor Fogaça e família em 1.949.
O portão dourado da saleta à esquerda da estrada principal foi doado pela família Torrell em 29 de setembro de 1.949.
Os vitrais foram doados por diversas famílias, além de 
Primo Nalesso, da Câmara Municipal, da Empresa de Ônibus São Miguel e algumas Associações religiosas.
A sacristia ao lado da epístola ficou em 42 mil cruzeiros e a do lado do evangelho em 30 mil cruzeiros. A nave do lado da epístola custou 11 mil cruzeiros(cada abóbada até em baixo). Toda a nave ficou em 50 mil cruzeiros.
O acabamento externo só findou em 1.958.
O piso do altar mor, todo em mármore, a mesa da comunhão também em mármore e degraus retos, curvas e portão em bronze.
No ano de 1.965, o serviço de alto falante compunha-se de 22 caixas, amplificador, 2 microfones, 300 metros de fio, sonora, etc.
As colunas e os capitéis foram revestidos e decorados pela empresa de Carlos Alberto Virgili que cobrou na época a importância de 250 mil cruzeiros. Eram trabalhos em granelito polido com base, molduras e capitéis em gesso, estilo gótico. As paredes internas receberam serviços de lambris em granelito na cor creme, bonfim e madrepérola. Esses trabalhos foram entregues em 1.962.
As colunas, as meia colunas e os capitéis à esquerda da porta principal foram doados, na seqüência, a começar pela meia lua, por Bento, Olímpio França e Filhos; Irmandade do Santíssimo; Congregação Mariana; Olímpio Dias e Filhos; Azarias Macário do Espírito Santo e família; Família Terra; Harif Miguel Daniel, Narlir Miguel e Filhos; Benedito Silva e Sérgio dos Santos França; Famílias Ribeiro, Pacheco, Santos e Altinier; Munira Ozzi Abrão e Filhos.
Já as colunas, as meia colunas e os capitéis da direita de quem entra pela porta principal foram doados, na seqüência, por José Ferreira Albuquerque; Manoel e Olga Fogaça; Paulo Fogaça e Filhos; Família Zacarias;
Mário Carraro e senhora; Irmãos Fogaça; Maria das Dores de Oliveira; Nestor Guedes e Bárbara Coelho; Antonio Piedade e Filhos e Ademir Monteiro e Osvaldo Terra.
Outras pessoas que ajudaram como doadores: Usina de Força e Luz (60 sacas de cimento), Sebastião Ferreira (candelabro), Congregação Mariana (20 mil cruzeiros para ajudar na compra de madeiramento), Hildebrando Leonel (dois anjos para o batistério), Moacir Graciano (700 metros quadrados de ladrilhos em 4 cores para o piso).
Com doações em dinheiro, a Assembléia Legislativa de São Paulo, e os deputados Antonio Vieira Sobrinho, Nelson Fernandes, Gabriel Meglione, Diógenes Ribeiro de Lima e Brasílio Machado Neto.
Os restos mortais do padre Francisco Ribeiro estão enterrados na parede à esquerda de quem entra pela porta principal da Igreja Matriz.


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