domingo, 30 de julho de 2017

BIOGRAFIA DE MAURA DE OLIVEIRA PINTO

(A biografia de dona Maura faz parte de um projeto de autoria de Luiza Válio intitulado GENTE DE RESPEITO e foi publicado no jornal A Hora de São Miguel Arcanjo)

" Uns nascem para serem, outros para fazerem. Uns nascem para correr atrás dos seus próprios sonhos e outros para fazer os sonhos dos outros acontecerem.
Neste segundo grupo, encaixa-se a dona Maura de Oliveira Pinto, cidadã são-miguelense, título recebido da Câmara Municipal há quatorze anos (sic).
Filha de Amâncio de Oliveira e Benedita Maria de Arruda, nasceu em Porangaba aos 10 de agosto de 1919, onde estudou até o segundo ano escolar, porém, possui uma experiência de vida tamanha que não se aprende nos bancos escolares.
Com o pai, aprendeu a arar a terra, a ordenhar vaca, a plantar e apanhar algodão, a fazer rosquinhas, a rebentar pipoca, a lavar roupas, cuidar de porcos, atender no armazém...
Algumas coisas fez aqui em São Miguel para ajudar o marido, como, por exemplo, lavar roupas - lavava roupas para dona Augusta do Michel - e fazer rosquinhas e pipoca para vender.
Conheceu Licério aos 12 anos de idade, pois ele trabalhava "por dia" para o seu pai.
Trabalhavam juntos no arrozal.
Nessa época, ela já sentia enorme vontade de ajudar pessoas carentes, como a Nhá Maria Carretel e uma outra senhorinha cheia de netos que eram ajudadas por ela em Porangaba.
Como ela fazia para ajudar essas pessoas?
"Surrupiando" o que podia do armazém do pai e escondendo tudo na lata com a qual saía de casa para buscar água.
Dona Maura enjeitou um casamento rico e casou-se com Licério aos dezesseis anos de idade. 
A vida foi ficando mais difícil e se mudaram de Porangaba para Paraguaçu Paulista, até que um dia chegaram por lá os Barsanti, de Itapetininga, dizendo que São Miguel Arcanjo precisava de uma carpintaria.
Decidido a experimentar, Lícério veio para cá junto com o pai, Euclides, que era carpinteiro, para trabalharem na oficina do Hildebrando, mestre de obras na cidade.
Nos anos 40, a família se junta em São Miguel. 
Era o tempo do Dr. Fábio, médico e do padre Humberto. Na cidade não havia nem funerária.
Onde hoje é o Pedro Ivassaki, nasceu a oficina do Licério. Mais tarde, a "Oficina Bom Jesus" já produzia carrocerias, portas, venezianas e se tornava respeitada por todos os são-miguelenses.
A princípio, a família residiu num sítio no bairro Turvo dos Hilários; só mais tarde é que veio morar na cidade: a primeira casa onde moraram era um barracão nos fundos de uma residência, com a cozinha fora.
Com o tempo, acabaram mudando para a casa da frente, onde hoje mora o filho do Pedro Ivassaki.
Dona Maura muito cedo começou a mostrar seu bom coração nos trabalhos que mantinha à frente da administração da Igreja Matriz, ao lado do padre Francisco Ribeiro. Tanto que quando o presidente do Asilo à época, Antonio Ferreira Leme, pediu insistentemente que ela fundasse a Conferência Feminina, o santo padre a liberou para a missão a qual presidiu por longos quinzxe anos.
Durante sete anos, foi também presidente do Asilo. De uma só vez, conseguiu aposentar 14 pessoas; os remédios e as roupas que eles necessitavam eram comprados com o dinheiro deles mesmos.
Dona Maura fazia questão de dar banho neles e colocá-los na cama, todos os dias.
Como não havia na cidade o departamento de assistência social, tudo acontecia na casa dela.
Uma das grandes mágoas da dona Maura foi ver o Asilo construído tão longe da Santa Casa, dificultando o atendimento médico aos idosos. Os médicos não gostavam de ir tão longe para atender os doentes.
Nas lembranças dela ficaram os caixões - quantos caixões que tiveram que ser cedidos graciosamente por sua família aos moribundos da cidade! 
E os patrocínios para as quermesses, quantos?
E para ver a Igreja Matriz terminada, quanto trabalho!
E para ver pessoas pobres alimentadas, quanto empenho!    
Mas Deus ajudou muito essa família que veio para ficar e aqui chegou a possuir quase duzentos alqueires de terras.
No final de 1.973, fez parte da Comissão encarregada da organização e ornamentação de ruas para as festividades natalinas e distribuição de brinquedos ao lado de Clarice Terra França, Paulo Okaeda, Conceição Cunha, José Pedro dos Santos, Antonio Alves Machado, Maria Aparecida Silva Fogaça, Miguel Gomes, Maria Elena Pinheiro, Maria Helena Assunção Silva, Maria Sueli Rosa, Maria Marcondes e José Orlando Nunes.
Uma grande tristeza: a partida de Licério em 20 de maio de 1993 e da filha Rosa também num 20 de maio de 2.000.  
Para dona Maura, a vida foi um grande aprendizado que ela sempre tirou de letra nas ocasiões mais tristes e faz questão de transmitir aos netos e bisnetos.
Deus lhe pague, dona Maura!

- a ser completada.
 

BIOGRAFIA DO PROFESSOR ARY MONTEIRO GALVÃO




























Quem foi o autor desta monografia transformada num pequeno livro editado em 1950 pela Gráfica Paratodos, de Araraquara?
Foi Ary Monteiro Galvão, nascido em São Miguel Arcanjo no dia 08 de agosto de 1902.
Filho de Pedro Galvão Nogueira e Etelvina Monteiro de Carvalho, era neto de José Galvão Nogueira (filho do Tenente Urias Emigdio Nogueira de Barros e Constança Felisbina Alves da Cunha), que se casou com a prima Ignacia Cândida Vilela Gonçalves dos Santos) e, portanto, bisneto deste Urias.
Professor primário, formou-se pela Escola Normal "Peixoto Gomide", de Itapetininga. 
Iniciou sua carreira em São Miguel Arcanjo, lecionando no Bairro do Taquaral, após o que foi removido para a cidade, sendo professor e diretor das Escolas Reunidas local. 
Colaborou e exerceu cargos de direção em todas as sociedades tanto recreativas como culturais e filantrópicas, destacando-se pela lhanesa no trato com as pessoas e um coração sempre aberto para todos. 
Por mérito, foi nomeado, no ano de 1937, Diretor do Primeiro Grupo Escolar da cidade de Marília. 
Em 1942, foi nomeado Inspetor na região de Lins, onde então escreveu este livro pedagógico intitulado "Erros de Linguagem na Escola Primária". 
Finalmente foi removido para Araraquara onde exerceu o mesmo cargo, além de colaborar escrevendo para os jornais da cidade. Daí, foi terminar aposentando-se em Campinas, depois de atuar da mesma forma. 
Uma vez aposentado, porém, não se acostumou à ociosidade e foi tratar de amenizar os sofrimentos de pessoas necessitadas. Foi presidente da "Sociedade Amigos do Taquaral", da Guarda Mirim local e redator do jornal da sociedade até sua morte em 18 de novembro de 1969 na cidade de Campinas. 
Casado com Maria Antonia Terra Galvão, tiveram os filhos: Irene, que se casou com Paulo Natanael P. de Souza; José, casado com Claudete; Dora, casada com Clodoaldo Medina, que foi prefeito em Araraquara e Wanda, casada com Hilario Vanucci, industrial em Campinas.
Ary Monteiro Galvão é o patrono do Pré Primário instalado à Rua Governador Pedro de Toledo, em São Miguel Arcanjo. 
Parte desta biografia foi encontrada dentro do livrinho, escrita por seu cunhado Aparício de Oliveira Terra.
Ambos fazem parte do acervo da Casa do Sertanista e lá estarão à disposição para pesquisa e manuseio.