sábado, 8 de novembro de 2014

SÃO MIGUEL ARCANJO E A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932.



Pesquisa feita por Luiza Válio.
Publicado no extinto jornal "A Hora de São Miguel Arcanjo".

AMADEU NUNES VIEIRA E SEUS BÚFALOS



































A foto é de Miguel França de Mattos quando esteve visitando o Sítio Nossa Senhora Aparecida, de propriedade de Amadeu Nunes Vieira, mais conhecido como Amadeu Caetano, para fazer uma reportagem sobre a criação de búfalos editada no extinto jornal "A Hora de São Miguel Arcanjo", de 17 de julho de 2004.
Distante cerca de 14 quilômetros da cidade, o agricultor-pecuarista mantinha então cerca de 100 cabeças de gado do gênero bubalus, que pastavam e se banhavam nos mais de 80 alqueires de um total de 148 alqueires do seu território.
Além de produzirem mais de 150 litros de leite por dia que eram transportados ao laticínio da cidade, também a carne era comercializada a um preço bastante cômodo para os consumidores.

PROCLAMAS DE CASAMENTO DE JOÃO VIEIRA BUENO

A notícia foi dada pelo jornal "Tribuna Popular", de Itapetininga, na edição de 27 de março de 1928.

Proclamas de casamento de João Vieira Bueno, lavrador, 27 anos, natural do Distrito de São Miguel Arcanjo, filho de Antonio Vieira Bueno e Anna Flora do Espírito Santo. 
A noiva, Emília Maria das Dores, com 18 anos, doméstica, também natural de São Miguel Arcanjo, era filha de Antonio Nunes Vieira, falecido à época, e Januária Maria das Dores.


MARIA ARANTES GALVÃO GUIMARÃES

Estive com ela, pouco antes do seu falecimento. 
Maria Arantes Galvão Guimarães mantinha ainda um pouco de menina, era quase uma garota, brejeira e leve como uma pluma, no auge dos seus 90 anos de idade, experiências e lições de vida.
Ávida pelos sentimentos que transmitia nas maneiras suaves de falar, de sorrir, de relembrar o passado como se estivera vivendo tudo de novo, era uma pessoa bastante sensível, mas sempre muito senhora do seu próprio caminho. 
Nascida em São Miguel Arcanjo no ano de 1915 no lar do
casal Leontino Arantes Galvão ( nascido em 1882 e morto em 1950, que foi prefeito na cidade) e Amélia Fogaça de Almeida Arantes Galvão ( nascida em 1892, filha de José Manoel Fogaça de Almeida e Joaquina Vieira de Albuquerque), teve onze irmãos: Lázara, Miguel, Manoel, Antonio Santana, Lígia, João, Francisco, Zilda, Florisa, José e Rosália.
No ano de 1939, Maria Guimarães casou-se com José Lima Guimarães, em Marília, tendo 
com ele três filhos: Lígia Maria, que se casou com Edward Rosa do Nascimento e aposentou-se como funcionária pública municipal; José Antonio, que se casou com Maria da Graça Oliveira; e Antonio Carlos, que se casou com Inês Parente.
O marido de Maria Guimarães foi assassinado em São Miguel Arcanjo e o autor do crime nunca pagou pena.
Maria Guimarães era professora "leiga", como sempre teimava em dizer. Viveu numa época em que a mulher tinha grande dificuldade para aprender as coisas, "quanto mais ensinar", como ela completava.
Deu aulas para o Anísio Vieira, o João Araujo, o Santino Vicente e muitos outros, alguns deles moradores no Bairro Rio Acima, em São Miguel, sempre rastreando a Revolução Constitucionalista, sempre junto com a Isaura Fogaça Vieira e a Dorvalina Seabra. Dorvalina formou-se professora.
A sala de aulas na cidade? 
Era uma sala emprestada da casa do João Araujo.
A professora titular chamava-se Iança; Maria Guimarães a substituía.
Ensinou o neto Edward a tocar violão.
Fazia poesias como ninguém.
"Vale das Montanhas Azuis", um dos seus mais lindos poemas, termina assim:

... "Ali a planície se alonga
Por entre o verde matiz
Ouve-se ao longe a araponga
Aqui: doirados colibris.
E o "Ribeira" caudaloso
Banhando a fértil região
- do solo bom generoso-
Serpeando entre o mar e o sertão".