"NAYDE"
Qual branca margarida ao frio de maio
Desprende as castas pétalas de neve;
Qual múrmure cicio de aragem leve
Passaste, ó Nayde, ao eternal desmaio.
Beijou-te o sol, entrando de soslaio,
Ontem à tarde, em tua agonia breve,
O longo curso, súbito susteve,
Pra levar-te na glória de um seu raio.
Fruto de um beijo fecundante e puro,
Ânsias de um coração apaixonado,
Eis tua vida, ó Nayde, o teu futuro.
Como cirros no azul imaculado,
Voaste deste mundo infenso, impuro,
Deixando em crepe um sonho de noivado.
In A RAZÃO, de 06/09/1923
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