terça-feira, 17 de março de 2015

POEMA DE ÂNGELO MAZZALAI:

"NAYDE"

Qual branca margarida ao frio de maio
Desprende as castas pétalas de neve;
Qual múrmure cicio de aragem leve
Passaste, ó Nayde, ao eternal desmaio.

Beijou-te o sol, entrando de soslaio,
Ontem à tarde, em tua agonia breve,
O longo curso, súbito susteve,
Pra levar-te na glória de um seu raio.

Fruto de um beijo fecundante e puro,
Ânsias de um coração apaixonado,
 Eis tua vida, ó Nayde, o teu futuro.

Como cirros no azul imaculado,
Voaste deste mundo infenso, impuro,
Deixando em crepe um sonho de noivado.

In A RAZÃO, de 06/09/1923

Nenhum comentário:

Postar um comentário