Em outubro de 1930, Getúlio Vargas, à frente de uma coligação de forças oligárquicas do Rio Grande do Sul, seu estado, Minas Gerais e Paraíba, depõe o presidente Washington Luís, político fluminense, porém ligado à oligarquia paulista.
O episódio ficou conhecido como Revolução de 30 e marcava o fim da chamada política do café-com-leite, por meio da qual as oligarquias paulista e mineira vinham se revezando no poder, e início de não poucas e profundas mudanças na política e economia do país. Essas mudanças se iniciaram já governo provisório presidido por Vargas, que alijou a maioria da oligarquia paulista do poder, assim como retardava a convocação de uma assembléia constituinte destinada a reordenar o país em bases liberais e democráticas.
Estes últimos fatos, sobretudo, motivaram a reação armada dos paulistas, a chamada Revolução Constitucionalista.
Homens, mulheres, estudantes, políticos, industriais e operários se uniram às forças militares (Exército e Força Pública) do estado contra o Governo Provisório de Getúlio Vargas, o que resultou num dos maiores conflitos armados da história nacional, marco, até hoje celebrado, da história de São Paulo.
Sem poder contar com a adesão prometida de setores dissidentes das oligarquias mineira e gaúcha e enfrentando as tropas maiores e mais bem equipadas do Governo Federal, os paulistas foram derrotados. Mas não saíram de mãos vazias: ainda que Vargas continuasse no poder, em 1933 seria eleita a Assembleia Constituinte, que promulgaria no ano seguinte a nova Constituição do Brasil.
Foi nesse contexto que surgiu, no dia 16 de junho, o Correio de São Paulo, diário com notícias corriqueiras, mas também com forte apelo político liberal e regionalista. Como praticamente toda a imprensa paulista, o jornal assumiu os ideais constitucionalistas das oligarquias, empresários e classe média paulistas.
Escrevia o jornal no dia 6 de agosto de 1932, quase um mês depois de eclodir a “Revolução”: - “As senhoras paulistas [que?] bordaram a bandeira nacional, ofertada ao grande encouraçado ‘S. Paulo’, símbolo augusto da força, patriotismo e unidade da estremecida Pátria, conclamam a brava oficialidade e valentes marujos desse invicto vaso de guerra para que comunguem conosco na campanha dos sacros ideais de liberdade e justiça contra a nefasta ditadura que enluta, desgoverna e divide a nação. Concitando-os a se baterem pela causa que, neste momento épico da nacionalidade, empolga a alma de S. Paulo, Mato Grosso e das populações livres dos outros Estados, só pensamos em Deus e na Pátria em cujo altar imolamos nossas oferendas e orações, porque a nossa luta e os nossos sacrifícios são pelo Brasil e para o Brasil”.
Nesse mesmo número, havia a gravura de um homem que apresentava estampado em sua camisa as iniciais M.M.D.C, de Martins, Miragaia, Drausio e Camargo.
O acrônimo homenageava os mortos pelas tropas federais em maio daquele ano.
Lia-se também na gravura: “Você tem um dever a cumprir consulte a sua consciência!”, mais um apelo à mobilização contra as forças federais.
Com a derrota dos paulistas, a rotina de notícias foi voltando ao normal.
Seção esportiva, filmes e peças em exibição e até seção de quiromancia por correspondência compunham as páginas do jornal.
Inicialmente era publicado em quatro páginas, aumentou para seis e, por fim, oito páginas.
O Correio de São Paulo circulou de 1932 a 1937 e teve como diretores: Rubens do Amaral, Lelis Vieira, Riba Marinho e Pedro Ferraz do Amaral.
De início, propriedade da Empresa de Correio de São Paulo Ltda., tempos depois passou à Empresa Paulista Jornalística Ltda.
No jornal "Correio de São Paulo", edição número 01498, de 18 de maio de 1937, existe lá na primeira página uma nota sobre o Major Luiz Válio, que nessa época era Presidente da Câmara em um humilde município denominado São Miguel Arcanjo:
Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira.
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