Quando da reabertura das aulas nas Escolas Reunidas locais e nas escolas rurais do município de São Miguel Arcanjo, em 1o. de fevereiro de 1.932, o jornal "O Progresso", edição de 7 de fevereiro desse ano, em sua sessão intitulada "Várias", assim nos historiou:
- "Um frêmito de regozijo perpassou pelo nosso organismo social quando há poucos dias soube-se que as Escolas Reunidas locais foram elevadas a Grupo Escolar, podendo assim haver maior número de matrículas e melhor aproveitamento do ensino.
Em nada ficou alterado o entusiasmo do nosso povo pela exigência do selo de 2 mil reis em cada requerimento de matrícula.
A Associação de Pais e Mestres, os professores e cidadãos amantes do progresso movimentaram-se, levando a sua presença por toda parte em busca dos patriciosinhos nas condições de frequentarem a escola.
Não faltou dinheiro para os selos. Houve até sobras.
E foi assim que a 1o. de fevereiro corrente já se achavam matriculados 174 alunos para as 4 classes das Reunidas e mais 26 prontos para muito breve.
Uma notícia, porém, de última hora, e de efeitos contristadores, veio arrefecer o nosso entusiasmo.
Na balbúrdia reinante nos arraiais do ensino, criada não sabemos por que sorte de prestidigitação, uma nova ordem de "coisas" foi resolvida.
O nosso efêmero Grupo Escolar foi suprimido e as nossas Escolas Reunidas obrigadas a funcionar apenas com 3 classes, ficando, por isso, em disponibilidade uma de nossas professoras.
E como as classes só poderão comportar 40 alunos, tivemos o desprazer de assistir o espetáculo deprimente para o ensino público, de ficarem sem instrução 54 dos alunos já matriculados, além dos 26 que para isso se achavam em preparo, caso fosse criada a 5a. classe a que nos referimos.
As reclamações que já se estão fazendo sentir fortemente por parte dos interessados, bem como pela população local que julga, e com razão, ser esse caso um caso de rebaixamento que, a não provir de uma emergência justificável, deve ser levado em conta do rebaixamento geral a quem tem sido submetido o nosso Estado inteiro nestes últimos tempos.
De um ou outro modo como se trata de instrução a que todos os brasileiros tem direito, é preciso que se lhes faça inteira justiça.
É o que solicitamos, por nossa vez, aos poderes competentes. - "
O proprietário do jornal "O Progresso", nessa época, era Antenor Moreira Silvério; Acácio dos Santos Terra assinava como redator responsável.
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