quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

BAIRRO DAS ANTAS


Localizando o Bairro em questão através de um antigo crime.

No Bairro das Antas, bem próximo ao Bairro do Facão, em São Miguel Arcanjo, morava o Antonio Quintino, vulgo Antonio Henrique. 
No mesmo Bairro, morava a família Brandão que o perseguia e todos os vizinhos sabiam disso. 
Um dos elementos dessa família, o Gabriel, filho de João Pedro Rodrigues e Balbina Pereira, contava com 19 anos, era solteiro, lavrador, natural de Faxinal, Itapetininga, não sabia ler e nem escrever.
À época, o Delegado de São Miguel chamava-se Hermógenes dos Santos Terra que, nessa época entrara de férias, sendo então substituído por Antonio José Nogueira, pai de Alcindo Nogueira e irmão de Cirila Nogueira, casada com o Major Luiz Válio.
O Departamento de Polícia funcionava na própria residência de Antonio José Nogueira.
O escrivão chamava-se Francisco das Chagas Monteiro.
A rixa de Gabriel e sua família contra Antonio era devido a manterem uma criação de porcos soltos que, procurando por comida, acabavam invadindo a propriedade do outro. 
Dava dó de ver o que eles faziam à plantação do rapaz. 
Não havia cerca entre as propriedades e Antonio sofria grandes prejuízos por isso. 
Naquela época, as pessoas ainda não se acostumavam à agricultura. 
Aliás, a agricultura só começava a delinear por aqui.
Por algumas vezes, Antonio já atirara contra esses animais, claro que sem intenção de matar, apenas amedrontá-los.
Por toda zona, a família dos Brandão era tida como muito violenta, perseguidora de pessoas de bem no bairro. Inclusive o João, o pai dos Brandão, e os irmãos de Gabriel, já haviam ameaçado Antonio algumas vezes.
No dia dos fatos, Antonio foi campear uma vaca sua que havia sido picada por uma cobra. 
Já com a vaca e montado em seu cavalo, ao passar em frente à casa dos Brandão,viu Gabriel que vinha tocando dois cargueiros.
Ao se aproximar de Antonio, Gabriel atirou nele, sem avisar, quase a sangue frio.
O cavalo de Antonio se assustou, correu umas 50 braças e parou.
Antonio caiu ao chão e, meio tonto, ainda percebeu que Gabriel chegava até ele, gritando que tinha mais um cano para disparar. 
No desespero e sangrando, Antonio subiu no cavalo e foi para casa, a 400 braças do local.
O tiro não havia sido mortal.
Atuaram nesse processo, além de Hermógenes e Antonio José Nogueira, José Fogaça, Eugênio Monteiro, Manoel França, Abílio Ferreira Leme e Francisco das Chagas Monteiro. 
Testemunharam o fato: Francisco e Alexandre Pires, Antonio Vaz, Francisco Vaz, Azarias Vaz e João Nepomuceno Ayres.
O soldado que fazia as diligências chamava-se Rodolfo Theodoro de Moraes que, ao levar a primeira intimação para Gabriel, no dia 14 de março de 1.907, errou o caminho e se perdeu.
Demorou cerca de um ano para que todas as peças do processo se encaixassem para facilitar o andamento do fato.
Os peritos nomeados para o caso foram: Professor José Fogaça e Eugênio Monteiro.
Assinaram a rogo pelas testemunhas iletradas: Túlio Ferraz de Campos, José Monteiro de Carvalho e Procópio Franco de Moraes.

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